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Dow reduz dependência de gás em complexo baiano

Graças ao acordo com a ERB, a Dow poderá substituir um consumo de 150 mil metros cúbicos diários de gás natural por vapor gerado a partir do eucalipto

Dow Brasil: migração elevará de 50% para 75% participação de fontes limpas que abastecem complexo industrial da Dow instalado no município de Candeias (Rogério Montenegro)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de março de 2014 às 17h51.

São Paulo - O início das operações da usina de cogeração construída pela Energias Renováveis do Brasil (ERB) em Aratu, na Bahia, reduzirá a dependência de gás natural por parte da Dow Brasil, empresa que será abastecida pela nova linha de produção de vapor e energia elétrica.

Graças ao acordo entre as duas empresas, a Dow poderá substituir um consumo de 150 mil metros cúbicos diários de gás natural por vapor gerado a partir do eucalipto.

A migração elevará de 50% para 75% a participação de fontes limpas que abastecem o complexo industrial da Dow instalado no município de Candeias.

Com a redução da demanda por gás natural pela metade, a participação do insumo cairá para 50% do consumo energético local. Metade da energia consumida no polo continua sendo de fonte hídrica, enquanto os outros 25% virão da cogeração.

"Este projeto nasceu da necessidade de buscarmos mais competitividade para o polo. Hoje, o gás natural nacional está na casa de US$ 13 o milhão de BTU. Nos Estados Unidos, os grandes consumidores estão pagando US$ 4 o milhão de BTU", destaca a diretora de Energia e Mudanças Climáticas da Dow para a América Latina, Claudia Schaeffer.

Segundo ela, em indústrias de perfil eletrointensivo, como é o caso da petroquímica, a energia costuma responder por 20% a 40% dos custos.

Embora a diferença de preço entre Brasil e Estados Unidos esteja elevada nos últimos anos, em função do avanço do shale gas, a decisão da Dow de apostar no projeto em parceria com a ERB não tem relação direta com a nova fronteira exploratória em território norte-americano. Afinal, o projeto de cogeração tem sido analisado desde 2008 e o contrato entre as duas empresas foi formalizado em 2010.

"O Brasil tem uma vantagem competitiva para a biomassa e já havia uma curva de alta nos preços do gás natural (antes do "shale gas"). Além disso, temos metas de redução de emissão", pontua Claudia. Esse projeto, segundo a Dow, reduzirá a emissão de gases de efeito estufa em 33%, ou 169 mil toneladas de dióxido de carbono ao ano.


Além das razões citadas pela diretora da Dow, também pesa a favor do novo projeto a redução do risco de abastecimento do complexo baiano.

O contrato com a ERB, por um prazo de 18 anos na modalidade take or pay, diversifica a matriz energética do polo, ao mesmo tempo em que evita riscos de abastecimento de eucalipto.

Caso haja qualquer problema com a matéria-prima utilizada na usina de cogeração, a unidade poderá ser abastecida por gás natural, já que é uma linha considerada flex e pode ser atendida por madeira ou gás.

A usina, cujo investimento totalizou aproximadamente R$ 265 milhões, foi construída e será operada pela ERB.

Além da venda de vapor para a Dow, operação que viabilizou o projeto naquela região, a ERB disponibilizará 12 MW ao sistema de energia brasileiro, volume que abasteceria uma cidade com 56 mil casas, segundo a Dow. A unidade de cogeração tem capacidade para produzir 108 mil MWh de energia elétrica e 1,08 milhão de toneladas anuais de vapor industrial.

Matriz limpa

Esta não é a única iniciativa recente da Dow no intuito de melhorar os indicadores de emissão de poluentes no Brasil. No início deste mês, a companhia converteu uma caldeira antes abastecida por óleo combustível para operar com gás natural. O equipamento está instalado no complexo do Guarujá (SP).

Os potenciais ganhos econômicos da Dow em ambos os projetos, contudo, são mantidos em sigilo. Ainda que, segundo a Claudia, a premissa econômica seja um ponto essencial para a aprovação de iniciativas dessa natureza. "Estamos sempre buscando analisar se há projetos viáveis economicamente", destaca Claudia.

O modelo adotado no Brasil segue a proposta defendida pela Dow Chemical nos Estados Unidos. No país onde está sediada, a companhia mantém projetos como o consumo de gás a partir de insumo gerado em aterros e de energia a partir de sistemas solares.

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São Paulo - O início das operações da usina de cogeração construída pela Energias Renováveis do Brasil (ERB) em Aratu, na Bahia, reduzirá a dependência de gás natural por parte da Dow Brasil, empresa que será abastecida pela nova linha de produção de vapor e energia elétrica.

Graças ao acordo entre as duas empresas, a Dow poderá substituir um consumo de 150 mil metros cúbicos diários de gás natural por vapor gerado a partir do eucalipto.

A migração elevará de 50% para 75% a participação de fontes limpas que abastecem o complexo industrial da Dow instalado no município de Candeias.

Com a redução da demanda por gás natural pela metade, a participação do insumo cairá para 50% do consumo energético local. Metade da energia consumida no polo continua sendo de fonte hídrica, enquanto os outros 25% virão da cogeração.

"Este projeto nasceu da necessidade de buscarmos mais competitividade para o polo. Hoje, o gás natural nacional está na casa de US$ 13 o milhão de BTU. Nos Estados Unidos, os grandes consumidores estão pagando US$ 4 o milhão de BTU", destaca a diretora de Energia e Mudanças Climáticas da Dow para a América Latina, Claudia Schaeffer.

Segundo ela, em indústrias de perfil eletrointensivo, como é o caso da petroquímica, a energia costuma responder por 20% a 40% dos custos.

Embora a diferença de preço entre Brasil e Estados Unidos esteja elevada nos últimos anos, em função do avanço do shale gas, a decisão da Dow de apostar no projeto em parceria com a ERB não tem relação direta com a nova fronteira exploratória em território norte-americano. Afinal, o projeto de cogeração tem sido analisado desde 2008 e o contrato entre as duas empresas foi formalizado em 2010.

"O Brasil tem uma vantagem competitiva para a biomassa e já havia uma curva de alta nos preços do gás natural (antes do "shale gas"). Além disso, temos metas de redução de emissão", pontua Claudia. Esse projeto, segundo a Dow, reduzirá a emissão de gases de efeito estufa em 33%, ou 169 mil toneladas de dióxido de carbono ao ano.


Além das razões citadas pela diretora da Dow, também pesa a favor do novo projeto a redução do risco de abastecimento do complexo baiano.

O contrato com a ERB, por um prazo de 18 anos na modalidade take or pay, diversifica a matriz energética do polo, ao mesmo tempo em que evita riscos de abastecimento de eucalipto.

Caso haja qualquer problema com a matéria-prima utilizada na usina de cogeração, a unidade poderá ser abastecida por gás natural, já que é uma linha considerada flex e pode ser atendida por madeira ou gás.

A usina, cujo investimento totalizou aproximadamente R$ 265 milhões, foi construída e será operada pela ERB.

Além da venda de vapor para a Dow, operação que viabilizou o projeto naquela região, a ERB disponibilizará 12 MW ao sistema de energia brasileiro, volume que abasteceria uma cidade com 56 mil casas, segundo a Dow. A unidade de cogeração tem capacidade para produzir 108 mil MWh de energia elétrica e 1,08 milhão de toneladas anuais de vapor industrial.

Matriz limpa

Esta não é a única iniciativa recente da Dow no intuito de melhorar os indicadores de emissão de poluentes no Brasil. No início deste mês, a companhia converteu uma caldeira antes abastecida por óleo combustível para operar com gás natural. O equipamento está instalado no complexo do Guarujá (SP).

Os potenciais ganhos econômicos da Dow em ambos os projetos, contudo, são mantidos em sigilo. Ainda que, segundo a Claudia, a premissa econômica seja um ponto essencial para a aprovação de iniciativas dessa natureza. "Estamos sempre buscando analisar se há projetos viáveis economicamente", destaca Claudia.

O modelo adotado no Brasil segue a proposta defendida pela Dow Chemical nos Estados Unidos. No país onde está sediada, a companhia mantém projetos como o consumo de gás a partir de insumo gerado em aterros e de energia a partir de sistemas solares.

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