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Dona da Griletto e Croasonho, Halipar irá expandir em 2020

Durante os anos de espera pela retomada da economia, a companhia organizou a casa: inaugurou uma nova sede, ampliou a fábrica e sua capacidade de produção

Ricardo Jose Alves, presidente da rede de restaurantes e franquias de alimentação Halipar (Halipar/Divulgação)

Ricardo Jose Alves, presidente da rede de restaurantes e franquias de alimentação Halipar (Halipar/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 16 de fevereiro de 2020 às 08h00.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2020 às 08h00.

A Halipar, holding de redes de alimentação que controla as marcas Griletto, Montana Grill, Croasonho e Jin Jin, se prepara para expandir em 2020. A companhia prevê inaugurar até 45 unidades no ano e chegar a um faturamento de 800 milhões de reais, alta de 14% em relação a 2019. 

Depois de receber um aporte de um fundo, também está de olho em oportunidades de busca crescer por meio de aquisições. 

Hoje com 415 unidades de quatro marcas em 121 cidades, o atual presidente Ricardo José Alves começou o negócio ao abrir uma loja Griletto em um shopping center em Itu, no interior de São Paulo, em 2004. A ideia se manter no negócio de alimentação, depois que sua rede de seis açougues começou a competir mais fortemente com supermercados. 

Após abrir 12 unidades próprias, iniciou o processo de expansão por meio de franquias em 2009. Cinco anos depois, já eram 130 unidades. Já em 2014, a dona da Griletto praticamente dobrou de tamanho com a aquisição da Montana, sua principal rival na venda de pratos feitos com foco na proteína.

A Halipar foi criada em 2015, com a fusão das duas marcas com a empresa Ornatus, que detinha a marca Jin Jin, de alimentos orientais. Foi então que o fundo de private equity G5 Evercore comprou uma participação na holding. A empresa não abre o valor do aporte. Já naquela época, o plano era continuar crescendo por meio de compras de outras redes de alimentação. 

Esperando a expansão

A primeira aquisição depois da entrada do fundo foi em 2017, com a compra da rede de croissants recheados Croasonho. 

A crise econômica, no entanto, pausou o plano de expansão da Halipar. “Olhamos muitas marcas, mas estavam em dificuldades e não queríamos prejudicar nosso próprio balanço ao incorporá-las”, diz o presidente Ricardo José Alves.

Durante os anos de espera pela retomada da economia, a companhia organizou a casa: inaugurou uma nova sede, ampliou a fábrica e sua capacidade de produção. 

A nova sede foi aberta em janeiro de 2019, em Indaiatuba, interior de São Paulo. Além do escritório para as áreas administrativas, como financeiro, TI, expansão e logística, o espaço concentra ainda uma fábrica, com 5 mil metros quadrados e 200 colaboradores, e uma cozinha experimental, para a degustação de novos produtos e painéis para franqueados.

Nos últimos seis meses, foi criada na fábrica uma área de desenvolvimento de novos produtos, para lançamentos de molhos, recheios e pratos para as quatro marcas da holding. Essa criação era terceirizada até então. Até agora, 12 novos produtos ou acompanhamentos já saíram do laboratório na fábrica e há outros 40 na fila para serem testados e lançados.

“A produção internalizada deixa nossa operação mais simples e padronizada”, afirma Alves.

O investimento no espaço foi de 10 milhões de reais. 

A fábrica tem uma divisão de frigorífico e uma de padaria. Como o foco das redes Montana e Griletto são pratos com carne, a fábrica também possui um frigorífico, em que as peças de carne são pesadas e cortadas em bifes. Para garantir a segurança dos alimentos enviados às franquias, a entrada no frigorífico é controlada e todos os funcionários tomam banho antes do trabalho.

Todos os salgados da Croasonho são feitos manualmente e diariamente cerca de 20 mil croissants são enrolados pelos funcionários.

 A sala de preparo tem uma temperatura baixa, para impedir a manteiga de derreter. As massas são então congeladas, à 30°C negativos, antes de serem enviadas às franquias, tanto para preservar o material quanto para impedir os salgados de crescerem com a fermentação antes de irem ao forno. Os brownies servidos nas franquias também são preparados na fábrica central.

“Estamos com capacidade ociosa, o que facilita na hora de crescer rapidamente”, diz o executivo. “Estamos buscando oportunidades.”

Crescimento dentro de casa

Com um olho na expansão por aquisições, a empresa também busca crescer de forma orgânica. A holding está concentrada na região sudeste, abastecida pela sua fábrica central, mas investe para expansão orgânica em outras regiões, principalmente o nordeste.

Em 2018, a rede cresceu 8% e, em 2019, 9,4%. Para 2020, já foram firmados 25 contratos para abertura de novas franquias, mas a rede espera chegar a 45 inaugurações no ano.

Alves acredita que suas marcas podem ganhar com sinergias. No início de fevereiro, a empresa inaugurou a primeira cozinha integrada, que prepara alimentos para mais de uma marca e franquia. A ideia é ganhar eficiência e economizar espaço em locais como praças de alimentação de shoppings. Batizada de Halifood, a novidade terá as quatro marcas do grupo em um mesmo espaço.

A primeira unidade a ser inaugurada com uma cozinha integrada fica no complexo Bresco, em Campinas (SP)m que tem prédios  de escritório, centros de treinamento, galpões para logística, indústria leve e tecnologia e hotel. A previsão da Halipar é fechar, pelo menos, 10 contratos de Halifood até o final deste ano.

Concorrência

O crescimento não será tão simples. A Halipar está justamente no segmento mais competitivo entre as franquias. Segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising) o segmento de alimentação é o maior em número de unidades: representa 35% do total de franquias no Brasil. 

As cinco maiores redes de alimentação em número de unidades são McDonald's, com 2.460 restaurantes, as lojas de conveniência AM/PM, com 2.377, a rede de doces Cacau Show, com 2.322, os restaurantes de sanduíche Subway, com 1.864, e o fast food Burger King, com 1.209.

A região sudeste também é a que concentra o maior número de unidades, 53,6%  de todas as unidades das 50 maiores marcas. 

Apesar da concorrência, com muito arroz e feijão, a franqueadora acredita que em 2020 as oportunidades de crescimento serão ainda mais atraentes.

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