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Do "mini-IPO" à compra de empresas: os planos da Priner na bolsa

O volume captado de 200 milhões de reais foi o menor em um IPO na B3 desde 2013

Tulio Cintra: "Existe um mercado de engenharia carente de tecnologia no país" (André Valentim/Exame)

Tulio Cintra: "Existe um mercado de engenharia carente de tecnologia no país" (André Valentim/Exame)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 15h10.

Última atualização em 12 de maio de 2023 às 08h04.

O IPO modesto de 200 milhões de reais da Priner, que ocorreu em fevereiro deste ano, não esconde os planos ambiciosos da empresa de serviços industriais. Além da aquisição de máquinas e equipamentos, a companhia destinou uma parte do capital levantando para a aquisição de duas empresas em que já era sócia: a SmartCoat e a ReR Isolafácil

A SmarCoat, é focada em serviços em revestimento, e a Priner já aumentou a participação na empresa de 75% para 83,33%. O anúncio foi feito no mês passado. Já na ReR Isolafácil, a Priner tem 51% da participação acionária que foi comprada em janeiro de 2017 e pretende ampliar. Em ambos os casos, ela pretende ter 100% do capital. 

Em entrevista à EXAME, Tulio Cintra, presidente da Priner, explicou que a compra das duas empresas tornará a operação mais eficiente. “Existe um mercado de engenharia carente de tecnologia no país. Queremos ampliar nossa atuação e suprir a demanda”, explicou. 

A bolsa foi o caminho encontrado para conseguir o dinheiro que era necessário. Segundo Cintra, as opções existentes no mercado para quem busca se capitalizar acabam não sendo tão atrativas. Segundo o executivo, os bancos ainda compram taxas altas e oferecem curto prazo de pagamento, entre 12 e 18 meses. “Esta dívida acaba atrapalhando nossa geração de caixa.” 

O processo para abertura de capital foi de cerca de quatro meses e a XP foi a única coordenadora da oferta. “Tivemos interesse de fundos estrangeiros e brasileiros. Eles entenderam que dobramos de tamanho entre 2015 e 2019, com dinheiro do banco e para pagamento no curto prazo. Imagina com o dinheiro captado agora o que podemos fazer? Isso foi fundamental para o sucesso do IPO.” Com a realização do IPO, houve a saída da Leblon Equities do controle da empresa. A gestora estava na empresa desde 2013 e detinha 98% do capital. Atualmente, o percentual é de 37,64%. 

Com a chegada da pandemia, a Priner acabou reduzindo o quadro de funcionários e a velocidade em alguns investimentos, mas não paralisou as operações. “Voltamos a investir em junho e podemos dizer que nossa recuperação está sendo em V.” 

O otimismo com a recuperação se deve ao fato de que seus principais clientes, da área de papel e celulose, petroquímico, óleo e gás já estarem com a atividade mais aquecida, o que demandará mais da Priner. 

Priner: IPO levantou 200 milhões em fevereiro

(B3/Divulgação)

“Estamos envolvidos em novos projetos. As indústrias de papel e celulose são muito competitivas e estão expandindo suas plantas e estamos presentes nestas obras. Esperamos os próximos anos muito bons.”

O volume captado de 200 milhões de reais foi o menor em um IPO na B3 desde 2013. Entretanto, a expectativa do mercado é que o “mini- IPO” incentive a abertura de empresas de menor porte na bolsa.

Durante a cerimônia do IPO, Gilson Finkelsztain, presidente da B3, destacou que a operação inaugurava um tipo de oferta na B3. “E com uma demanda enorme de pessoas físicas. Isso mostra a relevância que o mercado de capitais vem adquirindo nos últimos anos contribuindo para a história das empresas.”

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