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Diretora do poderoso Grupo Clarín morre na Argentina

A viúva de Roberto Noble, fundador do império da comunicação na Argentina, encontrava-se internada desde terça-feira

Ernestina Herrera de Noble: a diretora do Clarin faleceu nesta quarta-feira (14) aos 92 anos (REUTERS/File Photo/Reuters)
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AFP

Publicado em 14 de junho de 2017 às 19h38.

Ernestina Herrera de Noble, herdeira de um dos impérios da comunicação da Argentina e diretora do Grupo Clarín, faleceu nesta quarta-feira (14) aos 92 anos, segundo o referido jornal.

A viúva de Roberto Noble, fundador do Clarín - o jornal de maior tiragem da língua espanhola -, encontrava-se internada desde a terça-feira, porém o grupo não detalhou os motivos do falecimento.

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"A indústria dos meios de comunicação da América Latina se despede de uma de suas personalidades mais destacadas dos últimos 50 anos", declarou o jornal.

O presidente argentino, Mauricio Macri, lamentou o falecimento de uma "figura-chave do jornalismo e da defesa da liberdade de imprensa", em mensagem no Twitter.

Desde 1969, após a morte de seu marido, assumiu a direção do diário que tornou-se um dos mais relevantes da América Latina.

Ernestina de Noble foi a primeira mulher à frente de um grupo importante de mídia. O Clarín se fortaleceu e se diversificou estabelecendo redes de TV, rádio, Internet, TV a cabo e, finalmente, telefonia movel.

Noble integrou o Instituto de Imprensa Internacional e o Conselho do Museu Internacional de Televisão e Rádio, e foi a primeira editora latino-americana a integrar o Comitê Consultivo da UNESCO para a Liberdade de Imprensa.

Um dos seus maiores tropeços foi ter sido investigada pela justiça durante quase uma década a respeito da legitimidade da adoção de seus filhos.

A principal dúvida era se os até então menores seriam filhos de desaparecidos, sequestrados ao nascerem durante a ditadura (1976-1983).

Em dezembro de 2002, o então juiz federal Roberto Marquevich ordenou sua detenção por suposta falsificação de documentos públicos e rapto de menores.

A partir disso, ela passou três dias em cárcere até que obteve autorização para permanecer em prisão domiciliar, por causa da sua idade. Logo, a justiça a colocou em liberdade enquanto prosseguia com a investigação.

Foi finalmente liberada em janeiro de 2016, após as amostras de DNA de seus filhos adotivos darem negativo quando comparadas com os dados genéticos dos desaparecidos.

O acontecimento provocou comoção política em meio à batalha entre o governo de Cristina Kirchner (2007-2015) com o grupo que lidera o Clarín.

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