Deutsche Bank corta drasticamente bônus de 2016
O maior banco da Alemanha conclui um acordo de US$ 7,2 bi com os EUA pela participação na venda de títulos hipotecários tóxicos antes da crise de 2008
Reuters
Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 16h04.
Nova York/Frankfurt - O Deutsche Bank cortou drasticamente os bônus de funcionários, enquanto busca voltar a ter lucro e enfrenta processos judiciais de grande porte.
O maior banco da Alemanha conclui um acordo de 7,2 bilhões de dólares com autoridades norte-americanas pela participação na venda de títulos hipotecários tóxicos antes da crise financeira de 2008.
"Agora que temos uma noção mais clara do impacto financeiro do acordo com a justiça dos EUA e nosso desempenho para o ano, sentimos que medidas duras são inevitáveis", disse o presidente-executivo do Deutsche Bank John Cryan em comunicado interno nesta quarta-feira.
Acionistas aprovaram o corte de bônus, que deve atingir cerca de um quarto dos cerca de 100 mil empregados do Deutsche.
"É um passo necessário para a recuperação a longo prazo do Deutsche Bank - assim como o cancelamento do dividendo", disse o gestor de fundos Ingo Speich, do Union investiment, acrescentando que o Deutsche Bank não conseguiria atender normas de capital se gastar muito dinheiro com bônus.
Outro investidor disse que o Deutsche Bank precisa cortar custos e ao mesmo tempo reter empregados para se beneficiar decrescimento futuro na área de banco de investimento.
"Cortar bônus após um ano ruim é melhor do que demitir muitos dos funcionários de que precisará depois," disse o investidor, acrescentando que o Deutsche Bank ainda tem a capacidade de cortar 5 mil funcionários na área de backoffice.
O Conselho de Administração do Deutsche Bank decidiu renunciar a seu próprio bônus para 2016, disse Cryan.
Os vice-presidentes, diretores e diretores-gerentes não terão bônus de 2016, mas receberão oferta de um pacote de retenção.
Como parte de uma nova política de remuneração para desencorajar riscos excessivos, o Deutsche Bank têm aumentado significativamente a parte fixa dos salários nos últimos anos.