Negócios

Não desisti da compra da Itapemirim, diz Galeb Baufaker Júnior

A informação da renúncia de Baufaker surgiu após uma petição anexa ao processo de recuperação judicial da Itapemirim

Avião da ITA Linhas Aéreas Itapemirim (Itapemirim/Divulgação)

Avião da ITA Linhas Aéreas Itapemirim (Itapemirim/Divulgação)

O empresário Galeb Baufaker Júnior negou nesta terça-feira, 3, que desistiu de comprar a companhia aérea da Itapemirim, a ITA Transportes Aéreos.

"Não desisti de adquirir a ITA Transportes Aéreos. Estou apenas me resguardando de uma decisão judicial que impede tecnicamente a compra através de uma renúncia temporânea. Mas voltaremos a negociar a compra da empresa após a realização da assembleia de credores", disse Baufaker em entrevista exclusiva à EXAME.

A informação da renúncia de Baufaker surgiu após uma petição anexa ao processo de recuperação judicial da Itapemirim.

Segundo Baufaker, essa "renúncia temporânea" foi provocada pela decisão da Justiça que bloqueou os bens de Sidnei Piva de Jesus, do grupo Itapemirim, de todas as empresas abertas por ele desde 2016 e das contas de sua esposa, Silvana dos Santos Silva.

Com essa decisão judicial, segundo ele, se tornaria inviável adquirir a empresa por causa das incertezas jurídicas geradas.

No despacho, Baufaker Júnior rescindiu "unilateralmente o contrato acima citado, pelo motivo acima exposto, eis que a decisão do Juízo da recuperação judicial trouxe grande insegurança aos negócios do grupo Itapemirim, e a Notificante com seu grupo de investidores, interessados nessa negociação, veem, neste momento, como temerária a compra das empresas Itapemirim Transportes Aéreos e Ita Bank, devido à grande insegurança jurídica gerada pela referida decisão judicial. Por fim, informamos que, após a realização da assembleia de credores, retomaremos as negociações".

A assembleia de credores está prevista para ocorrer no dia 18 de maio.

Plano de recuperação da Itapemirim

Baufaker Júnior explicou à EXAME que está levando adiante um plano para injetar até R$ 400 milhões na Itapemirim, principalmente para pagar as dívidas a funcionários, fornecedores e clientes, que chega a R$ 180 milhões.

O plano estaria sendo desenhado junto com o Alpha Bank, no qual o empresário já teria entregue precatórios por um valor de R$ 250 milhões como garantia para a operação.

A companhia aérea do grupo Itapemirim suspendeu suas operações no final de 2021.

Muitos passageiros que compraram as passagens aéreas acabaram não podendo viajar.

Segundo Baufaker, eles seriam cerca de 50 mil. Entretanto, segundo o Procon de São Paulo, a suspensão causou prejuízos a cerca de 130 mil pessoas.

Por causa da crise econômica da companhia aérea, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) chegou a suspender sua autorização a operar.

Venda complicada

O grupo Itapemirim está em recuperação judicial desde 2016, com dívidas que superam os R$ 2 bilhões​.

A venda da ITA havia sido anunciada pelo presidente, Adalberto Bogsan, no dia 13 de abril. Entretanto, a operação está sendo questionada na Justiça pela EXM Partners, administradora do processo de recuperação judicial do grupo Itapemirim.

Entre as alegações da EXM Partners está o fato de que transação da Itapemirim não passou pelo juiz da recuperação judicial, uma passagem necessária segundo a legislação vigente.

Acompanhe tudo sobre:ItapemirimRecuperações judiciais

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia