Depois de várias recusas, Cade aceitará compra da XP pelo Itaú?
ÀS SETE - O tribunal julga nesta quarta-feira a compra da XP Investimentos pelo banco Itaú, anunciada em maio do ano passado, por 5,7 bilhões de reais
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2018 às 07h01.
Última atualização em 14 de março de 2018 às 07h22.
O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) julga nesta quarta-feira a compra da XP Investimentos pelo banco Itaú . Anunciada em maio do ano passado, a transação envolve a aquisição de 49,9% da XP por 5,7 bilhões de reais.
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Segundo advogados ouvidos por EXAME, a tendência é que a operação seja aprovada pelo tribunal com a assinatura de um acordo, como foi recomendado pela Superintendência-Geral do órgão em dezembro.
Ele teria dois objetivos principais: impedir que o Itaú dificulte a oferta de produtos oferecidos por outros bancos na plataforma da XP e reduzir as barreiras de entrada de novos concorrentes no segmento da XP, como, por exemplo, proibindo acordos de exclusividade com agentes e clientes.
“A operação é bastante sensível, pois a aquisição de um ‘player’ disruptivo por um incumbente pode ser motivada por uma necessidade de proteção do próprio mercado, levando ao arrefecimento do nível competitivo em geral, o que teria efeitos nefastos para o bem-estar econômico”, diz o parecer da superintendência do Cade.
A decisão do Cade sobre o caso acontece após uma série de negativas da instituição nos últimos oito meses que incluíram a rejeição da junção dos negócios das companhias de educação Kroton e Estácio, das distribuidoras de combustíveis Ipiranga e Alesat e das empresas de gás Liquigás e Ultragás.
A aquisição do Itaú prevê um aporte de 600 milhões de reais na corretora e uma elevação de sua participação na XP para 74,9% do capital social até 2022. A partir de 2024, a XP poderá exercer o direito de venda para o Itaú, mas esta operação precisaria ser apresentada novamente ao Cade para um nova análise. Uma coisa de cada vez.