Negócios

"Não vamos começar do zero", diz C&A sobre loja virtual

Em entrevista à EXAME.com, vice-presidente comercial da varejista explica como quer alcançar os concorrentes na disputa por consumidores de moda na web


	C&A: na loja virtual, clientes encontrarão mesmas roupas e preços das lojas físicas
 (C&A/Divulgação)

C&A: na loja virtual, clientes encontrarão mesmas roupas e preços das lojas físicas (C&A/Divulgação)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 15h48.

São Paulo – Ao meio-dia de hoje, a C&A reinaugurou sua loja virtual. Trata-se de um passo e tanto: há 12 anos, a varejista só existia no mundo físico.

A C&A foi uma das pioneiras do setor a estrear no varejo online e manteve a loja até 2003. Desistiu do negócio porque o considerava incipiente à época.

Agora terá de correr para alcançar as concorrentes Renner e Marisa, donas de um e-commerce que cresce a cada ano.

“Honestamente, acho que poderíamos ter entrado antes (no e-coomerce)”, disse o vice-presidente comercial da C&A, Paulo Correa, em entrevista a EXAME.com. “Mas nossa marca e conhecimento farão com que isso não faça diferença”.

Confira, a seguir, o que os consumidores encontrarão na C&A online e como a empresa se preparou para este dia.

EXAME - Depois de 12 anos, a empresa resolveu voltar para o mundo virtual. Por que?

Paulo Correa - Temos uma relação forte com os clientes e o mundo virtual hoje faz parte das nossas vidas. As nossas lojas online irão complementar essa relação, com mais comodidade e informação sobre a moda para as nossas clientes.

EXAME - Quais serão os diferenciais do site e como se prepararam para isso?

Paulo Correa - Nosso sortimento será muito similar aos das lojas físicas. Desde a criação do site nossa ideia era trazer a nossa loja física para a internet. A ideia é dar comodidade a nossas clientes. Elas poderão comprar na web e trocar na loja física em até 30 dias.

No site, elas também terão acesso a todas as coleções de estilistas parceiros que antes não eram encontradas em todas as lojas. Também encontrarão um conteúdo similar ao que oferecíamos em nosso blog, com dicas de estilistas do que vestir e combinar.

EXAME - Os preços da loja virtual serão iguais aos das 291 lojas da rede?

Paulo Correa - Os preços também serão os mesmos. O conceito é replicar o modelo das lojas, dar às clientes a possibilidade de ver um modelo na loja e, se preferir, comprar online ou vice-versa.

EXAME - Desde abril de 2014 a empresa desenha o site. Quanto foi investido no projeto?

Paulo Correa - Não consigo abrir isso por política da empresa.

EXAME - Quantos funcionários estarão focados no negócio web?

Paulo Correa – Também não posso dizer. O que posso comentar é que centenas de pessoas foram envolvidas na concepção desse projeto. Nossa ambição é também ser líder no mercado online.

EXAME - Quase 30 milhões de pessoas circulam nas lojas da rede. Qual a expectativa em relação ao negócio virtual?

Paulo Correa – Hoje, entre 1 e 1,2 milhão de pessoas circulam em nosso site, mesmo sem a venda online. Temos mais de 6 milhões de fãs no Face. São indicadores que nos levam a crer que a loja será um sucesso. 

EXAME – Muitas empresas têm bons negócios no mundo real, mas pecam no virtual, especialmente em relação à entrega. Como funcionará a da C&A?

Paulo Correa – Nos preparamos bastante para isso, com a missão de cumprir o que combinarmos com as clientes. Em São Paulo teremos entrega expressa, feita no dia seguinte. Nas demais cidades, os prazos são de 3 a 4 dias úteis. A intenção é que a entrega expressa seja expandida logo para outros lugares.

EXAME - Vocês disseram ter desistido do e-commerce em 2003 porque o negócio era incipiente. Porém, agora, os concorrentes já vendem online há tempos. Como os alcançarão?

Paulo Correa – Desistimos na primeira fase por dois motivos principais. Primeiro, a infraestrutura do país era bem diferente da que temos hoje. Segundo, o nível de interesse das pessoas por compras online era bem menor, por isso o negócio não tinha relevância.

Agora, vamos avançar da mesma maneira como fazemos no mundo físico: com intensidade forte de lançamento de coleções, maior sortimento e relação de valor percebido, e, principalmente, por meio do relacionamento que temos com as clientes.

Não vamos começar do zero. Vamos levar a experiência que temos para a web. O fato de ter presença nacional nos ajudará muito. 

EXAME - E em relação à concorrência com os sites de moda chineses?

Paulo Correa – Confiamos na relação que criamos com as consumidoras nos 38 anos de atuação no país. Ninguém conhece tão bem a mulher brasileira como nós.

EXAME - Não acham que demoraram muito para retomar as vendas online?

Paulo Correa - Honestamente, acho que poderíamos ter entrado antes (no e-commerce), acho que essa pergunta vale para qualquer negócio em qualquer momento.

O que sentimos é que estamos preparados hoje para entrar no negócio e esse tempo não fará grande diferença porque temos confiança na marca e sortimento que temos. 

Acompanhe tudo sobre:C&AComércioe-commerceEmpresasFast fashionIndústria de roupasModaVarejo

Mais de Negócios

Startup cria "programa de fidelidade" para criadores de conteúdo e times de futebol

Sem antenas, mas com wi-fi: esta startup chilena quer ser a "Netflix" da TV aberta

Esta empresa carioca fará R$ 100 milhões servindo (uma boa) comida de hospital

O retorno dos CDs e LPs? Lojas de música faturam R$ 14,7 milhões no e-commerce em 2024