Negócios

Demitidos da Mercedes-Benz protestam em frente à montadora

Trabalhadores estão acampados em frente à fábrica para protestar contra 500 demissões


	Trabalhadores mantêm mobilização na Mercedes em protesto contra demissões
 (Roberto Parizotti/ SMABC)

Trabalhadores mantêm mobilização na Mercedes em protesto contra demissões (Roberto Parizotti/ SMABC)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2015 às 18h14.

São Paulo - Cerca de 300 trabalhadores demitidos pela Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, estão acampados em frente à fábrica para protestar contra o desligamento de 500 dos 715 funcionários que estavam em lay-off (suspensão do contrato de trabalho).

Eles estão se revezando em três turnos, com 12 barracas. 

Enquanto isso, 250 funcionários estão em regime de lay-off e 7 mil em férias coletivas, de um total de 10,5 mil na unidade, onde são fabricados caminhões, chassis de ônibus e motores.

Os trabalhadores que estão de férias têm retorno previsto para a próxima segunda-feira (15).

O coordenador-geral do Comitê Sindical dos Trabalhadores, ligado ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Angelo Máximo de Oliveira Pinho, conhecido como Max, destacou que as demissões não afetam apenas os funcionários e suas famílias, mas todo o comércio do entorno, que depende dos empregados.

“Essa é uma demissão em massa, e queremos dialogar com a sociedade, pedindo sua solidariedade, e com a empresa para que ela perceba a responsabilidade que tem com cada demissão”.

Apesar das alegações da empresa sobre o excedente de mão de obra, Max disse que as demissões não eram esperadas, e todas as tentativas dos funcionários, nos momentos de negociação com a Mercedes-Benz, eram para que se encontrasse alternativas para driblar a crise.

“A empresa começou a colocar que a única coisa a fazer era a demissão, porque já não havia mais o que fazer, e na última reunião, no dia 25, nos obrigaram a organizar várias ações. Acreditamos que se não fizermos nada há a possibilidade de mais demissões”, acrescentou.

Max disse que os trabalhadores reconhecem que há uma retração no mercado, mas lembrou que não é a primeira vez que isso acontece.

“Esses períodos são momentâneos, e nós acreditamos em uma retomada da economia e do mercado de veículos. Também acreditamos que temos como construir alternativas para preservar os empregos. A empresa está perdendo mão de obra qualificada e gente experiente dentro do processo produtivo da fábrica”, enfatizou.

Por meio da assessoria de imprensa, a Mercedes-Benz reitera que, devido à forte queda de vendas de caminhões e ônibus no mercado brasileiro, desde o ano passado, teve que encerrar o contrato de trabalho de parte do grupo de colaboradores em lay-off na fábrica de São Bernardo do Campo.

“Esse grupo estava em lay-off há mais de um ano, com salários, benefícios e qualificação profissional assegurados, sendo que desde dezembro de 2014 a empresa assumiu integralmente todos os custos para manter esse grupo em lay-off com remuneração garantida”.

A empresa ressaltou que também ofereceu, por mais de um ano, diversas oportunidades de saídas da empresa, por meio de planos de demissão voluntária (PDVs), com o máximo possível de benefícios financeiros, e a pedido do sindicato reabriu, no último dia 29, o PDV encerrado em 15 de maio, mantendo até a última segunda-feira (1º) a possibilidade de os envolvidos saírem da empresa com mais vantagens financeiras.

A montadora comunicou que “diante da contínua queda das vendas e da produção, a empresa concedeu férias coletivas para todas as áreas produtivas no período de 1º a 15 de junho. Com a falta de previsão de retomada do crescimento econômico e a impossibilidade de manter toda a sua força de trabalho, infelizmente, a Mercedes-Benz do Brasil teve de [fazer] essas demissões”.

A empresa revelou também que ainda tem excedente de aproximadamente 1.750 pessoas na fábrica.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasDemissõesDesempregoEmpresasEmpresas alemãsgestao-de-negociosMercedes-BenzMontadorasPolítica no BrasilProtestosSão Bernardo do Campo (SP)

Mais de Negócios

Esta empresa PME superou todo tipo de desafio para conquistar um grande cliente

Bezos investe em startup que quer criar ‘cérebro’ para robôs

Os criadores do código de barras querem investir em startups brasileiras de olho no futuro do varejo

Marca de cosméticos naturais Laces aposta em 'ecossistema' para chegar a 600 salões e R$ 300 milhões