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Delação pode obrigar Eletrobras a reforçar investigação

A estatal tem conduzido investigações internas sobre corrupção desde pouco após o início da Operação Lava Jato

Eletrobras: o presidente da elétrica estatal disse que a equipe da investigação segue mobilizada e aguarda os desdobramentos da delação da Odebrecht (Nadia Sussman/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 31 de março de 2017 às 16h45.

São Paulo - Revelações de executivos da Odebrecht à Justiça poderão obrigar a Eletrobras a promover uma devassa sobre os contratos e finanças da hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, que tem o conglomerado de construção civil como um dos principais sócios, disse a jornalistas nesta sexta-feira o presidente da elétrica estatal.

A estatal tem conduzido investigações internas sobre corrupção desde pouco após o início da Operação Lava Jato, em que autoridades brasileiras investigam um enorme escândalo que envolve partidos políticos, empreiteiras e empresas estatais e privadas no país.

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Mas essas apurações, comandadas pelo escritório especializado Hogan Lovells, não tiveram acesso a todos os dados de Santo Antônio, onde os sócios conseguiram travar o processo porque a Eletrobras é minoritária no empreendimento.

O presidente da elétrica estatal, Wilson Ferreira Jr., disse que a equipe da investigação segue mobilizada e aguarda os desdobramentos da delação da Odebrecht para avaliar as medidas que serão tomadas.

"No momento em que essas coisas se configurarem, aí nós teremos inclusive um argumento para poder fazer o que não foi feito lá atrás.... Eu acho até que talvez mais do que isso, talvez a Eletrobras até seja obrigada a fazer (uma investigação)", afirmou.

Ele ressaltou que Santo Antônio foi o único dos grandes empreendimentos da companhia a não passar por escrutínio das equipes contratadas para apurar as denúncias de corrupção na estatal.

"Não conseguimos entrar para fazer a apuração, não foi nos dado acesso. Os advogados, o time de investigadores não investigou Santo Antônio, porque eles judicialmente impediram que a gente fizesse isso... precisaria ser objeto de uma investigação para apurar", afirmou.

Ele disse que tem acompanhado os supostos vazamentos da delação dos executivos da Odebrecht pela imprensa e que profissionais ligados às investigações têm acompanhado atentamente cada novidade.

Ação nos EUA

A Eletrobras vai se defender de uma ação coletiva movida por acionistas e aceita pela Justiça dos Estados Unidos com o argumento de que a companhia foi vítima dos casos de corrupção investigados na empresa pelas autoridades brasileiras, disse a jornalistas nesta sexta-feira o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr., após evento com acionistas em São Paulo.

"Isso está muito no início, o que eles fizeram foi aceitar a ação coletiva, e agora começa o processo, mas em fase extremamente preliminar...", disse Ferreira Jr..

"A Eletrobras é vítima nesse processo e tem feito todas responsabilizações. De executivos (envolvidos nos casos), alguns foram presos e outros demitidos da companhia, todos que estavam envolvidos... o que temos a nosso favor é a ação e a previdência que a companhia teve em todas instâncias do processo", comentou ele, acrescentando que a empresa está colaborando com as autoridades que investigam o caso.

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