Redação Exame
Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 14h35.
Enquanto analistas especulam sobre uma possível bolha no setor de inteligência artificial, a Databricks, empresa de análise de dados com sede em São Francisco, reforça que o entusiasmo do mercado segue em alta. Segundo reportagem do Inc., a companhia está em negociações para levantar US$ 5 bilhões, o que elevaria sua avaliação de mercado para US$ 134 bilhões.
Fundada em 2013, a Databricks ganhou notoriedade como plataforma de análise de dados baseada em nuvem, mas nos últimos anos expandiu seu foco para o desenvolvimento de soluções de IA voltadas à eficiência corporativa. Hoje, seu portfólio de clientes inclui nomes como NBA, AT&T, Shell e até agências governamentais, uma base que sustenta sua ambição de crescimento em um mercado altamente competitivo. As informações foram retiradas de Inc.
O movimento da Databricks ocorre em um cenário desafiador. Embora a IA seja vista como uma das maiores promessas para a próxima década, muitos investidores estão cautelosos.
O próprio CEO e cofundador da empresa, Ali Ghodsi, reconheceu recentemente que o mercado pode estar nos estágios iniciais de uma bolha. “A única coisa que não sei é se haverá uma grande correção, o que poderia nos fazer retroceder”, afirmou Ghodsi durante uma conferência em setembro, segundo The Information.
Ainda assim, a Databricks parece ter conquistado a confiança de fundos dispostos a apostar alto em seu modelo de negócios. Até o momento, a empresa já captou US$ 19,66 bilhões em rodadas anteriores, segundo dados da PitchBook, e uma nova captação pode ser o último passo antes de um aguardado IPO — processo pelo qual uma empresa abre seu capital e vende suas ações pela primeira vez ao público — em 2026.
Um dos principais atrativos da Databricks para o mercado financeiro é sua performance sólida mesmo em um ambiente de alto custo operacional. A previsão é que a companhia alcance US$ 4,1 bilhões em vendas neste ano, um salto de 55% em relação ao ano anterior. Além disso, a empresa mantém fluxo de caixa positivo, um diferencial importante, considerando que muitas startups de IA ainda operam com queima intensa de capital, especialmente diante dos crescentes custos de infraestrutura e data centers.
Esse dado é relevante para o público de finanças corporativas, pois mostra como modelos baseados em IA podem não apenas escalar rapidamente, mas também garantir retorno financeiro sustentável, algo essencial para investidores institucionais e executivos de finanças que buscam segurança em um mercado de alto risco.
O cenário ao redor da Databricks se torna ainda mais interessante quando comparado a outras empresas do setor. A Snowflake, por exemplo, tem capitalização de mercado em torno de US$ 85 bilhões. Já a CoreWeave, avaliada em US$ 38 bilhões, ilustra a corrida por infraestrutura de computação para IA generativa.
Essas cifras refletem uma mudança estrutural nas estratégias de avaliação de empresas de tecnologia. Hoje, não basta oferecer um bom produto: é preciso demonstrar escalabilidade, domínio sobre dados e capacidade de aplicar inteligência artificial de forma eficiente aos processos de negócio. A Databricks, ao prometer justamente isso, e com resultados financeiros para provar —, se posiciona como um modelo a ser observado de perto por CFOs, analistas e gestores de fundos.
Para os profissionais de finanças corporativas, o caso da Databricks oferece lições claras sobre a importância de entender e acompanhar os ciclos de investimento em tecnologias emergentes. Mais do que uma tendência, a inteligência artificial está moldando a forma como empresas são avaliadas, como capital é alocado e como retornos são projetados.
Além disso, o domínio sobre soluções de IA deixou de ser um diferencial técnico para se tornar um fator crítico no planejamento estratégico financeiro. Saber avaliar riscos e oportunidades em rodadas de investimento, entender a viabilidade de IPOs em setores disruptivos e acompanhar a performance de empresas que atuam com IA são hoje competências fundamentais para quem atua na alta gestão.
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