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De professor universitário a empreendedor: como ele criou uma empresa que fatura R$ 2 milhões

Criada para acompanhar a jornada dos alunos de medicina, a Rade, de Pernambuco, deve chegar a 100.000 mil usuários

Francisco Santos: "Queremos ser um ecossistema amplo com possibilidades reais de transformação da realidade de estudantes" (RADE/Divulgação)
Estímulo

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Publicado em 30 de novembro de 2023 às 08h50.

Francisco  Santos, professor e empreendedor de 41 anos sempre esteve envolvido em atuações relacionadas à tecnologia, educação e saúde. Depois de passar onze anos na Fiocruz, entre mestrado, doutorado e pós-doutorado, o especialista em saúde pública apostou no empreendedorismo para sanar uma lacuna existente nos programas de estágio e residências médicas no país.

A mudança veio após uma experiência ruim em 2017 quando coordenava um programa de residência em uma cidade no interior de Pernambuco. Uma das residentes teve um embate com a gerente de unidade de saúde. O incidente tomou grandes proporções, inclusive políticos, e levou ao fechamento do campo prático para todos os estudantes da cidade. Como efeito, mais de 3.500 futuros profissionais não realizaram suas atividades no campo de estágio na secretaria de saúde.

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Um ano depois, ele criou a RADE Soluções e Consultoria, cujo nome é abreviação de Rede de Avaliação do Desenvolvimento do Estudante. O negócio foi criado como uma ferramenta para fazer o acompanhamento de toda a jornada dos estudantes no ensino médico, principalmente em atividades externas.

Como funciona o negócio da Rade

Com o intuito de apoiar alunos, profissionais envolvidos na formação, campos de prática e instituições de ensino, a empresa permite a inclusão das atividades práticas, como documentos, registros digitais e o gerenciamento de informações diversas. Na essência, a Rade procura digitalizar informações que, na maioria das vezes, estavam em fichas físicas.

Ao longo dos anos, a empresa começou a incorporar mais tecnologia na plataforma, lançou  aplicativos e ainda desenvolveu um serviço de consultoria, fomentando a mudança de cultura e incorporação dos serviços pelos ambientes econômicos.

“Com a incorporação de todos no mesmo ecossistema em atividades de integração, ensino e serviço, nós podemos gerar informações em tempo real e com acesso a dados de acordo com o perfil e interesse”, afirma Santos.

A empresa chegou em 2023 com o serviço contratado por cinco cursos de medicina e uma base de 10.000 alunos, sendo mais de 2.000 médicos em pós-graduação, fellowship e residências. Em 2024, a companhia se prepara para receber novos públicos. A Rade fechou com outros 20 cursos, que devem trazer mais de 90.000 usuários logo no primeiro trimestre.

Quais são os próximos passos da empresa

O ano vai marcar também, segundo o empreendedor, a entrada da empresa em outras áreas de ensino, como direito, pedagogia e licenciaturas em geral.

Para chegar na atual fase, a Rade precisou transformar o modelo de negócio.  No ano passado, a startup incorporou novas tecnologias à plataforma e ao aplicativo. Os recursos permitem a análise de dados e a construção de indicadores em tempo real para que as dores dos estudantes e das instituições educacionais possam ser resolvidas diretamente nesses canais.

Uma ajuda importante nesta jornada de empreendedorismo veio do Estímulo, fundo de impacto para empreendedores. Em meio à remodelagem do negócio, Santos teve que lidar com adversidades provocadas por eventos externos. O estado de Pernambuco foi assolado por chuvas que causaram muitos danos em cidades da região em 2022.

Para o negócio, o impacto veio em forma de inadimplência. Foi aí que o empreendedor levantou R$ 30.000, recurso suficiente para o capital de giro e que a Rade pudesse manter os seus planos transformacionais.

Após os desafios, o ano de 2023 representou um momento de virada de chave para a empresa, com projeção de faturamento em R$ 2 milhões, 789% em comparação com o valor de R$ 225.000 registrado em 2022. E 2024, pelos cursos já contratados, deve alavancar ainda mais os números.

“Agora, a Rade está se preparando para a ampliação da incorporação de novas tecnologias, especialmente advindas da AI. Queremos ser não apenas um produto ou serviço, mas um ecossistema amplo com possibilidades reais de transformação da realidade de estudantes, empresas, poder público e instituições de ensino”, diz.

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