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De olho na recuperação, Telefônica Brasil planeja reajustar preços

A empresa, que opera sob a marca Vivo, pretende elevar os preços no segmento pós-pago em agosto e no plano controle no quarto trimestre

Na divisão de telefonia fixa, a companhia vê a receita média por usuário crescer com a expansão do serviço de banda larga conhecido como fiber-to-the-home (FTTH) (Susana Vera/Reuters/Reuters)

Na divisão de telefonia fixa, a companhia vê a receita média por usuário crescer com a expansão do serviço de banda larga conhecido como fiber-to-the-home (FTTH) (Susana Vera/Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de julho de 2019 às 15h11.

A Telefônica Brasil planeja ampliar as receitas no segundo semestre por meio de reajustes nos preços de planos de telefonia móvel, apostando em uma recuperação econômica mais vigorosa nos próximos meses, disse nesta quarta-feira o presidente-executivo da companhia, Christian Gebara.

A empresa, que opera sob a marca Vivo, pretende elevar os preços no segmento pós-pago em agosto e no plano controle no quarto trimestre, acrescentou o executivo.

"Estamos muito otimistas em relação ao país e ao segmento móvel no segundo semestre do ano", disse Gebara a analistas e investidores em uma teleconferência para discutir os resultados do segundo trimestre, que superaram as expectativas do mercado, apesar de um tombo de 55% no lucro líquido.

Ele afirmou que a operadora espera que as concorrentes sigam uma estratégia mais racional em relação aos preços, em especial no serviço pré-pago. A Telefônica Brasil também está apostando na venda de aparelhos para impulsionar a receita nos próximos meses, segundo Gebara. "Estamos trabalhando em nosso estoque e esperamos competir com as varejistas", contou.

Banda larga e fibra ótica

Na divisão de telefonia fixa, a subsidiária brasileira da espanhola Telefónica vê a receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) crescer conforme expande o serviço de banda larga conhecido como fiber-to-the-home (FTTH).

"Seremos capazes de aumentar as margens no futuro ao levarmos a tecnologia FTTH para o maior número de cidades possível", disse Gebara, observando que a empresa está disposta a avaliar alternativas para acelerar esse processo, incluindo o compartilhamento de infraestrutura com outras empresas.

Na terça-feira, a Telefônica Brasil assinou um memorando de entendimento (MoU) com a operadora rival TIM Participaçõespara discutir o compartilhamento de infraestrutura no serviço móvel, a fim de possivelmente expandir a cobertura 4G para mais cidades. "Temos 90 dias para definir o alcance do acordo, então ainda é muito cedo para estimar o impacto disso no nosso negócio", explicou o executivo.

Crescimento por aquisição

Apesar do atual foco em crescimento orgânico, ele comentou que a empresa está avaliando as oportunidades de aquisição, incluindo a Copel Telecom, uma unidade da empresa de serviços públicos Copel, e a operadora estatal Sercomtel, ambas sediadas no sul do Brasil.

A Telefônica Brasil também planeja participar de todos os leilões de espectro no próximo ano, incluindo o de frequência 5G, programado para março, informou o executivo, sem entrar em detalhes sobre os investimentos previstos para 2019.

Resultados

No início desta quarta-feira, a empresa registrou um lucro líquido de 1,42 bilhão de reais no segundo trimestre, acima da estimativa média de analistas de 1,338 bilhão de reais compilada pela Refinitiv, apesar da estagnação da receita e da acirrada concorrência no setor.Analistas do Bradesco BBI consideraram os resultados da Telefônica Brasil em linha com as expectativas, mas destacaram a desaceleração em receitas de serviço móvel.

"Continuamos céticos sobre a melhora significativa nesta frente, já que a Vivo precisa defender sua participação de mercado dominante no pós-pago, à medida que a TIM e a Claro melhoram suas operações", escreveram os analistas em relatório divulgado nesta quarta-feira.As ações da Telefônica Brasil reverteram perdas anteriores e subiam 0,6%, a 53,82 reais.

Até agora, neste ano, suas ações subiram mais de 23%, superando o desempenho da rival TIM, que avançou menos de 5% desde o começo de 2019.

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