Negócios

Danone estreia em sucos para competir com Del Valle

Empresa lança extensão do tradicional Activia, seu principal produto, para abocanhar parte de um setor que cresce acima da média de bebidas

Activia Néctar de Frutas: Danone investe em sucos e faz lançamento mundial no Brasil (Divulgação)

Activia Néctar de Frutas: Danone investe em sucos e faz lançamento mundial no Brasil (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2011 às 12h16.

São Paulo – O mercado de sucos prontos, dominado pela Del Valle, da Coca Cola, ganha nesta semana um novo competidor. E de peso. A Danone estreia no segmento com o Activia Néctar de Frutas, que será inicialmente comercializado em 2.500 pontos de venda no estado de São Paulo. A ideia surgiu quando o grupo pensava numa estratégia para ampliar a atuação da Activia, tradicional iogurte da Danone, que representa 40% dos produtos vendidos pela empresa no Brasil. Em até oito meses, a empresa espera que os sucos correspondam a 10% do volume comercializado da marca Activia.

A força da marca é o principal ativo para impulsionar a nova empreitada da Danone num mercado que, no primeiro semestre do ano passado (dados mais recentes disponíveis da Nielsen), teve vendas de 2 bilhões de reais. Para os especialistas, isso se deve a um público específico. “A característica de ser saudável que a Activia tem é uma arma forte. O principal comprador nessa categoria é a mulher e ela levará o produto para o consumo familiar”, diz Eugenio Foganholo, da consultoria Mixxer. “As categorias de bebida no Brasil são concentradas, à exceção de sucos. Por isso grandes empresas como estão investindo.”

A Coca-Cola ainda mantém a liderança com a Del Valle, além de contar com as marcas Sucos Mais, Minute Maid e Kapo – todas sob o chapéu da Del Valle. A Unilever produz o Ades desde 1997. No ano passado, o empresário Gabriel Salomão lançou a VivaFrut, depois de vender sua participação na Del Valle para a Coca-Cola.

Lançamento mundial no Brasil - Por enquanto, o Brasil será um mercado de laboratório para a Danone, que trabalhou por dois anos no desenvolvimento do produto (o valor investido não foi divulgado). A empresa espera que, daqui a um ano, os sucos sejam produzidos em outras unidades do mundo. “Alguns países, como Argentina e Chile, já querem importar, mas temos que esperar”, disse a EXAME.com Ricardo Vasques, diretor de marketing da Danone. “O suco é consumido junto com as refeições, ao contrário do iogurte, e isso pode aumentar a procura pelo produto.”

A Danone deixou de fora de seus planos tornar os sucos uma unidade de negócio, como aconteceu com iogurtes, água e nutrição. Mas o potencial do mercado pode fazer a empresa rever seus planos. “O setor de sucos tem crescido acima da média geral do setor de bebidas”, diz Bernardo Canella, analista da Nielsen.

A tomada do Brasil à frente do projeto reforça a importância do mercado nacional. Há dois anos, o mercado brasileiro era o oitavo maior para a Danone. Hoje é o quarto, atrás de Espanha, França e Estados Unidos. Entre 2010 e 2009, o crescimento da Danone no país foi de 20%. Agora com os sucos, a empresa dá continuidade na estratégia de depender menos de iogurtes e abocanhar um setor que até agora foi pouco explorado.

Acompanhe tudo sobre:DanoneDiversificaçãoEmpresasEmpresas francesasInvestimentos de empresas

Mais de Negócios

Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 bi

Bezos economizou US$ 1 bilhão em impostos ao se mudar para a Flórida, diz revista

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados