Negócios

Daimler e Jaguar alertam sobre vendas menores por crise de chips

A falta de chips automotivos que começou em dezembro, quando a demanda de consumidores por dispositivos pessoais disparou em meio às restrições da pandemia, continuou neste ano e gerou a preocupação de que o problema persistirá em 2022

 (TimeStopper/Getty Images)

(TimeStopper/Getty Images)

B

Bloomberg

Publicado em 6 de julho de 2021 às 14h27.

Daimler e Jaguar Land Rover agora fazem parte do grupo de montadoras que alertaram sobre a redução das vendas como resultado da escassez global de semicondutores. No caso da Jaguar, as entregas no segundo trimestre ficarão 50% abaixo da previsão inicial.

As ações da Tata Motors, controladora da fabricante britânica de carros de luxo, chegaram a cair 10% em Mumbai, a maior queda intradiária em quase três meses, enquanto os papéis da Daimler, dona da Mercedes-Benz, também perderam terreno em Frankfurt.

A falta de chips automotivos que começou em dezembro, quando a demanda de consumidores por dispositivos pessoais disparou em meio às restrições da pandemia, continuou neste ano e gerou a preocupação de que o problema persistirá em 2022.

A escassez ameaça reduzir as vendas da indústria automotiva em US$ 110 bilhões, segundo previsão da consultoria AlixPartners em maio, e obrigou fabricantes de automóveis a reformularem o modelo de compras de componentes eletrônicos que se tornaram essenciais para o design contemporâneo de veículos.

“A falta de chips atualmente é muito dinâmica e difícil de prever”, disse a Jaguar Land Rover (JLR). “Esperamos que algum nível de escassez continue até o final do ano e além.”

A Mercedes-Benz, maior marca de carros de luxo do mundo, disse na terça-feira que as entregas durante o segundo trimestre foram “significativamente” reduzidas pela falta de chips, limitando o salto de 27% da demanda. A escassez foi particularmente evidente no mês passado, e a montadora acredita que a crise da cadeia de suprimentos persistirá durante os próximos dois trimestres, acrescentou a Mercedes.

A dupla segue os passos da maior montadora da China, que também cortou a produção de veículos como resultado da crise. A SAIC Motor reduziu a meta no atacado em cerca de 500 mil carros no primeiro semestre, segundo informou a Bloomberg News na segunda-feira. Outras montadoras, como Nissan Motor, Hyundai Motor e Volkswagen avisaram que a queda dos estoques devido à escassez de semicondutores continuará pressionando as vendas em meados do ano.

Nos Estados Unidos, as vendas de automóveis também perderam força. De um ritmo anual quase recorde de 18,6 milhões de veículos em abril, as vendas desaceleraram para 17,1 milhões em maio e 15,7 milhões em junho, segundo estimativa de Emmanuel Rosner, analista do Deutsche Bank.

No entanto, a escassez de chips também pode ter um lado positivo. A JLR disse que vai priorizar a produção de “veículos com margens mais altas” enquanto a crise persistir, enquanto na Ford a menor disponibilidade de veículos novos elevou os preços de carros usados e aumentou o lucro na unidade de financiamento.

Não perca as últimas tendências do mercado de tecnologia. Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaChipsDaimlerJaguarMercedes-Benz

Mais de Negócios

Você já usou algo desta empresa gaúcha que faz R$ 690 milhões — mas nunca ouviu falar dela

Ela gastou US$ 30 mil para abrir um negócio na sala de casa – agora ele rende US$ 9 milhões por ano

Ele só queria um salário básico para pagar o aluguel e sobreviver – hoje seu negócio vale US$ 2,7 bi

Banco Carrefour comemora 35 anos de inovação financeira no Brasil