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Escassez global de chips começa a atingir indústrias além da eletrônica

Escassez de semicondutores está impactando indústria pesada de alumínio, com redução na demanda do setor automotivo, que cortou produção

Semicondutor: escassez de material é causada por forte demanda por eletrônicos e carros cada vez mais sofisticados (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Semicondutor: escassez de material é causada por forte demanda por eletrônicos e carros cada vez mais sofisticados (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 15h11.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 16h12.

A escassez mundial de semicondutores que paralisou algumas linhas de produção de montadoras começa a causar preocupação no mercado de alumínio, quando os principais fornecedores se preparam para uma potencial queda das vendas.

A Norsk Hydro, maior fornecedora de alumínio europeia, diz que as montadoras mantiveram as compras, mas a demanda pode ser impactada se a escassez continuar, disse o diretor financeiro da empresa, Pal Kildemo, em entrevista à Bloomberg TV na sexta-feira.

O déficit global de semicondutores é causado pela explosão da demanda por eletrônicos e veículos cada vez mais sofisticados, que processam grandes quantidades de dados. Enquanto isso, gargalos de fornecimento relacionados à pandemia agravaram o problema, o que levou fabricantes de chips a investirem bilhões de dólares em novas unidades para lidar com o aperto, mas a perspectiva deve piorar até que a situação seja aliviada.

A escassez de chips deve eliminar US$ 61 bilhões em vendas apenas das montadoras, mas, embora difícil de quantificar neste estágio inicial, o impacto para a indústria eletrônica pode ser muito maior.

Qualquer queda das vendas seria um golpe para a Norsk Hydro, que superou as estimativas de lucro no quarto trimestre com a recuperação das vendas para os setores automotivo e de construção. Como um metal amplamente utilizado em carros e aviões, o alumínio foi atingido de forma particularmente forte nos primeiros estágios da crise e sua recuperação ficou abaixo de outros metais, incluindo o cobre e o estanho.

Por enquanto, as vendas automotivas são um ponto positivo para a empresa, mesmo com restrições e novas variantes do coronavírus ameaçando a demanda.

“Com base em nosso diálogo com os clientes, eles não estão reduzindo as compras” devido à escassez de chips, disse Paldemo à Bloomberg TV. “Vemos crescimento das vendas automotivas, e isso realmente sustenta a demanda por alumínio.”

Mas, se a escassez de chips se prolongar, o risco é que as vendas de alumínio para montadoras possam cair drasticamente se mais linhas de produção forem paralisadas.

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