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Cruzeiro do Sul cresce emprestando dinheiro para funcionários públicos

O Banco Cruzeiro do Sul, pequena instituição financeira paulista especializada em empréstimos para funcionários públicos, lucrou no ano passado 10 milhões de reais, o que representou retorno de 13% sobre o patrimônio líquido no final do período, de 75 milhões de reais. Para 2003, o banco espera aumentar o patrimônio para 90 milhões de reais […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

O Banco Cruzeiro do Sul, pequena instituição financeira paulista especializada em empréstimos para funcionários públicos, lucrou no ano passado 10 milhões de reais, o que representou retorno de 13% sobre o patrimônio líquido no final do período, de 75 milhões de reais. Para 2003, o banco espera aumentar o patrimônio para 90 milhões de reais e obter retorno de 20%.

O crescimento do banco é atribuído principalmente a um acordo fechado em outubro de 2001 com a americana GE Capital, braço financeiro da General Electric, que possui ativos da ordem de 425 bilhões de dólares. Com ele, a disponibilidade para empréstimos do Banco Cruzeiro do Sul passou de 160 milhões de reais para 600 milhões de reais. Nós entramos com o conhecimento do mercado e eles, com dinheiro , disse o presidente do banco, Luis Felippe Índio da Costa, nesta manhã na sede da instituição, em São Paulo.

O Cruzeiro do Sul é um dos cinco maiores bancos que atuam com operações de crédito consignado à folha de pagamento do funcionalismo público. O líder do mercado é o Banco do Brasil, seguido pela Caixa Econômica Federal, pelo ABN Amro Real e pelo mineiro BMG. O negócio diferencia-se dos demais empréstimos pelo baixo risco de crédito das operações. O funcionário público não perde o emprego e não fica sem ganhar o salário. O que acontece às vezes é ele receber com atraso , diz Costa. Mas sempre recebe. Por isso as perdas efetivas do banco são muito baixas, em torno de 0,4% dos empréstimos. Bancos de porte semelhante podem ter perdas ao redor de 2,5%.

Os clientes do banco são funcionários da administração direta ou indireta nos três níveis, federal, estadual e municipal. Para poder emprestar-lhes dinheiro, o banco precisa fazer convênio com o governo ou a autarquia em que trabalham e obter um código de atuação. Em 2002, o Cruzeiro do Sul tinha 104 convênios, em 15 Estados brasileiros. Para este ano, o banco pretende atingir os funcionários civis federais (já atende às Forças Armadas), por meio de uma entidade de previdência privada, a Prevcorp. São 2 milhões de pessoas com média salarial de 1 300 reais. Há tanto espaço para crescer no funcionalismo público que por enquanto não vale a pena diversificar nossas atividades , diz Costa.

A média dos empréstimos varia entre 1 500 reais e 2 000 reais. O prazo máximo é de 36 meses, mas a maior parte se concentra em 24 meses. As taxas cobradas são competitivas em relação a outras opções, como o cheque especial ou o cartão de crédito, embora não possam ser consideradas baixas. Para empréstimos de 36 meses, os juros estão ao redor de 4% ao mês. Não há outras taxas, já que o banco não exige a abertura de conta corrente nem vende outros produtos ao funcionalismo. Tudo está embutido nos juros , diz Costa.

Para os analistas do setor, o crescimento do Banco Cruzeiro do Sul é saudável. O lucro de 10 milhões de reais de 2002 é considerado bom pelo porte do banco e também porque é proveniente quase exclusivamente de operações de crédito. O banco é bem focado e sua política de obtenção de ganhos é relativamente conservadora , diz Rodrigo Indiani, analista financeiro da Austin Asis, de São Paulo. Isso significa que suas operações são rentáveis e menos sujeitas a volatilidade. Nos demais bancos comerciais brasileiros, os lucros têm vindo 50% de operações de crédito e 50% de compra e venda de títulos mobiliários.

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