Dr. Cannabis: empresa faz uso de telemedicina para a prescrição de cannabis no Brasil (Uriel Sinai/Getty Images)
Janaína Ribeiro
Publicado em 30 de setembro de 2020 às 18h52.
Última atualização em 30 de setembro de 2020 às 19h23.
A plataforma de crowdfunding SMU está liderando a segunda rodada de captação de investimentos para a Dr. Cannabis — empresa voltada para o acesso a produtos à base de cannabis no Brasil. O objetivo é angariar 2 milhões de reais até os próximos 15 dias. Os investimentos começam na casa dos 5.000 reais, e aos investidores, será concedido 25% de desconto no valuation futuro da empresa.
O contrato de investimento coletivo tem a opção de conversão em participação na companhia no prazo de três anos.
De acordo com estudo da The New Frontier Data, a estimativa é que o Brasil alcance o número de 3,4 milhões de pacientes por ano, podendo gerar um negócio de 4,3 bilhões de reais anualmente.
A empresa, que é pioneira no uso de telemedicina para a prescrição de cannabis no Brasil, conta com 3.000 médicos e 20.000 pacientes. Agora, se prepara para lançar ferramentas de apoio à prescrição médica de cannabis com inteligência artificial.
Segundo a CEO da Dr. Cannabis, Viviane Sedola, a empresa pode faturar até 128 milhões de reais como canal de propaganda médica para a indústria de cannabis, além de funcionar como ferramenta de educação para a indústria.
Regulamentação
Em dezembro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou a regulamentação do registro e da venda de medicamentos à base de cannabis (maconha) em farmácias e drogarias no Brasil. A diretoria da agência decidiu vetar, porém o plantio da erva em território nacional para fins científicos e medicinais.
Em abril, houve o primeiro registro pela Anvisa. Trata-se de um fitofármaco que possui canabidiol e concentração inferior a 0,2% de THC, substância com efeitos psicotrópicos. O produto pode ser vendido nas farmácias, desde que haja prescrição médica. A Anvisa afirma que o fármaco será usado para casos em que não haja alternativa terapêutica, mas não especificou quais doenças seriam beneficiadas.