Boeing vem passando por fiscalizações nos EUA e isso está atrasando as entregas de aviões (indsey Wasson/Reuters)
Redação Exame
Publicado em 18 de março de 2024 às 10h01.
A crise da Boeing em 2024 está afetando companhias aéreas e passageiros, já que os atrasos na produção da fabricante de aviões norte-americana interfere diretamente no setor das viagens aéreas comerciais, que tenta se reerguer depois do período da pandemia.
Segundo informações da Bloomberg, United Airlines, Southwest Airlines e Ryanair estão entre as empresas que se esforçam para responder à redução das entregas da Boeing, já que a fabricante de aviões se concentra em corrigir os lapsos de qualidade expostos pelo acidente de 5 de janeiro em um voo da Alaska Airlines e outros problemas de segurança que aconteceram depois.
Com a movimentada temporada de viagens de verão em vista (na metade do ano no hemisfério norte), as companhias aéreas dizem que estão reduzindo os horários e procurando alternativas para os modelos 737 que já encomendaram.
Até mesmo a Boeing parece não ter certeza de quando os aviões estarão prontos, já que suas fábricas estão sendo fiscalizadas de forma recorrente após uma série de problemas, o que significa que a empresa não pode fazer nenhuma previsão de quando as coisas poderão voltar ao normal.
A Airbus, principal concorrente da Boeing, também está operando no limite até pelo menos o final da década. Então, não há muito para "onde fugir" pelo lado das companhias aéreas recorrerem. Assim como a Boeing, o fabricante europeu de aviões tem lutado para aumentar a produção de volta aos níveis pré-pandêmicos.
Em um comunicado, a Boeing disse que a empresa está "totalmente focada na implementação de mudanças para fortalecer a qualidade em todo o nosso sistema de produção e em levar o tempo necessário para entregar aviões de alta qualidade que atendam a todos os requisitos regulatórios".
Na Europa, a Ryanair disse que terá 17 jatos Boeing a menos do que havia previsto antes do final de junho. Isso resultará em uma programação de verão mais enxuta e 5 milhões de passageiros a menos este ano. A companhia aérea planeja aumentar os preços em até 10% e reduzir os serviços de Dublin, Milão e Varsóvia.
A agência Amex Global Business Travel projeta que as tarifas da classe executiva aumentarão em até 8,5% na movimentada rota de costa a costa durante a alta temporada de verão nos EUA.
Entre Seattle e São Francisco, a previsão é de que os preços tanto da classe executiva quanto da econômica aumentem em até 18% durante o primeiro semestre do ano, de acordo com a Amex, enquanto as tarifas entre Chicago e Las Vegas podem aumentar em 9,6%.