Exame Logo

Crise imobiliária impulsiona empresa de aluguel de escritórios

Com mais de 20 milhões de clientes em todo o mundo, grupo espera crescimento de 19,5% para este ano

Escritório flexível da Spaces na Vila Madalena em São Paulo, do Grupo IWG (Spaces/Grupo IWG/Divulgação)

Karin Salomão

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 17 de outubro de 2017 às 11h08.

São Paulo – O Grupo IWG, de escritórios corporativos, aproveitou a crise econômica para aumentar sua atuação no Brasil. Em expansão nos últimos anos, a previsão para 2017 é de crescimento de 19,5%.

O grupo oferece escritórios flexíveis,e a empresa locatária pode alugar o espaço durante anos, ou apenas por poucos dias, o que não é possível em contratos de locação tradicionais. O IWG também aluga serviços e locais independentes, como salas de reunião, impressoras e auditórios.

Veja também

Com mais de 3.200 unidades em todo o mundo, o grupo já trouxe duas de suas seis marcas ao Brasil, com 56 escritórios. A Regus, com ambiente mais corporativo, e o Spaces, co-working voltado a startups ou negócios mais jovens.

No Spaces são 20 mil clientes em todo o mundo. Na Regus são 20 mil apenas no Brasil e 20 milhões em todo mundo.

O grupo atende desde startups e pequenas empresas a grandes multinacionais que acabaram de chegar ao Brasil. Google e Salesforce são alguns dos exemplos de companhias que, antes de inaugurar seu primeiro escritório no país, alugaram espaços do grupo IWG.

Há também a opção de alugar um escritório virtual. O empreendedor pode usar o endereço de um Spaces ou Regus para colocar no cartão de visitas, receber encomendas e até como endereço postal. Telefonistas atendem o telefone e repassam para o empreendedor, que também pode usar as salas de reunião do local, para passar uma impressão mais confiável.

Essa opção é muito buscada por empreendedores que estão começando seu negócio, afirma Tiago Alves, CEO da IWG para o Brasil.

Escritório flexível da Spaces na Vila Madalena em São Paulo, do Grupo IWG (Spaces/Grupo IWG/Divulgação)

De carona na crise

O presidente diz que as crises econômica e imobiliária não atrapalharam o negócio, pelo contrário. Foram justamente uma ajuda para deslanchar a operação no país. Em 2014, o grupo tinha 43 escritórios na cidade. Em 2016, já eram 46 e, no final de 2017, serão 62 das duas marcas, com crescimento de 19,5% no ano em área.

Com a crise, muitas empresas reduziram suas equipes e, consequentemente, o tamanho dos escritórios. Em vez de continuar pagando aluguel de grandes locais, parcialmente vazios, algumas optaram por ambientes flexíveis, afirma Alves. “O espaço vazio é o mais caro que existe”, diz.

Por conta da flexibilidade no tempo de contrato, as companhias podem aumentar e diminuir o tamanho de suas equipes e escritórios com mais facilidade, informa ele.

A crise também fez com que muitas companhias buscassem formas de reduzir custos. Os espaços do grupo IWG, por concentrarem diversas empresas, conseguem contratos melhores de condomínio, energia e infraestrutura. Assim, podem oferecer uma economia nas despesas.

O momento difícil impactou principalmente o setor imobiliário. Como muitos deixaram de investir, as construtoras, que vinham de um momento de bonança, de repente tinham vários prédios recém-lançados, mas vazios.

Para o grupo, essa era uma ótima oportunidade. Conseguiu contratos melhores com os proprietários dos prédios, que queriam ocupar os espaços vagos. O grupo aluga andares inteiros e os divide em recintos menores, mais acessíveis para empresas que estão reduzindo seu espaço físico.

Novo momento

Hoje, o cenário é outro e o país aos poucos se recupera da crise econômica. Mesmo assim, Alves não se preocupa e afirma que há espaço para ainda mais unidades.

“Em Londres temos 120 centros e, em Nova York, 80. São Paulo tem apenas 27, mas como cidade grande e internacional tem potencial para mais aberturas”, afirmou ele.

Além disso, o grupo prevê um aumento de demanda por escritórios flexíveis. Hoje, menos de 1% dos espaços corporativos do mundo são flexíveis.  Até 2030, a previsão é que 30% dos ambientes corporativos serão flexíveis, incluindo espaços de coworking, incubadoras e aceleradoras, de acordo com uma pesquisa da JLL, empresa de serviços em mercado imobiliário e investimentos, e da consultoria de gestão UnWork.

-(Regus/Grupo IWG/Divulgação)

 

Acompanhe tudo sobre:Ambiente de trabalhoCrises em empresasEscritórios

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame