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Crescimento de 7,5% nas reservas da Petrobras é tímido, segundo analistas

“Na nossa visão, a empresa precisa de mais para estar apta a surfar a onda do petróleo”, diz o relatório do Itaú BBA

Petrobras: reservas provadas subiram para 15,986 bilhões de barris de óleo equivalente em 2010, segundo os critérios da Society of Petroleum Engineers (SPE). (Divulgação/Petrobras)

Petrobras: reservas provadas subiram para 15,986 bilhões de barris de óleo equivalente em 2010, segundo os critérios da Society of Petroleum Engineers (SPE). (Divulgação/Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2011 às 17h01.

São Paulo - As reservas provadas da Petrobras em 2010 mostraram crescimento de 7,5% em relação a 2009 pelo critério ANP/SPE (estabelecidos pela Society of Petroleum Engineers), atingindo 15,283 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), o maior crescimento dos últimos sete anos. Os números mostram bons indicadores de reserva e aceleração na apropriação de reservas ligadas ao pré-sal, segundo relatório da corretora Ativa, assinado pela analista Mônica Araújo. Mas os resultados ainda são tímidos, segundo relatório de Paula Kovarsky e Diego Mendes do Itaú BB.

“Os 5% de adição de reservas sob SEC (critérios da Securities and Exchange Commission) ou de 7,5% no SPE é uma grande conquista em si, mas provavelmente tímida em relação às expectativas do mercado, em nossa opinião, após a declaração de comercialidade de Tupi e Iracema no mês passado”, diz o relatório do Itaú BBA.

Segundo os analistas dessa corretora, a Petrobras oferece taxas de substituição acima da média quando comparados com seus pares -  e a  posterior incorporação das reservas do pré-sal nos próximos anos provavelmente manterá as taxas bastante elevadas - mas o mercado já incorporou a maior parte deste potencial de crescimento.

“Na nossa visão, a empresa precisa de mais para estar apta a surfar a onda do petróleo”, diz o relatório do Itaú BBA. Os números de novembro e dezembro melhoraram, mas em dezembro de 2009 os números também foram encorajadores e isso não se traduziu em maior produção média em 2010, segundo o relatório.

Além disso, os elevados preços do petróleo não são susceptíveis de ser repassados aos preços do diesel e da gasolina no mercado interno, dadas as preocupações do governo com a inflação. “Preços fortes do petróleo não são ideais para uma empresa que precisa gastar tanto em equipamentos e serviços neste ponto”, diz o relatório do Itaú BBA.

Pré-sal

No ano passado, a Petrobras aumentou de forma significativa a incorporação de reservas vindas do pré-sal, passando de 28% das apropriações em 2009 para 60% em 2010, segundo relatório da Ativa. “A tendência é continuar crescendo essa representatividade, dado o volume significativo de reservas declaradas vindas do pré-sal ainda não incorporadas às reservas provadas”, diz o relatório da Ativa. Em 2009, a Petrobras havia apropriado algo próximo de 182 milhões de barris de óleo equivalente (boe) vindos do pré-sal. Nas reservas provadas de 2010, foram apropriados 1,281 bilhões de boe.


As reservas provadas da Petrobras subiram para 15,986 bilhões de boe em 2010 - alta de 7,5 % em relação aos 14,865 bilhões de boe em 2009, segundo os critérios da Society of Petroleum Engineers (SPE). O IRR (Índice de Reposição de Reservas) foi de 229%, com relação Reserva/Produção (R/P) de 18,4 anos. “Apesar da desaceleração dos indicadores pelo critério SEC, observamos o melhor desempenho da amostra pelo critério ANP/SPE”, segundo relatório da Ativa.

Pelo critério SEC, a Petrobras fechou 2010 com reservas de 12,748 bilhões de boe, representando um crescimento de 5% em relação a 2009, IRR de 170% e R/P de 14,7 anos. “Os indicadores de IRR e de R/P também foram positivos, apesar de ajudados pela queda na produção anual de petróleo, o que não esperamos que ocorra nos próximos anos, com a entrada de novos sistemas de produção”, diz o relatório da Ativa.

O aumento das reservas da Petrobras foi atribuído pela empresa à incorporação das novas áreas descobertas do pré-sal da Bacia de Santos e de Campos, a novas descobertas nas demais Bacias e a projetos implantados nos campos maduros nas Bacias do Brasil e do exterior.

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