Crescimento da empresa sem ética é passageiro, diz Leandro Karnal
"Violar a ética é pular etapas que serão cobradas depois. É como tomar anabolizantes. Dá resultado, mas traz muitos efeitos colaterais", disse o historiador
Luísa Melo
Publicado em 9 de novembro de 2016 às 18h53.
Última atualização em 10 de novembro de 2016 às 15h17.
São Paulo - "Imagine uma empresa . Uma empreiteira que, hipoteticamente, tenha se caracterizado pela falta de ética e ganhado milhões e milhões em caixa dois. Imagine que ela foi exposta e em pouco tempo perdeu bilhões".
Foi com essa narrativa que o historiador Leandro Karnal transmitiu sua principal mensagem aos executivos que participaram da HSM Expomanagement nesta quarta-feira (9) em São Paulo: o crescimento sem ética é passageiro.
Para uma companhia, optar pela ética, segundo ele, é aceitar tomar um caminho mais lento, mas essa é a única forma de manter o equilíbrio, disse.
"Violar a ética é pular etapas que serão cobradas depois. É como tomar anabolizantes. Dá resultado, mas traz muitos efeitos colaterais".
De acordo com Karnal, ter ética é entender que o crescimento de qualquer coisa, inclusive do corpo humano, "é sistemático, lento e custoso".
O pensador defendeu que a dúvida entre resultado e valores não pode existir em uma organização.
"O ganho tem que ser resultado de um investimento justo no trabalho, que vai remunerar de forma justa quem investiu nesse trabalho".