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Credores aprovam plano de recuperação da Ecovix

Processo de recuperação judicial teve início em dezembro de 2016, depois que a Petrobras cancelou todas as encomendas com o Estaleiro Rio Grande

Grupo Ecovix, dono do Estaleiro Rio Grande, conseguiu aprovar na terça-feira, 26, o plano de recuperação judicial envolvendo dívidas de R$7 bilhões (TMbux/Wikimedia Commons)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de junho de 2018 às 08h35.

São Paulo - O grupo Ecovix, dono do Estaleiro Rio Grande, conseguiu aprovar na terça-feira, 26, o plano de recuperação judicial envolvendo dívidas de R$7 bilhões. Marcada para 15 de março, a assembleia havia sido suspensa por decisão judicial e só foi autorizada no fim de abril.

Na reunião de terça-feira, em Rio Grande (RS), 100% dos credores das classes 1 (trabalhista) e 2 (com garantia real) votaram a favor do plano. Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobrás, detentores de cerca de 20% dos créditos da classe 3, sem nenhuma garantia, votaram contra, afirmaram os advogados da Ecovix, Alexandre Faro, do escritório Freire Assis Sakamoto Violante, e Rodrigo Tellechea, do Souto Correa.

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"Estranhamos a decisão, pois negociamos exaustivamente com eles. Esse plano está sendo negociado há mais de um ano", disse Faro. Entre os fornecedores, credores da classe 4, a adesão chegou a quase 90%.

Procurados, BB, Caixa e Petrobrás não retornaram os pedidos de entrevista.

De acordo com o plano, que ainda precisa ser homologado pela Justiça, trabalhadores receberão os recursos parcelados durante um ano; os fornecedores, em até três anos; e os credores da classe 2, a partir da data prevista nas garantias. Para os credores, sem garantias, o plano prevê uma emissão de debêntures com deságio de 76% e vencimento em até 20 anos.

"Para os credores que apoiarem a empresa e estiverem dispostos a conceder novos créditos ou produtos para a companhia, a proposta é uma emissão de debêntures, sem deságio", afirma Faro. Segundo ele, o dinheiro virá a partir da desmobilização de sucata que está no estaleiro e também da previsão de expansão das atividades do negócio.

Uma consultoria especializada no setor elaborou um estudo para avaliar o potencial de operação além da construção de plataformas de petróleo. Segundo a empresa, que tem ativos avaliados em US$ 1 bilhão, o grupo analisa possibilidades nas áreas portuária; reparos em plataformas petrolíferas e embarcações; processamento de aço para a indústria metalmecânica; e conclusão da plataforma P-71 - que está 30% montada dentro do dique seco do estaleiro.

O processo de recuperação judicial da Ecovix teve início em dezembro de 2016, depois que a Petrobras cancelou todas as encomendas com o Estaleiro Rio Grande. A Ecovix faz parte do Grupo Engevix (agora Nova Engevix), envolvido na Operação Lava Jato. "A aprovação desse plano significa uma segunda chance para atividade naval na Região", diz Rodrigo Tellechea. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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