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Para corretora, ideia da Aneel sobre concessões prejudicaria Cesp

Mudança de regras teria impacto negativo na companhia paulista, que tem grande parte da capacidade instalada em concessões que vencerão nos próximos anos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O diretor-presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, defendeu nesta segunda-feira (25) mudanças sobre a renovação das concessões de distribuidoras e geradoras de energia que vencerão em 2015. Sobre as distribuidoras, ele se posicionou favorável à prorrogação dos prazos de concessão, com a revisão do modelo para agrupá-las e igualar as tarifas. No que se refere às geradoras, Nelson Hubner defendeu a realização de licitações para as que terão concessão vencida nos próximos anos.

Para a corretora Ativa, esse modelo teria impacto negativo principalmente para a Cesp. Cemig e Eletrobrás também seriam prejudicadas, mas a situação seria pior para a Cesp, que tem boa parte de sua capacidade instalada em concessões que vão vencer nos próximos anos.

Segundo a corretora, há dois resultados possíveis para uma licitação de geradoras: 1) a operação das concessões se mantém na mão de empresas públicas, que arcariam com a operação da usinas vendendo a energia a um preço próximo do custo de operação, o que seria ruim para quem quer que seja a futura concessionária; 2) a operação das concessões acaba nas mão de uma empresa privada, que ofereceria energia a um preço inferior devido à operação mais enxuta e ganhos de sinergia.

"Nossa tese inicial era, como tem se demonstrado, que a renovação das concessões tanto para distribuidoras quanto para geradoras envolveria medidas onerosas com o objetivo de distribuir à sociedade os ganhos advindos das depreciação dos ativos, em especial de geração. Isso se traduz, basicamente, em garantias de tarifas mais baratas para as distribuidoras", avaliou a corretora em relatório.

Porém, a Ativa é cética quanto às mudanças propostas pela Aneel no curto prazo. "Consideramos ambos os cenário pouco prováveis de ocorrerem antes das eleições presidenciais. Acreditamos o governo federal estaria pouco propenso a arcar com o custo eleitoral do risco de uma possível 'privatização' em período tão importante", diz a corretora em relatório.

Um dos riscos apontados pela corretora é também um eventual conflito entre o governo federal e o do estado de São Paulo, o principal acionista da Cesp. "De qualquer maneira, acreditamos que o risco associado a não-renovação das concessões da Cesp seja significativo e que as ações da empresa tendem a responder negativamente no curto prazo", afirmou a Ativa.

Às 15h57 os papéis preferenciais da Cesp (CESP6) caíam 0,18%, negociados a 17 reais. As ações da Cemig (CMIG4) subiam 0,78% negociados a 25,98 reais e as da Eletrobrás (ELET3) também marcavam queda de 0,51%, negociados a 25,15 reais. No mesmo instante o Ibovespa registrava alta de 0,25%, aos 50 696 pontos.
 

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