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Copa antecipa planos da Yágizi de atrair alunos da classe C e D

Abertura de novas franquias, repaginação de imagem e compra de pequenas redes concorrentes também fazem parte do plano de expansão da rede até 2014

Alexandre Silva, da Yázigi: meta é abrir 150 novas franquias nas cidades-sedes da Copa nos próximos quatro anos (.)

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - Às vésperas dos jogos do Brasil na Copa do Mundo, os brasileiros já vão entrando no aquecimento para a torcida pela seleção brasileira de futebol. Enquanto isso, muitas empresas de diversos ramos entram em campo na disputa pelos consumidores, seja com a oferta de novos produtos ou com campanhas publicitárias especiais para o período. Outras, ao contrário, estão mais preocupadas em como atrairão a atenção dos brasileiros até a próxima Copa, a de 2014, que será sediada no Brasil. É esse o caso da rede ensino de idiomas Yázigi, uma das mais tradicionais do país. A empresa já maquinava há cerca de três anos uma estratégia para atrair estudantes de menor poder aquisitivo. Depois da escolha do país para sediar os jogos, o plano foi antecipado.

A idéia é oferecer ensino de inglês, por meio de material adaptado e preço mais acessível, a todos os profissionais que terão contato com os turistas que o Brasil receberá no período. O público-alvo da empresa vai desde camareiras de hotéis, taxistas, camelôs até policiais, enfermeiras e comerciantes. "Esses produtos teriam espaço de mercado em qualquer situação, mas até o evento as vendas estarão com certeza garantidas", afirma Alexandre Gambirasio Silva, presidente da rede de ensino. A novidade será apresentada aos franqueados da rede em outubro e disponibilizada para os interessados ainda este ano.

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Foco nas cidades-sedes

Para atender a demanda de clientes que pretende atingir, a rede investirá, até 2014, 22 milhões de reais na abertura de 150 unidades nas cidades-sedes da Copa, como Curitiba, Fortaleza, Recife, Manaus e Cuiabá. Além desses recursos, outros 30 milhões de reais serão destinados a campanhas de marketing da rede nesses lugares. "Depois de o Brasil ser eleito sede da Copa, adaptamos nosso plano de expansão para um mais ambicioso", explica Silva. "Aumentamos de 120 para 150 novas franquias, elevamos os investimentos e destinamos a abertura de escolas para esses lugares que terão mais vazão de produtos". As novas unidades terão tamanhos e formatos semelhantes aos já adotados pela rede nas suas outras 430 franqueadas, número que deve atingir 465 até dezembro deste ano. A companhia chega a receber 200.000 alunos ao ano, mas ainda não tem uma estimativa de quanto as iniciativas devem elevar a procura pelos cursos nos próximos quatro anos.

Outro passo importante para garantir o sucesso do plano de expansão da rede na Copa já está sendo dado na sede da companhia, um conjunto de quatro grandes casas na Avenida Nove de Julho, capital paulista. Trata-se dos materiais didáticos, divididos em diversos níveis de ensino de acordo com as necessidades de comunicação dos profissionais. O do grupo um, por exemplo, é feito para quem precisa saber e entender o básico e faz parte de um curso de 40 horas (um estágio convencional em nível similar tem duração de 50 horas na rede). Além desse, serão criados materiais para um segundo e terceiro grupo de ensino, para pessoas já com noção de outro idioma, com 240 horas e 300 horas de ensino respectivamente. Os preços ainda não estão fixados, mas a estimativa é que reflitam a economia de 30% com o custo na elaboração dos cursos. O pagamento deverá também ser facilitado e, para algumas profissões específicas, maneiras complementares de ensinar o idioma estão sendo planejadas. Para os taxistas, por exemplo, a empresa estuda a criação de um software de ensino que possa ser adaptado a aparelhos GPS. "A intenção é mesmo popularizar e facilitar o ensino de línguas com a intenção de para ganharmos, não em margem, mas em escala", afirma Silva.


Repaginação again

A companhia, que espera atingir o faturamento de 235 milhões de reais este ano, não descarta a idéia de adquirir pequenas redes concorrentes, instaladas em lugares considerados estratégicos. "Já estamos procurando oportunidades desse tipo, inclusive participando da disputa de uma dessas empresas com uma concorrente", conta Alexandre. "Devemos ter alguma novidade nesse sentido até dezembro".

Além da expansão de rede, Alexandre sabe que precisa também fortalecer a imagem da companhia, que detém apenas 7% das unidades de ensino de idiomas existentes no país. Desde que a rede surgiu, há 60 anos, muitas outras concorrentes surgiram, com novas abordagens comerciais e métodos de ensino. Hoje, concorre diretamente com cerca de 40 empresas, entre as nacionais e regionais, além de outras escolas menores e professores particulares. A imagem da Yágizi, durante todos esses anos, também teve de ser repaginada diversas vezes. Na década de 90, quando a companhia decidiu literalmente alçar vôo para o exterior e investir milhões de dólares em escolas de intercâmbio nos Estados Unidos e Europa, a imagem foi aliada a uma empresa internacional, sem foco exclusivo nas necessidades dos brasileiros. Em 2001, depois do ataque terrorista de 11 setembro e a conseqüente valorização da moeda americana, a empresa decidiu deixar o plano de lado e voltar a investir apenas no mercado nacional. "Tomamos um tombo, mas vimos que havia muito o que ainda investir e crescer no Brasil e trabalhamos a imagem a partir disso com esse enfoque", lembra o Alexandre.

Em 2004, a decisão foi de atrair o público infantil, e as campanhas foram todas remodeladas para isso. Pouco tempo depois, foi ampliada para atrair públicos jovens, com propagandas voltadas para adolescentes, o que fez com que o faturamento da empresa subisse graças a esses estudantes, mas, por outro lado, deixasse a imagem da companhia restrita a eles. "Desde o ano passado, trabalhamos então em campanhas que foquem todos os tipos de pessoas, já que temos plena condição de atender todas", explica o executivo.

Junto das campanhas e nova repaginação de imagens, a companhia está apostando em novos produtos para atrair consumidores do mercado corporativo. O plano, que já está em andamento, contemplará modelos de ensino de inglês para negócios, voltados para nichos de mercado, como advogados e médicos. "Acredito que é um tipo de produto pouco explorado, apesar do seu potencial de vendas no Brasil", comenta Silva. Outra novidade que está sendo desenvolvida é de ensino de inglês em 18 meses, como oferece a Wise Up. O diferencial competitivo da Yázigi será a carga horária de aulas maior, por um preço semelhante ao da concorrente.

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