Negócios

Controlador da Sete Brasil reconhece perda de R$ 5,16 bi

Prejuízo com a Sete Brasil representa perda de 65% para o fundo Sondas, que investiu 95% do capital inicial da empresa


	Pré-sal: empresa criada para fornecer sondas de exploração causou perdas de R$ 5,16 bilhões para controlador.
 (.)

Pré-sal: empresa criada para fornecer sondas de exploração causou perdas de R$ 5,16 bilhões para controlador. (.)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2016 às 08h40.

São Paulo - O fundo de investimentos em participações (FIP) Sondas, que reúne a maioria dos sócios da Sete Brasil, reconheceu até o primeiro trimestre deste ano uma perda de R$ 5,16 bilhões no investimento feito na companhia criada para gerenciar as sondas do pré-sal.

Isso representa uma desvalorização de 65% no fundo em 15 meses, segundo dados registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O investimento total feito na Sete Brasil foi de R$ 8,3 bilhões, sendo 95% por meio do Sondas e 5% diretamente da Petrobrás.

Dentro do FIP Sondas estão os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa), Petros (Petrobras) e Valia (Vale), os bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander, o FI-FGTS e a própria Petrobras.

Com o reconhecimento da perda, é provável que muitos desses investidores, que ainda não deram baixa no investimento, tenham de mudar de posição.

Até agora, o BTG, a Funcef e a Previ já anunciaram que fizeram provisões assumindo uma perda total do investimento.

O FI FGTS também deve dar baixa total no investimento. Bradesco, Santander e Petros ainda não informaram como vão tratar as perdas do investimento em seus balanços.

O Petros informou que vai divulgar sua posição junto com o balanço de 2015, que ainda não foi publicado. O balanço anterior, de 2014, registrava investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão no FIP Sondas, representando quase um terço do total de investimento em fundos estruturados que o Petros possui.

Reconhecer a perda agora pode acentuar o déficit a ser registrado pelo fundo e que terá que ser reequilibrado pelos beneficiários e o patrocinador.

Reestruturação

Na semana passada, os acionistas decidiram entrar com um pedido de recuperação judicial da Sete Brasil. Acredita-se que, com isso, pelo menos parte das dívidas poderá ser paga na medida em que algumas sondas que já estão em construção possam ser usadas pela Petrobras.

Com isso, a empresa teria algum fluxo de caixa. A dívida financeira da Sete com bancos, o Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN) e o FI-FGTS é de R$ 18 bilhões.

Para a recuperação judicial dar certo e os acionistas poderem ter uma empresa que venha a se valorizar, terá de ser feito um superacordo, que envolva a Petrobras, credores, acionistas e também as subsidiárias da Sete.

Essas subsidiárias recebiam dinheiro da Sete, como financiamento, e pagavam os estaleiros, que estão sem receber desde o ano passado.

Um deles, o Jurong Aracruz, controlado pelo estaleiro de Cingapura Sembcorp Marine, anunciou que, em função da recuperação judicial, decidiu iniciar uma arbitragem para receber das subsidiárias US$ 329 milhões. A empresa já registrou provisão de perdas de R$ 862 milhões com o contrato.

A situação da Sete se complicou depois que ex-executivos da empresa fizeram acordos de delação premiada na Operação Lava Jato e revelaram esquemas de corrupção que envolviam a companhia.

Com isso, um financiamento de longo prazo do BNDES foi barrado e a situação financeira da empresa ficou insustentável. (Colaborou Antonio Pita)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasCapitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasFundos de investimentoIndústria do petróleoMercado financeiroPetrobrasPetróleoPré-salSete Brasil

Mais de Negócios

Da mineração ao café: as iniciativas sustentáveis da Cedro para transformar a indústria

COSCO Shipping inaugura rota estratégica entre Peru e China

Subway conclui acordo para substituir Coca-Cola por Pepsi nos Estados Unidos

Depois de dominar Porto Alegre, Melnick mira Santa Catarina com projetos que somam R$ 17 bilhões