Helio Costa: com a empresa "enxuta e funcionando bem, haverá empresas querendo investir na Oi rapidamente" (Valter Campanato/ABr)
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2016 às 09h19.
Rio de Janeiro - A operadora de telefonia Oi, que está em processo de recuperação judicial, negou na quarta-feira, 5, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que esteja em negociações com o fundo americano Elliot Management para um possível aporte na companhia. A tele informou que chegou a ser procurada por esse fundo, mas as conversas não prosperaram.
Em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o ex-ministro Hélio Costa, integrante do Conselho de Administração da Oi, afirmou que a operadora não está à venda.
Costa é conselheiro ligado ao empresário Nelson Tanure, que se tornou um dos principais acionistas individuais da operadora, com 6,32% de participação, por meio do fundo Société Mondiale.
A companhia protagoniza o maior processo de recuperação judicial do País, com R$ 65 bilhões de dívidas. O conselheiro afirmou que o atual momento da tele é de foco no processo de recuperação judicial e que, após essa fase, há fundos prontos para investir, sem citar os nomes. Segundo ele, há interesse de fundos brasileiros, americanos e canadenses.
Em nota à CVM, a tele disse que "a Oi não tem conhecimento de negociações atualmente em curso envolvendo a companhia e o referido fundo (Elliot)", rebatendo informações veiculadas na imprensa de que o fundo abutre americano estaria disposto a fazer uma injeção de até R$ 10 bilhões na operadora.
Costa está até otimista em relação ao processo de recuperação judicial em condução pela companhia e disse que a Oi poderá ter condições de protagonizar um movimento de consolidação no setor.
"Vencida a recuperação judicial, a Oi pode e deve procurar um parceiro para que, dentro do que o governo disse recentemente, o mercado brasileiro de telecomunicações possa ter três empresas muito bem posicionadas", afirmou, acrescentando que "não será a Oi quem será comprada".
O plano de recuperação judicial apresentado em setembro pela Oi traz a possibilidade de venda de ativos, entre eles as operações móveis.
Na visão do ex-ministro, com a empresa "enxuta e funcionando bem, haverá empresas querendo investir na Oi rapidamente". Apesar disso, ponderou que neste momento não é possível fazer nada, uma vez que a companhia está reestruturando a sua dívida.
Consolidação. O ministro Gilberto Kassab defendeu, em agosto, que o mercado de telecomunicações tenha ao menos três grandes grupos - atualmente são quatro (Oi, Telefônica/Vivo, América Móvil e TIM).
Qualquer negócio da companhia teria de passar antes pelo crivo do Conselho de Administração da tele, composto por 11 membros efetivos. A maior parte dos conselheiros são indicações da Pharol (antiga Portugal Telecom, maior acionista individual da Oi, dona de 22,24%). Procurada, a companhia portuguesa não se posicionou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.