Concorrente do KFC, rede Popeyes chega ao Brasil
O primeiro restaurante começou a funcionar no Shopping Metrô Itaquera, na zona leste de São Paulo
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de outubro de 2018 às 10h51.
Última atualização em 11 de outubro de 2018 às 10h52.
São Paulo - A rede Popeyes, a segunda maior cadeia de fast-food de frango do mundo, atrás apenas de outra americana, a KFC , estreou na quarta-feira, 10, no país. O primeiro restaurante começou a funcionar no Shopping Metrô Itaquera, na zona leste de São Paulo. Para os próximos dez anos, a rede, controlada pela mesma companhia dona do Burger King, planeja investir R$ 1 bilhão na abertura de 300 restaurantes no mercado brasileiro.
A intenção de Iuri Miranda, presidente da Popeyes no Brasil e também do Burger King no País, é abrir de cinco a dez restaurantes da nova marca até dezembro. As duas marcas pertencem à Restaurant Brands International Inc.(RBI), controlada pelo 3G Capital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles.
Em fevereiro do ano passado, RBI comprou a Popeyes com o objetivo de desenvolver a marca globalmente. Em março deste ano, a BK Brasil, empresa que opera o Burger King no Brasil, selou um acordo com a RBI para ser o master-franqueado da Popeyes no País por 20 anos, renovável por mais 20 anos. Pelo uso da marca, uma ilustre desconhecida dos brasileiros, a BK Brasil pagará um porcentual sobre as vendas.
Miranda pretende repetir com a Popeyes a proeza que conseguiu com o Burger King. "Quando comecei o Burger King em 2011, mais da metade da população não conhecia a marca e hoje mais de 95% a conhecem", lembra. Nesse período foram abertos mais de 600 restaurantes.
O executivo pretende aproveitar a sinergia entre as duas cadeias, realizando compras conjuntas e também reduzindo custos na parte operacional. Inicialmente, o modelo de negócio da Popeyes será o de lojas próprias. Entre os fatores para essa escolha, Miranda aponta a experiência acumulada na operação do Burger King e a intenção de uniformizar a operação. "Também temos capital para isso", acrescenta.
Em dezembro de 2017, a BK Brasil abriu capital na B3, bolsa brasileira, numa operação que captou R$ 2,2 bilhões.
Potencial
"O Brasil tem um grande potencial", diz Alexandre Santoro, presidente mundial da Popeyes. Ele observa que o consumo de frango é elevado aqui e o País é um dos que têm menos restaurantes de frango. Cada brasileiro consome 105 quilos de proteína animal por ano. Deste total, apenas 42,7 quilos são carne de frango.
O grande desafio da Popeyes, que faturou em 2017 US$ 3,7 bilhões no mundo com 2.900 restaurantes espalhados por 30 países, é conquistar o paladar do brasileiro com o frango frito. "Os restaurantes de frango frito são sucesso em muitos países do mundo, mas no Brasil ainda não pegou", diz Cristina Souza, diretora executiva da GS&Libbra, consultora em fast-food. Ela lembra que a KFC não decolou no País e a atuação no segmento de frango frito está restrita a redes regionais.
Após várias tentativas fracassadas, a KFC, desde junho sob a gestão de Carlos Wizard no País, quer ter 500 lojas no mercado brasileiro em dez anos. Esse é um forte sinal que um período de disputa acirrada se avizinha.
No entanto, Miranda, da Popeyes, confia na sua estratégia. Diz que estudou cada detalhe antes de apostar nesse mercado: adaptou o cardápio ao gosto e ao bolso do brasileiro. Além disso, acredita que o seu grande diferencial será a qualidade e o tempero exclusivo, que veio da culinária da Luisiana (EUA), onde rede nasceu.
As próximas lojas devem ser abertas em shoppings em São Paulo e na Grande São Paulo. Entre eles estão o Tietê Plaza Shopping, Shopping Cidade São Paulo e Parque Shopping Barueri. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.