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Competir por esporte

Dois dos maiores executivos do Brasil contam como os esportes que praticam influenciam suas atitudes na empresa. "Chega uma hora em que é apenas cabeça e vontade" Hervé Tessler Novo presidente da Xerox do Brasil, pratica corrida e já participou de maratonas "Minha competição não é externa. Minha competição é comigo mesmo, uma busca para […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Dois dos maiores executivos do Brasil contam como os esportes que praticam influenciam suas atitudes na empresa.

"Chega uma hora em que é apenas cabeça e vontade"

Hervé Tessler

Novo presidente da Xerox do Brasil, pratica corrida e já participou de maratonas

"Minha competição não é externa. Minha competição é comigo mesmo, uma busca para saber os meus limites. No trabalho, costumo utilizar um mecanismo simples, mas sempre bem-sucedido: estabelecer metas e objetivos muito elevados. Nunca me arrependi ao seguir essa filosofia. Na maioria das vezes, atingi o que queria. Nas outras, em que fiquei abaixo da minha meta, fui mais longe do que teria ido. O importante é você saber quais são as batalhas que você deve lutar - porque nem todas valem a pena. Quando você é o presidente ou o principal executivo de uma empresa, a cada minuto você vê chegar na sua mesa 25 prioridades. Se alguém me apresenta 25 prioridades, eu digo: 25 prioridades é igual a nenhuma. Eu acredito em três, quatro ou, no máximo, cinco prioridades. Essas são as suas batalhas; concentre-se nelas.

No lazer, sou competitivo da mesma maneira. Meu esporte preferido hoje é a corrida e eu não descansei enquanto não corri uma maratona. Correr uma maratona é algo único. Depois de 25 ou 30 quilômetros, você não tem mais pernas. Não lhe resta mais nada a não ser a sua cabeça e sua vontade. E você pensa: eu preciso fazer. Quando você cruza a linha de chegada, é uma experiência fantástica. E eu me lembro exatamente do sentimento: você começa a chorar feito um bebê. Consegui! Consegui!"

 

"O importante é ter um time harmonioso e complementar"

Décio Silva

Presidente da fabricante catarinense de motores Weg, uma das maiores multinacionais brasileiras, com fábricas no Brasil, Argentina, Portugal, México e China e faturamento de 3,5 bilhões de reais em 2006. Joga futebol e pratica jetsky e quadriciclo

"A Weg começou a competir desde que ela foi fundada, em 1961. Mas aprendemos mesmo a competir com a internacionalização. A Weg começou a competir lá fora quando ainda era pequena e o Brasil era fechado. E, no exterior, tivemos que enfrentar grandes empresas, com capital, com tecnologia, com marcas, com gestão. Empresas realmente de alto padrão, elevado nível de excelência. E isso eu acho que foi extremamente positivo, porque reforçou um aprendizado que vem desde os fundadores -- meu pai, Eggon Silva, Werner Voijt e Geraldo Werninghaus. Os três são pessoas bastante diferentes nas suas habilidades e no seu estilo. Diferentes e complementares. E eles formaram um time bastante competitivo. E foi essa a cultura que norteou a Weg: a de formar uma equipe competitiva. Com pessoas diferentes, com habilidades diferentes, mas complementares.

Hoje eu ando de jetsky, faço trilhas de quadriciclo, mas não largo o esporte que pratico desde pequeninho: o futebol. É o esporte que mais me ensina. Porque futebol é um jogo de equipe. Tanto nas minhas partidas de futebol, quanto na minha convivência com os três fundadores da Weg, aprendi muito sobre a importância, não do talento individual, mas do talento da equipe. O mundo é competitivo, cada vez mais, e nós estamos inseridos nele. Mas a competição é um meio. Eu não acredito em competir por competir. A competição sem objetivo pode cegar um pouco. Pode trazer alguns desvios de foco. Ela não é um fim. Vivemos num processo competitivo e temos de otimizar os nossos negócios dentro desse processo instalado. E o grande objetivo da Weg é dar retorno aos acionistas, é crescer e ganhar mercado, é gerar empregos e condições melhores na sociedade na qual ela está inserida.

O mais importante é manter o time competitivo. Você não precisa ser uma pessoa individualista. A Weg cresceu assim, até em função do nascimento dela, com três sócios fundadores com participações iguais. Isso trouxe a cultura da competição em equipe. Temos os líderes, que vão levando, estimulando, mas se o grupo não for competitivo, não adianta. O exemplo mais recente disso está justamente no futebol. No último mundial, o que não faltava à seleção brasileira eram talentos individuais. E isso não resolveu. Não ganhamos a Copa. Um time harmonioso, complementar, pode fazer mais que alguns grandes talentos sozinhos. Essa lição da competição em time é muito importante. E eu aprendi essa lição lá atrás, jogando futebol, que precisa ter 11 pessoas e esses 11 precisam ter uma homogeneidade, uma convergência de objetivos e um espírito de equipe."

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