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Como será o futuro das viagens no curto prazo, para o Airbnb

No lugar de fazer turismo em outro país, viajantes preferem passar um mês no estado vizinho, segundo a empresa de hospedagem

Ashley Thredgold e Tracey Northcott, anfitriãs no Airbnb (Loulou d'Aki/The New York Times)

Ashley Thredgold e Tracey Northcott, anfitriãs no Airbnb (Loulou d'Aki/The New York Times)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 9 de junho de 2020 às 13h30.

Depois de semanas ou meses em quarentena, viajantes em todo mundo planejam as próximas férias. Por restrições a movimentação, fronteiras fechadas em alguns países e medidas de isolamento em vigor, as viagens no curto e médio prazo devem ser bem diferentes por conta da pandemia do novo coronavírus.

De acordo com o Airbnb, os viajantes dos Estados Unidos fizeram mais reservas no país entre os dias 17 de maio e 3 de junho do que no mesmo período do ano anterior. O mesmo está acontecendo em países como Alemanha, Portugal, Nova Zelândia e outros. de acordo com uma entrevista dada pelo presidente Brian Chesky para a Bloomberg. Para a empresa de hospedagem, isso significa que as pessoas continuam interessadas em viajar, mas estão planejando passeios dentro do próprio país. 

Segundo o executivo, há um aumento nas viagens mais curtas, de até 200 milhas, ou 322 quilômetros, uma distância que pode ser percorrida em um bate-e-volta. Essas reservas próximas aumentaram de um terço do total para mais de metade. Viagens internacionais planejadas estão sendo substituídas por viagens mais impulsivas e para cidades próximas.

A duração das viagens de turismo também mudou. No lugar de um passeio de uma semana para outro país, as pessoas escolhem passar um mês no estado vizinho, disse o executivo na entrevista. O mesmo acontece no Brasil. O número de reservas mais longas (acima de 28 dias) foi 24% maior em março do que no mesmo período do ano passado, segundo dados oficiais do Airbnb e divulgados por EXAME em abril. A empresa afirma que este tipo de reserva está sendo aceita, no mundo, por 80% dos anfitriões. 

O home office também se tornou uma vantagem para a empresa. "Trabalhar de casa está se tornando trabalhar de qualquer casa", disse Chesky na entrevista. Globalmente, o fluxo de passageiros nas companhias aéreas caiu 95%. Em maio, o Airbnb demitiu 25% de seus funcionários, cerca de 1.900 pessoas, e na ocasião anunciou que as receitas de 2020 cairiam pela metade do que foi faturado em 2019.

A pandemia impactou os planos do Airbnb de abrir capital este ano. Inicialmente, a empresa planejava dar entrada no processo no dia 31 de maio, mas a pandemia atrasou os planos. A plataforma de hospedagens e experiências está avaliada em 31 bilhões de dólares.

Em abril, a empresa levantou 1 bilhão de dólares em uma rodada liderada pelas empresas de capital de risco Silver Lake e Sixth Street Partners. No comunicado oficial, a empresa afirmou que o capital vai ajudá-la a reforçar a relação com seus parceiros, sobretudo os chamados “anfitriões”, que alugam suas casas na plataforma.

O Airbnb já havia anunciado em março um fundo de 250 milhões de dólares para ajudar financeiramente os anfitriões mais frequentes — os chamados superhosts. Com o fundo, os anfitriões recebem de volta 25% do valor da estadia que foi cancelada. Na ocasião, o Airbnb já havia enfatizado as estadias de longo prazo e nas viagens mais próximas de casa.

 

 

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