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Como realizar um IPO de sucesso

Veja dicas para preparar um oferta inicial de ações que atraia e gere lucros aos investidores

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A abertura de capital pode ser considerada hoje o passo mais importante para uma empresa média que sonha em se tornar grande. A oferta inicial de ações (IPO) ajuda a elevar o valor de venda de uma empresa, a torna mais conhecida no mercado e ainda levanta os recursos necessários para viabilizar seu crescimento, seja por meio de aquisições de concorrentes ou pela implementação de projetos de expansão.

Para que um IPO seja interessante não apenas ao vendedor das ações, entretanto, a empresa precisa seguir uma verdadeira cartilha de bons procedimentos que sejam suficientes para convencer os investidores a apostar dinheiro nos papéis. Nos últimos meses, a atração dos investidores ficou mais difícil com a crise do setor imobiliário americano e o aumento à aversão ao risco. A crise, entretanto, não inviabilizou a realização de dezenas de ofertas entre setembro e novembro, mas apenas aumentou a importância de procedimentos como gestão profissional, transparência na divulgação de fatos relevantes, governança corporativa, bons projetos de expansão, ações para o aumento de liquidez, lucratividade e faturamento representativo e crescente.

De acordo com a gerente de desenvolvimento de empresas da Bovespa, Edna Holanda, o mercado valoriza as companhias que se organizam para atender as demandas de informação dos investidores. "Quanto mais transparente for a empresa no fornecimento de informações, melhor", explica Holanda. Além disso, um outro ponto importante é que a empresa esteja atenta aos requisitos de manutenção de listagem: manter o free float (quantidade de ações em circulação no mercado) de no mínimo 25% ou manter média de, no mínimo, dez negócios por mês e presença em 25% dos pregões ao final de cada exercício. "A saúde financeira das empresas é avaliada constantemente", enfatiza a gerente da Bovespa. Por isso, as empresas que querem abrir capital não podem apresentar patrimônio líquido negativo ou prejuízo em anos consecutivos.

O diretor de investimento do Banco Credit Suisse, Adriano Borges, recomenda que as empresas tomem cuidado para não desapontar o investidor. Para que isso não ocorra e os papéis da empresa não caiam no esquecimento, os executivos devem estar muito bem preparados para a nova realidade, o que demanda tempo e especialização. "Não basta simplesmente fazer uma boa figura para o IPO. É preciso ser consistente na gestão da empresa", diz Borges. O executivo também atenta que 70% dos investidores são estrangeiros. "Para quem tem dúvidas sobre como lidar com eles, uma boa dica é observar como está o desempenho das empresas que são líderes em relações com investidores nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia", acrescenta. Outro ponto enfatizado pelo Credit Suisse é a definição das parcelas primária e secundária. A oferta primária (de ações novas, emitidas para levantar recursos para financiar projetos e aquisições) deve ser justificada com o futuro crescimento da companhia e a secundária (das ações dos atuais sócios, que querem reduzir sua participação no negócios) só deve ser realizada se tiver como objetivo um eventual aumento de liquidez .

Para a trajetória do sucesso, os analistas são unanimes: ao entrar para o mercado de capitais, as empresas devem se preocupar com sua liquidez, se fortalecer diante de seus competidores e não podem mais se dissociar do posicionamento estratégico de suas companhias. Diante de tamanha volatilidade, só sobrevivem as empresas melhor preparadas e consistentes em sua gestão e comunicação com os investidores.

Os representantes da Bovespa e do Credit Suisse participaram nesta terça-feira de seminário promovido pela Totvs, a maior empresa de softwares de gestão do país. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o escritório de advocacia Pinheiro Neto também enviaram representantes. "Grande parte dos nossos clientes tem interesse em abrir capital", comentou Laércio Cosentino, presidente do grupo Totvs. "Diante dessa demanda, torna-se necessário que as empresas de diversos portes saibam como aproveitar melhor esta janela de oportunidades. Quem parte para isso tem que buscar organização", complementa o executivo. Segundo ele, só consegue fazer um bom IPO as empresas que possuem maior liquidez e maior consolidação de mercado.

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