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Como o Magalu ganha com Netshoes e Zattini

O varejista online de calçados e artigos esportivos, além de sua marca de moda, já mudaram o mix de produtos vendidos pelo Magalu

Netshoes: Ao vender itens de vestuário, calçados ou de mercado, o Magalu aumenta a frequência de compra do cliente (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Publicado em 15 de dezembro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 15 de dezembro de 2019 às 09h00.

O Magazine Luiza investe para ser muito mais que um varejista de eletrônicos. De papel higiênico a roupas, é nas compras mais simples e frequentes que a varejista busca conquistar o consumidor e expandir para além de seu negócio principal.

A aquisição da Netshoes e da marca Zattini, realizada em junho por 115 milhões de dólares, é uma parte essencial para o plano da varejista e deu a ela a entrada para um novo mundo, de vendas de vestuário e calçados pela internet.

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O varejista online de calçados e artigos esportivos, além de sua marca de moda, já mudaram o mix de produtos vendidos pelo Magalu. Se no ano passado eletrônico, eletrodomésticos e móveis representavam 50% das vendas, hoje essa participação é de 26%. Já moda e beleza são responsáveis por 41% das vendas e outros produtos correspondem a 31%.

O Magazine Luiza já tinha comprado a loja online de cosméticos Época em 2013 e, em abril, passou a vender livros, produtos que são a âncora da concorrente americana Amazon e do Submarino, controlado pela brasileira B2W.

Segundo Eduardo Galanternick, diretor de comércio eletrônico, a companhia pesquisou quais categorias têm maior penetração de vendas pelo comércio eletrônico nos Estados Unidos e qual a diferença da penetração no Brasil.

Eletrônicos, que são uma das principais categorias do Magalu, já têm 23,6% de vendas pela internet no Brasil. Já as categorias de moda e beleza têm 4% e 2,8% de vendas online, respectivamente, mas nos EUA a participação é de 21,1% e de 13,5% respectivamente."Olhamos para onde está o dinheiro e as oportunidades de crescimento rápido. Está claro por onde devemos começar", disse Galanternick durante evento com investidores e analistas.

O Netshoes também ajudou a companhia a ganhar novos consumidores: foram 6 milhões de clientes adicionados com a transação, chegando a 13 milhões, alta de 125% em relação ao ano passado.O Netshoes passou a ter acesso à rede de lojas do Magazine Luiza. Em novembro, a companhia iniciou as retiradas em loja das compras do Netshoes feitas pela internet. Em um mês, foram 12 mil pedidos retirados nas 12 lojas cadastradas. Segundo o diretor, muitos desses clientes nunca haviam entrado em uma loja do Magalu.

O marketplace é outro motor para aumentar o número de produtos e, consequentemente, de visitas e compras. Apenas no terceiro trimestre do ano, quase 3.500 novos vendedores foram adicionados à plataforma, chegando a cerca de 12.500. O número de produtos diferentes chegou a 12,3 milhões, alta de 7,4 vezes.

A participação de mercado no comércio eletrônico do Magazine Luiza chegou a 21%, impulsionada principalmente pelo aumento de visitas, que foi três vezes superior ao ano passado.A empresa faturou 24 bilhões de reais nos últimos doze meses, com participação do comércio eletrônico em 50% das vendas. Destas, metade foi feita através do aplicativo.

Ao vender itens de vestuário, calçados ou de mercado, o Magalu aumenta a frequência de compra do cliente, essencial para fidelizá-lo. A empresa também anunciou que sua divisão Magalu Pagamentos lançou uma conta digital, Magalupay.

O Magazine Luiza quer aumentar o tempo que um consumidor passa em contato com a empresa. O objetivo é transformar o seu aplicativo em um “super app”, a exemplo das chinesas Alibaba e WeChat, da Tencent, que tem, em uma mesma plataforma, serviços de compras, pagamentos, delivery, mensagens, entre outros.

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