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Como driblar os efeitos do clima na mineração nacional

O tema ainda é recente no Brasil, mas medidas tomadas no mercado mundial podem ajudar as mineradoras a se prevenir e atenuar os impactos das mudanças climáticas no setor

Prevenir para adaptar: monitorar e prever as alterações climáticas é a chave para evitar prejuízos na mineração (iStockPhoto)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2014 às 00h10.

Atrasos operacionais, aumento dos custos de produção, falta de mão de obra e danos ambientais. Esses são apenas alguns dos prejuízos que o setor de mineração pode sofrer se não estiver preparado para as mudanças climáticas que vêm ocorrendo no planeta. “A mineração tem muitas estruturas sujeitas a fenômenos meteorológicos: barragens de rejeito, infraestrutura de transporte, entre outros. Toda a dinâmica associada ao negócio de mineração pode ser afetada pelo clima”, explica Rinaldo Mancin, diretor de assuntos ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

A discussão ainda é recente no Brasil, mas mundo afora os países extratores de minérios já encontraram alternativas para enfrentar o risco climático. É a chamada resiliência climática, definida pela Política Nacional de Mudanças Climáticas como um conjunto de iniciativas e estratégias que permitem a adaptação, nos sistemas naturais ou criados pelos homens, a um novo ambiente, em resposta à mudança do clima atual ou esperada. Basicamente, é preciso prever os riscos das alterações climáticas, analisar todas as variáveis e, a partir daí, elaborar um plano de adaptação, evitando, assim, prejuízos que, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), representam perdas da ordem de 1,5% do PIB mundial, número superior a 1 trilhão de dólares para todos os setores da economia.

E foi baseada no mais recente relatório do IPCC que a Universidade de Cambridge publicou, em junho deste ano, o trabalho Climate Change: implications for extractive and primary industries (Mudança Climática: implicações para indústrias primárias e extrativistas, em tradução livre), que traz uma análise do cenário climático atual e, mais que isso, as soluções para os principais problemas causados pelo clima no setor de mineração. O Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês) também publicou um estudo – Adapting to a Changing Climate: implications for the mining and metals industry (Adaptação às Mudanças Climáticas: implicações para a indústria de mineração e metais, em tradução livre) –, em março de 2013, em que mostra os principais problemas que as alterações no clima podem causar à mineração e como praticar a resiliência climática.

Ambos os estudos indicam que, seja qual for o risco referente às mudanças do clima, o mais importante para se prevenir é o planejamento.
Confira a seguir os 10 passos para garantir a resiliência climática na mineração:

1- Investir recursos de planejamento em áreas que promovam o conhecimento dos riscos e das oportunidades das mudanças climáticas e o desenvolvimento de abordagens de adaptação sólidas, de acordo com a cultura operacional e corporativa da companhia;

2 - Aperfeiçoar padrões do design de engenharia, critério de design e especificações de contrato, levando em conta as mudanças climáticas;

3 - Realocar ou aumentar as operações fora das áreas de risco;

4 - Aumentar a frequência de manutenção e monitoramento dos ativos sensíveis aos efeitos do clima;

5 - Preparar-se para situações críticas com cadeias de suprimentos alternativas, fontes de reserva de água e energia;

6 - Diversificar as operações e o investimento em diferentes regiões geográficas, commodities e mercados;

7 - Ter um seguro contra riscos inevitáveis;

8 - Construir relacionamentos com as comunidades locais para informar sobre ações de adaptação, riscos potenciais e sistemas de alerta;

9 - Reter ou restaurar barragens naturais em ambientes costais e fluviais para aumentar a resistência contra enchentes, erosões, tempestades e outros eventos climáticos extremos;

10 - Eliminar ou reduzir pressões não relacionadas ao clima nos ecossistemas e espécies em risco pela conservação ambiental e o planejamento de gerenciamento da terra.

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Atrasos operacionais, aumento dos custos de produção, falta de mão de obra e danos ambientais. Esses são apenas alguns dos prejuízos que o setor de mineração pode sofrer se não estiver preparado para as mudanças climáticas que vêm ocorrendo no planeta. “A mineração tem muitas estruturas sujeitas a fenômenos meteorológicos: barragens de rejeito, infraestrutura de transporte, entre outros. Toda a dinâmica associada ao negócio de mineração pode ser afetada pelo clima”, explica Rinaldo Mancin, diretor de assuntos ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

A discussão ainda é recente no Brasil, mas mundo afora os países extratores de minérios já encontraram alternativas para enfrentar o risco climático. É a chamada resiliência climática, definida pela Política Nacional de Mudanças Climáticas como um conjunto de iniciativas e estratégias que permitem a adaptação, nos sistemas naturais ou criados pelos homens, a um novo ambiente, em resposta à mudança do clima atual ou esperada. Basicamente, é preciso prever os riscos das alterações climáticas, analisar todas as variáveis e, a partir daí, elaborar um plano de adaptação, evitando, assim, prejuízos que, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), representam perdas da ordem de 1,5% do PIB mundial, número superior a 1 trilhão de dólares para todos os setores da economia.

E foi baseada no mais recente relatório do IPCC que a Universidade de Cambridge publicou, em junho deste ano, o trabalho Climate Change: implications for extractive and primary industries (Mudança Climática: implicações para indústrias primárias e extrativistas, em tradução livre), que traz uma análise do cenário climático atual e, mais que isso, as soluções para os principais problemas causados pelo clima no setor de mineração. O Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês) também publicou um estudo – Adapting to a Changing Climate: implications for the mining and metals industry (Adaptação às Mudanças Climáticas: implicações para a indústria de mineração e metais, em tradução livre) –, em março de 2013, em que mostra os principais problemas que as alterações no clima podem causar à mineração e como praticar a resiliência climática.

Ambos os estudos indicam que, seja qual for o risco referente às mudanças do clima, o mais importante para se prevenir é o planejamento.
Confira a seguir os 10 passos para garantir a resiliência climática na mineração:

1- Investir recursos de planejamento em áreas que promovam o conhecimento dos riscos e das oportunidades das mudanças climáticas e o desenvolvimento de abordagens de adaptação sólidas, de acordo com a cultura operacional e corporativa da companhia;

2 - Aperfeiçoar padrões do design de engenharia, critério de design e especificações de contrato, levando em conta as mudanças climáticas;

3 - Realocar ou aumentar as operações fora das áreas de risco;

4 - Aumentar a frequência de manutenção e monitoramento dos ativos sensíveis aos efeitos do clima;

5 - Preparar-se para situações críticas com cadeias de suprimentos alternativas, fontes de reserva de água e energia;

6 - Diversificar as operações e o investimento em diferentes regiões geográficas, commodities e mercados;

7 - Ter um seguro contra riscos inevitáveis;

8 - Construir relacionamentos com as comunidades locais para informar sobre ações de adaptação, riscos potenciais e sistemas de alerta;

9 - Reter ou restaurar barragens naturais em ambientes costais e fluviais para aumentar a resistência contra enchentes, erosões, tempestades e outros eventos climáticos extremos;

10 - Eliminar ou reduzir pressões não relacionadas ao clima nos ecossistemas e espécies em risco pela conservação ambiental e o planejamento de gerenciamento da terra.

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