Como Abílio poderia assumir a Viavarejo sem perguntar nada aos Klein
Ex-Globex, empresa que administra a Casas Bahia e o Ponto Frio, pode ser a moeda de troca do Casino para Diniz sair do Pão de Açúcar
Tatiana Vaz
Publicado em 28 de fevereiro de 2012 às 07h00.
São Paulo – Se o Casino decidir usar a Viavarejo, ex- Globex , como moeda de troca para Abilio Diniz deixar o Grupo Pão de Açúcar , restará à família Klein apenas assistir a tudo sem poder intervir. E esse é um dos cenários em estudo hoje pelos sócios da maior rede de varejo brasileira atualmente, como antecipou EXAME.
Em junho, Abilio Diniz, presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, deve ser obrigado a vender o controle do grupo — pela quantia simbólica de um real — para o sócio francês, o Casino, comandado por Jean Charles Naouri. Caso Naouri assuma o controle, Diniz terá o direito de exercer a opção de vender todas as suas ações, estimadas em 2 bilhões de reais.
“Passar para Diniz o controle da Viavarejo seria uma maneira de desembolsar bem menos pelas ações do empresário no grupo”, afirma um advogado especializado em direto societário. “Há uma cláusula no contrato firmado entre Klein (fundadores da Casas Bahia) e empresas de Abílio que já antevia uma solução como essa.”
O advogado se refere à cláusula 7.9.b do acordo de acionista fechado entre Grupo Pão de Açúcar e Casas Bahia, em junho de 2010. Nela, fica acordado que os Klein não tem como intervir, caso o controle da Viavarejo seja assumido pelos atuais sócios, Casino ou Diniz.
Solução caseira
“Eles poderiam intervir com a opção de venda de suas ações apenas na eventual venda do controle para um terceiro, o que poderia ocorrer, por contrato, apenas depois de junho deste ano”, diz o especialista.
A Casas Bahia se associou à antiga Globex, do Grupo Pão de Açúcar, em dezembro de 2009. No desenho final, o Pão de Açúcar detém cerca de 51% da Globex, e os Klein, cerca de 49%. Na época, para que a Casas Bahia “encolhesse” e coubesse na Globex, o acordo excluiu os imóveis nos quais as lojas estão instaladas, além de parte dos recebíveis gerados pelas prestações que os clientes ainda não haviam pago.
Seja qual for a decisão, o Casino perderia muito com a saída de Diniz do grupo, na opinião de Nelson Barrizzelli, especialista em varejo e professor de economia da USP. “Abílio é hoje o maior consultor de varejo do país; ganha muito quem o tiver como estrategista”, diz ele. “Por outro lado, se assumir a Viavarejo, ele não descansará até fazer da empresa uma gigante.” Resta saber se, nesse caso, os Klein poderiam falar algo.
São Paulo – Se o Casino decidir usar a Viavarejo, ex- Globex , como moeda de troca para Abilio Diniz deixar o Grupo Pão de Açúcar , restará à família Klein apenas assistir a tudo sem poder intervir. E esse é um dos cenários em estudo hoje pelos sócios da maior rede de varejo brasileira atualmente, como antecipou EXAME.
Em junho, Abilio Diniz, presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, deve ser obrigado a vender o controle do grupo — pela quantia simbólica de um real — para o sócio francês, o Casino, comandado por Jean Charles Naouri. Caso Naouri assuma o controle, Diniz terá o direito de exercer a opção de vender todas as suas ações, estimadas em 2 bilhões de reais.
“Passar para Diniz o controle da Viavarejo seria uma maneira de desembolsar bem menos pelas ações do empresário no grupo”, afirma um advogado especializado em direto societário. “Há uma cláusula no contrato firmado entre Klein (fundadores da Casas Bahia) e empresas de Abílio que já antevia uma solução como essa.”
O advogado se refere à cláusula 7.9.b do acordo de acionista fechado entre Grupo Pão de Açúcar e Casas Bahia, em junho de 2010. Nela, fica acordado que os Klein não tem como intervir, caso o controle da Viavarejo seja assumido pelos atuais sócios, Casino ou Diniz.
Solução caseira
“Eles poderiam intervir com a opção de venda de suas ações apenas na eventual venda do controle para um terceiro, o que poderia ocorrer, por contrato, apenas depois de junho deste ano”, diz o especialista.
A Casas Bahia se associou à antiga Globex, do Grupo Pão de Açúcar, em dezembro de 2009. No desenho final, o Pão de Açúcar detém cerca de 51% da Globex, e os Klein, cerca de 49%. Na época, para que a Casas Bahia “encolhesse” e coubesse na Globex, o acordo excluiu os imóveis nos quais as lojas estão instaladas, além de parte dos recebíveis gerados pelas prestações que os clientes ainda não haviam pago.
Seja qual for a decisão, o Casino perderia muito com a saída de Diniz do grupo, na opinião de Nelson Barrizzelli, especialista em varejo e professor de economia da USP. “Abílio é hoje o maior consultor de varejo do país; ganha muito quem o tiver como estrategista”, diz ele. “Por outro lado, se assumir a Viavarejo, ele não descansará até fazer da empresa uma gigante.” Resta saber se, nesse caso, os Klein poderiam falar algo.