Marcio Callage, da Vulcabras: Se o tênis entregar o que ele promete e se as pessoas colocarem no pé e tiverem a sensação de um valor justo, a gente pode lançar (Olympikus/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 5 de novembro de 2022 às 08h05.
Última atualização em 19 de dezembro de 2023 às 14h32.
Marca brasileira do portfolio da Vulcabras, a Olympikus tomou a decisão de destinar parte do antes investido em publicidade para criar uma plataforma de corrida batizada de “Bota Correr”. Criado em 2019, o projeto já passou pelo Pantanal (MS), Jalapão (TO) e Alter do Chão (PA).
Na retomada neste ano, o formato ganhou uma nova cara, quase 100% asfalto, e levou corredores, atletas profissionais e influenciadores para destinos como Chapada dos Veadeiros (GO) e São Miguel dos Milagres (Alagoas), em provas com distâncias entre 10km e 21km.
A nova versão dialoga mais com o propósito de corrida de rua da linha Corre, com os tênis Corre Grafeno, o primeiro de placa da marca, Corre 2 e Corre Vento. Com os produtos, a Olympikus tem buscado transformar o pensamento de que precisava oferecer produtos com preços mais em conta para manter a atratividade do seu portfolio.
“A gente inverteu a lógica do pensamento. Ao invés de custo-benefício, agora chamamos de benefício-custo. Se o tênis entregar o que ele promete e se as pessoas colocarem no pé e tiverem a sensação de um valor justo, a gente pode lançar”, afirma Marcio Callage, CMO da Vulcabras.
Com a família de tênis, a empresa procura disputar o mercado de alta performance de corrida. Frente a grandes concorrentes internacionais como Asics, Adidas e Nike, a marca brasileira tem que lidar com olhar negativo que muitos produtos nacionais recebem e quase sempre foi preterida nas conversas entre corredores.
O crescimento da linha Corre, com o lançamento do Corre Grafeno, o primeiro com placa de grafeno do mundo, e o Corre 2, desenvolvido em parceria com atletas e especialistas da USP, além do Corre Vento, começa a colocar a marca em outro patamar.
No balanço do terceiro trimestre, apresentado ao longo desta semana, a Vulcabras afirmou, sem abrir números, que a Olympikus “segue crescendo a sua participação no mercado de corrida de alta performance”.
Outra notícia comemorada na apresentação de resultados é que, em pesquisa da Ticket Sports, a marca aparece como a quarta mais lembrada e em semelhante posição em preferência de tênis, com 9%. Nike, 27%, Asics, 24% e Adidas, 14%, ocupam as três primeiras posições.
O Bota Pra Correr funciona com uma ferramenta de relacionamento com os atletas - profissionais ou não – e também para gerar experimentação dos produtos, rompendo com uma das dificuldades da marca. Além disso, gera muita mídia nas redes sociais da comunidade de corrida, a partir dos influenciadores que orbitam o ecossistema e dos participantes. Em São Miguel dos Milagres, recebeu o meu maior público, 800 corredores.
A estratégia da plataforma está integrada a outros pilares de ativação da marca. Entre eles, o patrocínio da marca a atletas profissionais como Giovani dos Santos, Daniel Chaves, Wellington Cipó e Raisa Marcelino, o que reforça a mensagem de alta performance; o investimento em provas, como a Maratona de Porto Alegre e a Maratona de São Paulo.
Além de crescer na categoria, que representa entre 10% e 15% do volume de vendas, a corrida é entendida como a “Fórmula 1” da marca. Essa é a analogia que o CMO da Vulcabras gosta de usar para explicar que os aprendizados e as tecnologias dos tênis de corrida são importantes para a marca por que, em um segundo momento, são repassados aos produtos do dia a dia dos demais consumidores.
Atualmente, a Olympikus lidera o mercado de tênis para o público em geral no Brasil com a venda de mais de 15 milhões de pares anualmente.
Para 2023, a marca prepara a evolução dos modelos e deve apresentar em fevereiro o Corre Vento 2, o Corre 3 e Grafeno 2. Irá colocar no mercado também um tênis de trilha, produto para o qual desenvolveu um acordo com a Vibram, conhecida pela tecnologia de solados que licencia para diversas marcas.
“As pessoas começaram a procurar a trilha, a procurar o campo e o Brasil, além de tudo, talvez seja o lugar mais incrível do mundo para isso por que, de fato, tem muito lugar para ser explorado”, afirma Callage.
A novidade fará com que a Bota Pra Correr mude novamente os seus roteiros. O objetivo é encontrar destinos que ofereçam as duas opções de terreno, asfalto e trilhas, para que os corredores possam escolhar em qual geografia preferem correr.
Os cenários devem ser divulgados também em fevereiro.
* O repórter viajou para conhecer o Bota pra Correr à convite da marca
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