São Paulo - Mais de 10.000 atletas de aproximadamente 200 países vão disputar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Para recebê-los, foi necessário montar um time de mais de 140.000 pessoas, entre cerca 50.000 voluntários, 6.000 funcionários do comitê organizador e 85.000 terceirizados.
São profissionais como tradutores, recepcionistas, faxineiros, médicos, seguranças e comunicólogos, entre outros.
Para que tudo dê certo, todo esse pessoal precisará ser – muito bem – treinado para entender o que é a competição, qual papel cada um terá dentro dela e como desempenhá-lo da melhor forma possível.
E quem assumiu a missão de preparar esse batalhão de gente foi a universidade carioca Estácio, que também é apoiadora da competição.
A companhia foca no ensino superior e é forte no segmento de educação à distância, mas tem também uma área de soluções corporativas, voltada a criar material personalizado para empresas. Entre seus clientes, estão o Grupo Pão de Açúcar, a Natura e a KPMG.
"Já vínhamos desenvolvendo nossa capacidade de customizar conteúdo em larga escala, mas nada comparado às Olimpíadas", contou Eduardo Pitombo, diretor do departamento, durante evento da universidade na última segunda-feira (30), em São Paulo.
Além de parte acadêmica e da estrutura dos cursos online e presenciais, a Estácio também ficou responsável pela montagem dos 60.000 kits que serão dados aos voluntários (que incluem mochila, guia de bolso, caderno e lápis) – e por fazer esses itens chegarem até os locais de treinamento.
Para dar conta de tudo, teve que montar uma equipe multidisciplinar de cerca de 300 pessoas dedicas ao projeto. Grande parte delas (120) são professores da própria universidade, mas há também gestores, profissionais de logística, entre outros.
Além disso, contratou 118 fornecedores, para os quais fez mais de 1.700 pedidos.
O corpo docente por sua vez, também teve que ser preparado e passou por aproximadamente 700 sessões de treinamento. "Alguns conteúdos eles já trabalhavam, outros precisaram aprender para replicar", disse Dario Menezes, gestor do projeto Rio 2016 na Estácio.
O resultado dessa força-tarefa foi a criação de 11 materiais online (alguns deles gamificados), 130 apresentações em PowerPoint e seis vídeos (que demandaram mais de 230 horas de gravação e 30 entrevistados), além das cartilhas para os encontros presenciais.
No total, são 349 conteúdos diferentes que serão ministrados em mais de 1.100 sessões com duração total aproximada de 1,3 milhão de horas, contando os cursos pela internet.
Eles começaram a ser desenvolvidos no final de 2014 e alguns ainda passam por ajustes.
De tudo um pouco
Os temas da capacitação são variados. Nos cursos gerais, que serão ministrados a todos os 140.000 trabalhadores, são abordados assuntos sobre o que são as Olimpíadas e as Paralimpíadas, como receber bem e como lidar com pessoas com deficiência, por exemplo.
A universidade só não assumiu a parte de idiomas, que ficou a cargo da EF (Education First).
Mas há também treinos específicos para cada função que esses colaboradores vão desempenhar durante o evento e, é claro, práticas simuladas diretamente nos locais onde ele vai ocorrer
Com exceção dos cursos in loco, as preparações presenciais acontecerão em 15 centros de treinamento montados pela Estácio em seus campi, em seis cidades diferentes.
Já estão funcionando os do Rio e de São Paulo e, ainda neste mês, serão inauguradas as unidades de Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Manaus.
Por essas estruturas, devem passar cerca de 70.000 pessoas, entre voluntários e funcionários do Comitê Rio 2016. Os terceirizados não entram nesse grupo, já que serão treinados diretamente nos locais da competição – mas com os materiais desenvolvidos pela Estácio.
Os voluntários começaram a ser treinados em abril, mas grande parte deve receber as instruções poucos dias antes da abertura do evento (que se inicia em 5 de agosto), já que 30% deles são estrangeiros.
Dependendo da atividade, o tempo total de capacitação pode variar de 4 a 36 horas.
Não é possível ter certeza, porém, de que todos eles passarão pelas etapas completas de qualificação.
"Como não conseguimos pagar o deslocamento e a hospedagem dos voluntários, o treinamento é obrigatório, mas não é eliminatório. Alguns podem passar apenas por uma orientação 'just in time' (ou de última hora), no dia do evento. Mas ninguém estará despreparado", disse Elizabeth Correia, gerente geral de talentos do Comitê Rio 2016.
Sem padrões
Esta é a primeira vez que uma instituição de ensino toma a frente dos treinamentos da força de trabalho de uma Olimpíada.
Nos últimos jogos, em Londres, a tarefa foi cumprida pelo McDonald's, por conta de sua habilidade de uniformizar o atendimento em tantos restaurantes pelo mundo.
Portanto, não havia muitos padrões a seguir – o que dificultou e ao mesmo tempo estimulou o trabalho da Estácio.
"Em Londres usavam Excel, nós investimos em um sistema estruturado de logística de treinamento. Eles davam aulas com retroprojetor, nós criamos uma multiplataforma de conteúdo", comentou Menezes, gestor do projeto na universidade.
Nas palavras dele, a empresa entrega o bastão para o comitê de Tóquio, onde serão os próximos jogos, "em outro nível".
"Nunca mais os treinamentos serão feitos por professores que não são professores", afirmou.
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1. Atenção à largada
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Ano de crise, de desemprego e de preços altos…. Mas também de
Olimpíada, Paraolimpíada e -- por que não? -- de uma renda extra com estes eventos. Faltando menos de seis meses para os Jogos Olímpicos, cuja cerimônia de abertura está marcada para o dia 5 de agosto deste ano, são esperados 10.903 atletas, de 204 nações, 45.000 voluntários, 25.1000 profissionais de mídia e mais de um milhão de turistas. Já nos Jogos Paraolímpico, serão 7.200 profissionais de mídia e 1,8 mil ingressos disponibilizados ao público. Com tantos turistas, atletas, profissionais e alvoroço nas cinco capitais que sediarão a Olimpíada (além do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e São Paulo sediarão jogos de futebol masculino e feminino), a expectativa de geração de negócios é bem atrativa. De acordo com o coordenador do projeto Sebrae no Pódio (projeto que leva o microempresário a ser fornecedor ou contribuinte direto dos Jogos Olímpicos), Francisco Marins, os eventos devem gerar lucro de R$ 20 milhões para as MPEs(Micro e Pequenas Empresas). Para o executivo, mesmo com a crise econômica e o medo do
zika vírus, o cenário é promissor. “Vão ter mais de um milhão de turistas, atletas e familiares dos atletas no Rio de Janeiro, além de outras cidades pelo País. Não dá pra deixar esse mercado de lado, não é?”, indagou. De acordo com Francisco, ainda dá tempo de faturar no Rio 2016, desde que coloque a criatividade em prática. “O brasileiro pode empreender com peças que remetam ao Rio ou ao Brasil”, sugere. “Jamais produza peças ou artesanatos que remetam à Olimpíada, pois todos os produtos com a marca Rio 2016 precisam de licenciamento.” Outra recomendação de Marins é não esquecer da acessibilidade. “De olho no público que virá para a Paraolimpíada, os empreendedores preparados para atender todos os públicos certamente serão recompensados.” Com ajuda do coordenador do Sebrae, o HuffPost Brasil selecionou algumas ideias quentes e áreas promissoras para abrir um negócio ou apenas ganhar uma grana extra antes, durante e depois dos eventos, veja nos slides acima:
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2. Alugue um quarto ou casa
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De acordo com o buscador de hotéis Trivago, a procura por acomodações na cidade do
Rio de Janeiro aumentou quase 50% para agosto, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Se você tem um quarto, apartamento, casa ou flat vago, uma ideia é alugá-lo no período. Sites como
Airbnb e e AlugueTemporada dão a possibilidade de você hospedar pessoas -- e ganhar uma graninha com isso
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3. Seja guia turístico
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Sabe falar inglês, espanhol ou outro idioma além do português e conhece bem alguns locais de sua cidade? Com tanta procura por passeios turísticos no período, você pode criar algumas rotas inusitadas e divulgar seu “tour” em redes sociais ou distribuir panfletos perto dos locais dos jogos
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4. Dê aulas de português básico ou de inglês
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Não são apenas os brasileiros que pretendem fechar negócios nos
Jogos Olímpicos. Muitos profissionais virão ao Brasil e precisam aprender ao menos o português básico. Se você souber um outro idioma e manjar da língua portuguesa, você pode oferecer suas aulas em um site próprio, nas redes sociais, no YouTube ou no Skype. O mesmo vale para "alunos" brasileiros que querem aprender inglês
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5. Faça lembrancinhas do Brasil para vender para os gringos
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Que atire a primeira pedra quem nunca levou para casa uma lembrancinha baratinha de algum lugar que visitou. A ideia é fazer lembrancinhas, como artesanato, miçangas, jóias, bijuteria, bolsas, mochilas ou bordados do Brasil, do povo brasileiro, do Rio, do Cristo, etc, e vender para os gringos a um preço amigável (lembre-se que o câmbio desvalorizado está a nossa favor)
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6. Venda brigadeiro, tapioca e outras comidinhas típicas
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6/11 (Rodrigo Senna / Flickr / Creative Commons)
Além de lembrancinhas, qual gringo não tem curiosidade de experimentar comidas e doces típicos brasileiros? Venda tapioca, acarajé, pão de queijo, brigadeiro, mini feijoada ou/e outras comidas da nossa rica culinária
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7. Seja motorista particular ou trabalhe na Uber
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7/11 (Sergio Perez / Reuters)
Segundo Francisco Marins, do Sebrae, apesar de toda a preparação, muitos serviços ainda devem ser demandados mais do que a oferta. Uma destas áreas é transportes. “Transportes, aluguel de veículos, grupo de motoristas que possam atender essas pessoas. Isto ainda será carente durante o evento"
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8. Franquias baratas
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8/11 (Zé Amaral/Contigo)
Se você preferir montar um negócio formal, mas acha que não tem o know-how, uma sugestão é investir em
microfranquias, que geralmente custam até R$ 80 mil. Muitas franquias estão se preparando para a Olimpíada, com investimentos em marketing e em promoções no período. Segundo Francisco, uma das áreas promissoras é o setor de alimentos orgânicos. “Apesar de serem minoria no Brasil, os turistas valorizam a alimentação saudável"
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9. Fique de olho em novos esportes
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9/11 (Thinkstock/Ingram Publishing)
Apesar de o futebol e vôlei liderarem entre os esportes preferidos dos brasileiros, a Olimpíada pode quebrar alguns paradigmas e abrir novas oportunidades de negócios em esportes não tão tradicionais por aqui. “Os brasileiros vão ter experiência com outras modalidades esportivas e, com certeza, a demanda por elas vai aumentar”, disse Marins
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10. Oportunidades nos eventos
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10/11 (Divulgação/Viva Eventos)
A área de eventos também promete dar uma aquecida neste ano. Se você tem experiência na área, Marins lembra que cada delegação fará eventos paralelos à Olimpíada e, certamente, vai procurar empresas e profissionais dispostos a coordenarem tais eventos, o que vai demandar muitos profissionais
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11. Aproveite para inovar
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11/11 (Thinkstock)