Rodrigo Tognini, presidente da Conta Simples: fintech começou oferecendo cartões corporativos (Gladstone Campos/Divulgação)
Repórter
Publicado em 16 de janeiro de 2025 às 12h03.
A Conta Simples encerrou 2024 com números que chamam a atenção: foram R$ 38 milhões economizados para pequenas e médias empresas (PMEs) do Brasil. Com foco em simplificar as finanças corporativas, a fintech ajudou seus clientes a gastar menos tempo em tarefas operacionais e mais energia no que importa—crescer o negócio.
Rodrigo Tognini, cofundador da startup, explica que esses resultados não vieram por acaso. “Investimos pesado em tecnologia e reposicionamos nossa estratégia para atrair empresas maiores e mais estruturadas, que têm demandas mais complexas. O resultado foi um crescimento muito expressivo em clientes e no uso das nossas ferramentas”, conta.
A estimativa de R$ 38 milhões foi feita considerando as 370 mil horas economizadas por processos automatizados, multiplicadas por um custo médio do trabalho administrativo em PMEs brasileiras. O cálculo incluiu dados internos da fintech sobre o uso de suas ferramentas e benchmarks do mercado para mensurar o tempo que seus clientes pouparam em relação a empresas que realizam tarefas manualmente.
O que começou como uma fintech de cartões corporativos evoluiu para algo maior: hoje, a Conta Simples é um sistema que oferece gestão financeira para todo o tipo de empresa. Entre os recursos mais populares estão o controle de despesas por categoria e a automação de relatórios financeiros—ferramentas que tiram das PMEs o peso de processos manuais e demorados. No total, a fintech emitiu 250 mil cartões em 2024 e ultrapassou a marca de R$ 50 bilhões transacionados em cinco anos de operação.
Em 2024, a fintech lançou novidades como o Buy Now, Pay Later (BNPL), solução que permite pagamentos flexíveis via Pix, TED e boletos, simulando a experiência de crédito sem depender de cartões. Isso fez com que a base de clientes mais do que dobrasse, segundo a empresa. Hoje, 95% dos clientes da Conta Simples utilizam ao menos uma funcionalidade de gestão com frequência.
Um deles é a Copastur, empresa de turismo corporativo, enfrentava um problema clássico: processos manuais para conciliar despesas como passagens aéreas e hospedagens. Com a fintech, conseguiu reduzir em 70% o tempo gasto em tarefas burocráticas, liberando o time para focar em decisões estratégicas.
Já a Turbi, startup de aluguel de veículos, aproveitou o crédito BNPL para expandir sua frota. Antes, a gestão financeira era pulverizada em vários sistemas; agora, tudo está integrado em uma única plataforma. “Automatizar processos financeiros foi um divisor de águas para o nosso crescimento”, destacou o CEO da empresa.
Para sustentar a expansão, a Conta Simples captou R$ 200 milhões no início de 2024. Mas, diferente de muitas startups, a empresa fechou o ano com o mesmo caixa que tinha ao começar, mesmo após investir em tecnologia, novos produtos e ampliação do time. “A gente acredita em crescimento sustentável. Não faz sentido queimar caixa sem estratégia. Preferimos crescer de forma constante e sólida”, afirma Tognini.
Esse cuidado ajudou a fintech a dobrar de tamanho internamente, com 112 novos colaboradores. Nomes de peso, como Daniel Moreira (ex-Itaú) e Conrado Tourinho (ex-Gympass), chegaram para liderar áreas estratégicas e acelerar o ritmo da empresa.
Com os resultados de 2024, a fintech está dobrando a aposta em tecnologia e integração. Em fevereiro de 2025, promete lançar novas funcionalidades, como parcerias com ERPs e ferramentas de automação que prometem economizar ainda mais tempo para as PMEs.
Além disso, a oferta de crédito, como cartões corporativos e produtos flexíveis, será reforçada. A ideia é usar a tecnologia para conectar soluções de pagamento e gestão financeira. “A meta é simples: queremos ser o parceiro principal das PMEs”, explica Tognini.