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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
As vendas do comércio varejista na região metropolitana de São Paulo cresceram 3,2% no primeiro semestre de 2006 em comparação ao mesmo período de 2005, aponta pesquisa da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio). O resultado foi considerado fraco pela instituição, que acredita que o setor acompanhará a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e dificilmente encerrará o ano com desempenho acima de 4%.
De acordo com o presidente da Fecomercio, Abram Szajman, as altas taxas de juros impedem que o comércio registre melhores números. "O elevado custo dos empréstimos representa um freio de mão puxado para a economia brasileira", afirma. A instituição constatou que, embora os juros médios cobrados de pessoas físicas e jurídicas tenha caído de 55,5% ao ano no primeiro semestre de 2005 para 52,8% em 2006, a taxa real (descontada a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA) subiu de 44,5% para 45,6% ao ano no mesmo período.
Apesar disso, no primeiro semestre de 2006, o crédito cresceu 16%, ultrapassando 240 bilhões de reais.
Segmentos
Dos nove segmentos analisados pela Fecomercio, quatro apresentaram aumento de vendas, outros quatro perderam negócios e um manteve-se estável (veja tabela abaixo).
Os supermercados, por contarem com maior peso na pesquisa, foram os que mais contribuíram para o incremento das vendas no varejo entre janeiro e junho. De acordo com a Fecomercio, o segmento se beneficiou da redução do desemprego, que caiu de 11,2% para 10,3%, e do crescimento de 5,6% da renda dos brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O aumento da confiança do consumidor na economia também ajudou a elevar os resultados. Segundo Szajman, esse cenário deve sofrer poucas mudanças nos próximos meses. "A inflação deve continuar sob controle, permitindo um ganho real no poder de compra, e o crédito tende a manter a trajetória de crescimento, apesar dos juros serem excessivamente elevados", afirma.
Nos seis primeiros meses de 2006, as lojas de vestuário, tecidos e calçados foram a que tiveram maior aumento de vendas, 13,1%. Para o ano, no entanto, as previsões para farmácias e perfumarias, são as mais favoráveis, apontando crescimento de 12% nas vendas, contra 6% das lojas de vestuário, tecidos e calçados e 4% dos supermercados.
Desempenho do varejo | ||
Segmento | Variação no ano | Previsão para 2006 |
Lojas de departamentos | -3% | 4% |
Lojas de eletroeletrõnicos | -13,1% | -4% |
Lojas de móveis e decorações | -8,3% | -8% |
Lojas de vestuário, tecidos e calçados | 13,1% | 6% |
Supermercados | 6,3% | 4% |
Farmácias e perfumarias | 7,2% | 12% |
Concessionárias de veículos | -3,6% | 2% |
Lojas de autopeças e acessórios | 0,5% | 1% |
Lojas de materiais de construção | 2% | 8% |
Comércio geral | 3,2% | 3% |