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Com Rappi, Carrefour quer ser o líder no e-commerce de alimentos

A ideia é ultrapassar o concorrente, o Grupo Pão de Açúcar, em dois ou três anos, "mas se for possível ainda esse ano, melhor", disse diretor

Shopping Pamplona: um dos imóveis reformados do Carrefour (Germano Luders/Exame)

Shopping Pamplona: um dos imóveis reformados do Carrefour (Germano Luders/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 28 de fevereiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2019 às 07h30.

As vendas de alimentos pela internet ainda são muito pequenas, mas já há interessados em liderar esse setor. O Carrefour tem investido em logística, marketplace e parcerias para se tornar o líder no e-commerce alimentar.

"O comércio eletrônico de alimentos ainda é muito novo, mas é um mercado que vai se desenvolver. Já somos o líder no varejo alimentar, não podemos ficar fora do e-commerce", afirmou Sébastien Durchon, diretor financeiro do grupo Carrefour Brasil, em conferência com a imprensa sobre a divulgação de resultados de 2018. A ideia é ultrapassar o concorrente, o Grupo Pão de Açúcar, em dois ou três anos, "mas se for possível ainda esse ano, melhor", disse o diretor.

O Carrefour reportou 51,3 bilhões de reais em vendas líquidas em 2018, entre as vendas no varejo e no Atacadão. As vendas diretas pela internet, sem incluir o marketplace, representaram 10,4% das vendas do Carrefour Varejo, excluindo gasolina.

Um dos motores para esse crescimento é a parceria com a Rappi, startup colombiana de entregas, firmada em janeiro. 48 unidades do Carrefour já foram cadastradas na plataforma. Assim, quem faz o trabalho pesado de receber os pedidos de compra, selecionar os itens e fazer a entrega é a startup. "Estamos trabalhando a quatro mãos e queremos construir um modelo diferente, mais eficiente", afirmou Durchon.

Além da Rappi, a empresa está investindo em novos modelos de entrega, focados na integração com as lojas físicas. O Clique e Retire já representa 10% do total de vendas diretas na internet, o que impulsiona inclusive as vendas físicas. Cerca de um terço dos consumidores que vão a uma loja retirar um pedido acabam fazendo uma nova compra. Já o serviço Retire de Carro, focado em alimentos, chegou a 10 lojas.

A corrida pela liderança é grande, mas o mercado ainda é muito pequeno. Alimentos são a principal categoria do varejo brasileiro: representam 35% das vendas totais, ou 325 bilhões de reais, afirma a pesquisa. Mesmo assim, a venda online de alimentos está no extremo oposto. É a segunda menor categoria no comércio eletrônico, com apenas 0,4% de participação nas vendas totais.

O lado negativo do comércio eletrônico

O comércio eletrônico foi a divisão da empresa que mais cresceu em 2018. O faturamento cresceu 110%, cinco vezes mais rápido do que a média do setor. As vendas chegaram a 1,4 bilhão de reais, representando 9% das vendas brutas do Carrefour, excluindo gasolina.

O avanço do comércio eletrônico, no entanto, traz um obstáculo para a empresa. As margens brutas são mais baixas do que o negócio tradicional de varejo. Hoje, as margens brutas estão em 25,8%. Quando o comércio eletrônico foi lançado em junho de 2016, a margem era de 10%. O Carrefour diz que esse número já melhorou muito, mas que continua a pressionar seus resultados.

"Somos uma startup ainda e já geramos caixa no último trimestre. Com ganho de escala, melhor mix e maior sinergia, vamos conseguir resultados melhores", afirmou Paula Cardoso, diretora da nova unidade de negócios, Carrefour eBusiness Brasil (CeBB), e que esteve à frente da transformação digital do Carrefour Brasil.

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