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Com licença revogada em Londres, Uber corre risco na Europa

O órgão regulador de Londres disse que o Uber não conseguiu checar adequadamente a identidade de motoristas e oferecer um serviço seguro aos passageiros

Uber: Pelo menos 14 mil viagens foram realizadas por motoristas que não eram quem diziam ser, em Londres (AFP/AFP)
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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2019 às 15h00.

Última atualização em 26 de novembro de 2019 às 16h00.

O maior mercado da Europa para o Uber Technologies está em risco depois que reguladores de Londres revogaram a licença do serviço de transporte por aplicativo pela segunda vez em menos de três anos, alegando preocupações com a segurança.

O órgão regulador de transporte de Londres disse que o Uber não conseguiu checar adequadamente a identidade de motoristas e oferecer um serviço seguro aos passageiros. Pelo menos 14 mil viagens foram realizadas por motoristas que não eram quem diziam ser. Um motorista acusado de usar o aplicativo do Uber irregularmente já havia tido uma licença privada revogada pelo órgão regulador. A pessoa havia recebido uma advertência por distribuir imagens indecentes de crianças, disse um porta-voz da agência Transport for London (TfL).

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O Uber disse que vai recorrer da decisão e poderá continuar operando em Londres durante esse processo, o que pode levar anos. Jamie Heywood, responsável pelos negócios da empresa no Reino Unido, disse que o Uber descobriu uma falha em seu aplicativo em maio que permitiu a 43 pessoas fazer viagens não autorizadas. A empresa disse que informou imediatamente os reguladores e já corrigiu o problema.

“A brecha foi fechada”, disse Heywood em entrevista na segunda-feira à Bloomberg Television. “Impedimos os motoristas implicados de fazer novas viagens, depois fizemos auditorias completas de todos os motoristas em Londres.”

Autoridades de Londres disseram que não foi suficiente. O Uber ainda estava implementando medidas para eliminar a falha do aplicativo em outubro, e o regulador disse que não há certeza que incidentes como esse possam ser evitados no futuro.

O Uber estava operando com uma licença de dois meses que terminava na segunda-feira, a mais recente extensão, enquanto a TfL analisava as mudanças que a empresa estava fazendo nas operações. O presidente do Uber, Dara Khosrowshahi, conduzia uma ofensiva elegante em Londres, tendo ido à capital em 2017 após a proibição inicial para se reunir com os reguladores da cidade e negociar pessoalmente um acordo. Ele disse na época que queria “consertar as coisas”.

Na segunda-feira, o executivo foi mais direto, chamando a decisão de “simplesmente errada” em sua conta no Twitter logo após ser divulgada.

Ainda assim, é improvável que a empresa desapareça das ruas de Londres tão cedo. Quando o Uber foi inicialmente considerado “inadequado” para operar em setembro de 2017, o julgamento só ocorreu em junho do ano seguinte, período no qual o Uber foi autorizado a continuar a operar.

“Um dos riscos mais significativos” para o Uber vem das ameaças de suas licenças em grandes mercados, como Nova York e Londres, disse o analista da Loop Capital, Jeffrey Kauffman, em nota divulgada na segunda-feira. Ele reduziu o preço-alvo para a ação da empresa de US$ 48 para US$ 41. “A longo prazo, esperamos que o Uber esteja operando em Londres, embora não possamos descartar a possibilidade de períodos de incerteza.”

--Com a colaboração deTony Aarons.

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