Antonio Cassio, da +Pet: "Tem muito valor para capturar neste mercado" (+Pet/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 3 de maio de 2024 às 11h44.
Última atualização em 14 de maio de 2024 às 15h02.
A cidade de São Paulo está recebendo um novo hospital para cuidar dos animais de estimação. A unidade de 1000 metros quadrados pertence ao +Pet, um plano de saúde com um modelo verticalizado de negócio que combina a oferta do serviço de convênio à presença de uma unidade física de atendimento.
A empresa começou em Goiânia e Aparecida de Goiânia, no estado de Goiás, há três anos e inaugurou unidades em Brasília e Campinas desde então. No período, comercializou mais de 30.000 planos, cujo valor parte de R$ 99,99 por mês.
Pelo modelo da +Pet, a rede só trabalha com os hospitais próprios, que atendem os usuários dos planos e também particulares. Por outro lado, os conveniados só fazem uso desses espaços - sem acesso à redes conveniadas.
Nos próximos três anos, a empresa pretende abrir mais 10 unidades e investir em torno de R$ 100 milhões de reais.
A chegada à capital paulista é um marco para o negócio, que encontrou o caminho para o breakeven nas três primeiras unidades. São Paulo é o maior mercado consumidor do país, com alto poder aquisitivo e tem mais de 3 milhões de cães e gatos registrados, de acordo com números da prefeitura.
“São Paulo é o maior investimento nosso naturalmente porque em São Paulo tudo é mais caro, mas o local que escolhemos para a primeira unidade é fantástico”, afirma Antonio Cassio dos Santos, sócio e presidente do Conselho da +Pet.
O centro de saúde fica no bairro do Morumbi e reúne 9 consultórios, 3 leitos de UTI e 80 leitos destinados para cães e gatos, além de leitos que permitem a presença do tutor durante o tratamento dos animais e serviço de telemedicina. O espaço conta ainda com equipamentos para tomografia computadorizada, aparelhos de raio X, laboratório clínico, farmácia e capela ecumênica.
“Nós investimos R$ 15 milhões de Capex. Se considerarmos a curva de aprendizado, que é o tempo que levamos até que o hospital se torne rentável, podemos adicionar mais 25%”, diz Santos, ex-CEO da resseguradora IRB Brasil e atualmente no conselho.
Com mais de 40 anos no mercado de seguros, ele se deparou com o mercado pet por intermédio de um amigo. Se a proposta tivesse chegado com algum atraso, possivelmente o negócio seria outro, ligado a funerais, modelo que tinha aventado por duas vezes: ao sair da Mapfre, em 2011, e ao deixar a Zurich Seguros, em 2014.
Após estudar mercados externos como o americano e o britânico, percebeu que o setor ainda estava em fase de consolidação e muito fragmentado. “Existe uma mudança de padrão de comportamento dos tutores, a partir da pandemia”, afirma. “No Brasil, além de ser um mercado fragmentado, é ainda bastante subdesenvolvido. Então, tem muito valor para capturar”.
De acordo com dados do Euromonitor, o Brasil ocupa o terceiro lugar entre as maiores populações pets do mundo, ficando atrás apenas de China e Estados Unidos. O país fechou o ano com 173,9 milhões de animais - 105 milhões são cães e gatos.
O mercado pets voltou aos holofotes no último mês, com o anúncio da fusão entre a Petz e a Cobasi, um transação que criou um negócio avaliado em mais de R$ 7 bilhões.
Na empreitada com Cassio, estão mais sete empresários: Pablo Teixeira e Moisés Carvalho, sócio da Buriti, grupo goiano do mercado imobiliário, o empresário Antonio Bahia, o médico Leonardo Tolentino, o veterinário Hebert Just e ainda Alexandre Pedreira e Manoel Pereira, da GAV Resorts.
Juntos, eles investiram cerca de R$ 65 milhões no negócio. “Até agora nós não pegamos nem um centavo de terceiros e não temos problema de caixa para chegar até aos 10 hospitais”, diz Cassio sobre a nova fase do negócio.
No plano de expansão, a +Pet vai colocar mais 100 milhões para abrir 10 novos hospitais até 2027 e chegar à marca nas 15 unidades. Até lá, a estimativa é ter mais de 200.000 vidas atendidas. A próxima praça é o Rio de Janeiro, onde pretende desembarcar até dezembro.
Neste ano, a expectativa é encerrar com faturamento na casa dos R$ 50 milhões, expansão de 200% em relação aos números de 2023.
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