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Com fusão, Perdigão vira líder brasileira em queijos e leite longa vida

Compra da Eleva aumentou capacidade de processamento de leite da empresa em 3,5 milhões de litros por dia

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A aquisição da Eleva, antiga Avipal e dona da marca Elegê, tornou a Perdigão a maior produtora e comercializadora de queijos e leites longa vida do Brasil. Com a confirmação do negócio, na noite de ontem, a Perdigão, que processa 700 mil litros de leite por dia, aumenta sua capacidade em 3,5 milhões de litros por dia. A Perdigão sempre foi forte no abate e processamento e aves e porcos. Com a compra da Batavo, a empresa cresceu no setor de leite. Os lácteos, entretanto, ainda representavam apenas 10% de sua produção.

 PerdigãoEleva
Faturamento liq (milhões reais)4,71,7
Lucro líq
(milhões de reais)
223,891,1
EBITDA562,3174,2
Exportações
(milhões de reais)
2,3 (bi)570,5
Funcionários44.15210.048
Fábricas1813
Abate de 468,8 140,7 frangos
(milhões de cabeças)
468,8140,7
Abate suínos/bovinos (milhões de cabeças)2,80,6
Produção de processados carne (mil ton)545,822,5
Captação de leite (milhões de litros)183,2722,2
Produção de lácteos (mil/ ton)211,1737,1
Principais MarcasPerdigão Chester Batavo Perdix Toque de Sabor Borella DorianaElegê Avipal Santa Rosa Dobon Balance Yogê Unileite El Vaquero
*Números entre janeiro e setembro de 2007

As marcas das duas companhias serão preservadas após a fusão das operações e a tendência é que se busquem sinergias para reduzir custos e otimizar os processos produtivos. Segundo Nildemar Secches, presidente da Perdigão, existe muita complementariedade entre as duas companhias. A Eleva, por exemplo, tem unidades em Mato Grosso do Sul e na Bahia, onde a Perdigão não tem.

No final de 2005, pouco antes da Perdigão pulverizar seu capital e antes da oferta hostil de aquisição feita pela Sadia, a diretoria da empresa catarinense elaborou um planejamento estratégico que previa o fortalecimento da Perdigão no setor de laticínios. "Acredite ou não, tudo que estamos fazendo agora já estava previsto. Inclusive uma grande aquisição", disse Secches em entrevista no Rio Grande do Sul.

Em abril de 2006, a Perdigão anunciou o primeiro negócio nesse sentido, com a compra da Batavo. Entre 2004 e 2006, a consultoria Galeazzi Associados fez um profundo trabalho de reestruturação na Avipal. A partir de julho de 2006, quando os controladores profissionalizaram a gestão da empresa, a companhia gaúcha passou a ser um alvo interessante para a Perdigão. As negociações entre as duas empresas começaram efetivamente há 60 dias, segundo Secches. O primeiro contrato público saiu no dia 18 de outubro, coincidentemente, dia do aniversário de 56 anos do presidente da Perdigão. "No último final de semana nos debruçamos noites inteiras para desenhar a operação", diz ele.

O valor da negociação, que pode chegar a 1,7 bilhão de reais, inclui a dívida da Eleva, de 450 milhões de reais, assumida pela Perdigão. A empresa catarinense vai desempbolsar 773 milhões de reais em dinheiro para pagar os controladores (família Chun), detentores de 77%, e os minoritários, que tem 23% das ações. Esse montante equivale a 46% do capital total. Os outros 54% virão de uma emissão de 20 milhões de novas ações da Perdigão. No total, a Perdigão vai emitir 40 milhões de ações. A primeira operação, que deve ser concluída até dezembro, será para pagar os 773 milhões de reais aos acionistas atuais. A segunda operação, que deve ocorrer a partir de janeiro, será para troca de ações com os atuais acionistas.

Com isso, a família Chun torna-se a terceira maior acionista da Perdigão, com 7,4% de participação. Até agora, os principais acionistas era os fundos Previ e Petros, com pouco mais de 25%, e a Weg Participações, com cerca de 4% do capital.

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