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Com concorrência, H&M expande em cidades menores da China

Companhia está adicionando mais lojas à medida que a concorrência no varejo se intensifica na segunda maior economia do mundo


	Loja da H&M na China: companhia já possui lojas em cidades chinesas menores como Meishan, Daqing, Weifang, Baicheng e Zhangjiajie
 (Lam Yik Fei/Bloomberg)

Loja da H&M na China: companhia já possui lojas em cidades chinesas menores como Meishan, Daqing, Weifang, Baicheng e Zhangjiajie (Lam Yik Fei/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2014 às 16h23.

Sydney/Xangai - A Hennes Mauritz AB, a segunda maior varejista de indumentária da Europa, está se expandindo para cidades menores na China para seduzir mais clientes, à medida que a concorrência no varejo se intensifica na segunda maior economia do mundo.

A empresa, com sede em Estocolmo, também procurará fabricar roupas em Mianmar, na Etiópia e no Quênia porque a alta dos salários na China, seu maior mercado fornecedor, pressiona suas margens de lucros, disse hoje o CEO Karl-Johan Persson em entrevista por telefone de Melbourne, onde a empresa abrirá sua primeira loja na Austrália.

As empresas globais de indumentária Inditex SA e H&M estão se expandindo para as regiões menos desenvolvidas da China à medida que a concorrência se intensifica nas maiores cidades do país asiático. A Fast Retailing e a Gap também acrescentarão lojas e apresentarão novas marcas para aproveitarem a alta da renda na China, onde uma medição da confiança do consumidor aumentou para o nível mais alto em 10 meses em fevereiro.

“Certamente o país inteiro está ficando mais competitivo”, disse Persson, reconhecendo novos rivais e varejistas internacionais que estão melhorando e se expandindo no país. “Testamos cidades de segundo e de terceiro nível na China e descobrimos que a ideia está funcionando bem”. Neste ano, a varejista abrirá mais lojas na China do que em qualquer outro mercado, com planos para entre 80 e 90 lojas novas. Os consumidores de cidades menores fora de Pequim, Xangai e Guangzhou mostraram-se receptivos aos conceitos da H&M, e isso “abre muitas oportunidades de expansão”, disse ele.

Oportunidade no mercado

A H&M já possui lojas em cidades chinesas menores como Meishan, Daqing, Weifang, Baicheng e Zhangjiajie, segundo o site da empresa. A companhia abrirá uma loja neste ano em Zhuhai, uma cidade de terceiro nível na fronteira com Macau, disse por e-mail Trish Varker- Miles, porta-voz externa da Trish Nicol Agency em Sydney que trabalha com a empresa.


“É um reflexo da forte concorrência em cidades maiores e também da oportunidade que pode haver nas cidades menores”, disse Matthew Crabbe, diretor de pesquisa para a região Ásia-Pacífico para a empresa de pesquisa da indústria Mintel Group. “Mais companhias estão chegando e o bolo está sendo dividido em fatias menores”.

As empresas globais de moda apresentaram novas marcas nas maiores metrópoles, como Xangai e Pequim, ao longo do ano passado, aumentando a concorrência na indústria. A Inditex, dona da Zara, aumentará seu número de lojas para mais de 500 neste ano frente a cerca de 450 atualmente.

A Gap, a maior varejista de indumentária especializada dos EUA, abriu sua primeira loja da Old Navy na China no mês passado em Xangai. A fabricante de roupas com sede em San Francisco, que possuía 81 lojas na China no último ano fiscal, que vai até fevereiro, planeja abrir cerca de 30 lojas da Gap e cinco da Old Navy no atual ano fiscal, disse a empresa em fevereiro.

Dólar australiano desvalorizado

Na Austrália, onde uma desvalorização de 12 por cento da moeda local nos últimos 12 meses pressionou os varejistas estrangeiros, Persson disse que a cadeia preferiria reduzir suas margens de lucros do que perder sua posição no extremo de valor do mercado.

“Não subiremos preços para cobrir certos custos externos”, disse ele. “Queremos oferecer aos clientes na Austrália a mesma oferta fantástica, isso é o mais importante”.

A alta dos salários na China e em Bangladesh – onde a H&M concordou em melhorar os padrões de inspeção de segurança no trabalho para os operários de indumentária – pressionou os custos, disse Person. A empresa tinha testado se países africanos como o Quênia e a Etiópia, bem como Mianmar, podiam atuar como fornecedores do grupo.

A inflação de custos na China e em Bangladesh “obviamente estava afetando o nosso fornecimento”, disse ele. “Os custos de transporte também aumentaram um pouco”.

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