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Com alta no e-commerce, Mercado Livre mantém investimento no Brasil

A alta no comércio eletrônico provocada pelas medidas de isolamento social deve compensar os efeitos negativos do coronavírus nos resultados da empresa

Mercado Livre: portal de comércio eletrônico tem forte alta nas vendas com o fortalecimento do e-commerce durante a pandemia do coronavírus (Mercado Livre/Divulgação)

Mercado Livre: portal de comércio eletrônico tem forte alta nas vendas com o fortalecimento do e-commerce durante a pandemia do coronavírus (Mercado Livre/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 5 de maio de 2020 às 19h00.

Última atualização em 5 de maio de 2020 às 19h00.

O Mercado Livre deve manter o plano de investir cerca de 4 bilhões de reais no Brasil em 2020, uma vez que a alta no comércio eletrônico provocada pelas medidas de isolamento social deve compensar os efeitos negativos do coronavírus em seu principal mercado, disse um executivo da companhia.

Maior portal de comércio eletrônico da América Latina, o Mercado Livre afirmou nesta terça-feira, dentro de seu balanço do primeiro trimestral, que observou forte retração da demanda na segunda metade de março, mas que o movimento foi retomado com força em abril, com cada vez mais consumidores comprando cada vez mais pela internet, o que tem exigido mais entregadores.

"Pode ser que tenhamos que redirecionar alguns investimentos para logística, devido ao aumento da demanda do ecommerce, mas no momento a ideia é manter o volume total", disse à Reuters o vice-presidente da empresa para América Latina, Stelleo Tolda.

Segundo o executivo, a necessidade de continuar gerando caixa à medida que as medidas de isolamento social se estendem em várias partes do país, tem levado um número crescente de pequenos comerciantes a procurarem os canais digitais para venderem seus produtos.

O Mercado Livre afirma ter contratado 200 funcionários próprios e outros 2,5 mil terceiros desde a segunda metade de março para reforçar sua equipe de logística e dar conta do aumento do volume de entregas.

Tolda estima que muitos dos novos compradores e vendedores manterão as transações no ambiente eletrônico, mesmo depois que as medidas de isolamento forem desfeitas.

"Acredito que a participação do comércio eletrônico nas vendas totais vai se estabilizar em níveis maiores do que os que tínhamos antes da crise", disse ele.

Além do aumento de pessoal, a empresa avalia inaugurar ainda neste ano, no Nordeste, seu quarto centro logístico no país.

Ao mesmo tempo em que amplia o foco em logística, a empresa tem revisto campanhas ligadas à expansão de seu braço financeiro Mercado Pago no varejo físico, justamente o mais atingido pelas medidas de isolamento para tentar conter o avanço da Covid-19.

No mês passado, a Reuters publicou que o Mercado Pago criou uma linha de crédito de 600 milhões de reais dirigida justamente a pequenos empreendedores atingidos pela crise.

Resultado

O Mercado Livre teve receita líquida de 652 milhões de dólares no primeiro trimestre, aumento ano a ano de 37,6% em dólares. Embora tenha desacelerado nas bases sequencial e anual devido em parte à desvalorização das moedas de Brasil, Argentina e México, os principais mercados da empresa, em moeda constante o crescimento foi de 70,5%. No Brasil, responsável por 61% do total, a receita subiu 31,4% em dólar e 55% em real, ano a ano.

No Mercado Pago, a base de usuários únicos ativos cresceu 30,9%, a 43,2 milhões, e o volume de pagamentos alcançou 8,1 bilhões de dólares, aumento ano a ano de 43,5% em dólar e de 82,2% em moeda constante.

O Mercado Livre teve prejuízo líquido (após impostos) de 21,1 milhões de dólares de janeiro a março, ante resultado também negativo de 54 milhões no quarto trimestre de 2019.

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