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Citi quer crescer no Brasil com ajuda dos ricos

Banco quer ampliar em 5% sua base de clientes de varejo na maior economia da América do Sul neste ano

Placa do Citibank em frente ao prédio do banco em São Paulo (Dado Galdieri/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2014 às 17h57.

São Paulo - O Citigroup , único banco dos EUA com atuação no varejo no Brasil, decidiu focar na população mais rica do país, que usa serviços bancários sofisticados, para ampliar em 5% sua base de clientes de varejo na maior economia da América do Sul neste ano e no próximo.

O público-alvo do banco são clientes com renda familiar de mais de R$ 5.000 (US$ 2.240) por mês, disse Hélio Magalhães, presidente da unidade brasileira do banco com sede em Nova York, em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo, no início do mês.

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A renda média real foi de R$ 2.028 em abril, segundo os dados mais recentes do IBGE. O banco estima que haverá 20 milhões de pessoas dentro deste perfil em 2020 no Brasil, em comparação com cerca de 12 milhões em 2011.

Terceiro maior banco dos EUA, o Citigroup mudou sua estratégia para concentrar a atuação em 150 cidades ao redor do mundo selecionadas por ter o maior potencial de crescimento no setor, com base em sua capacidade para atrair capital, novas empresas, talentos e turistas.

Dentro dessas, o Brasil concentra três dentre as top 50: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, disse Magalhães.

“Estamos transformando a área de banco de varejo para atender clientes de mais alta renda, seguindo a estratégia internacional”, disse Magalhães.

Como parte dessa estratégia, o Citi planeja abrir em outubro uma agência-modelo (“flagship”), na Avenida Faria Lima, em São Paulo, onde demonstrará seus recursos digitais, disse ele.

O Citigroup tentará aumentar o número de clientes que atende, mas com menos agências.

O número de agências no Brasil caiu de 100, em 2012, para 79, segundo a empresa, que vem fechando unidades em todo o mundo como parte de sua estratégia para focar em centros urbanos.

Cartão de crédito

Parte da reestruturação no Brasil também incluiu a venda, em maio de 2013, da unidade Credicard, que tinha 4 milhões de cartões em circulação. O Itaú Unibanco Holding comprou a empresa por R$ 2,77 bilhões.

“O ano passado foi difícil”, disse Magalhães. “Tivemos que remover a empresa Credicard da nossa estrutura com cerca de 1.200 funcionários e isso afetou um pouco os nossos clientes, com mudanças em estruturas e sistemas”.

O Citi tem 350.000 clientes de varejo e 50.000 clientes corporativos no Brasil, o mesmo que em 2012, disse Magalhães. O banco também tem cerca de 1 milhão de cartões de crédito no país sob as bandeiras Citi e Diners Club.

O Citigroup tem cerca de 6.000 funcionários no Brasil, disse Magalhães. É o 11º maior banco em ativos do país, com R$ 58,5 bilhões até março, segundo dados do site do Banco Central.

E é o maior em câmbio no país, o que inclui financiamento de operações de comércio exterior, segundo Magalhães.

Banco corporativo

Cerca de 60% da receita total do banco no Brasil vem de clientes corporativos, disse Magalhães, acrescentando que o alcance internacional da empresa é uma vantagem em relação aos concorrentes locais.

“Os bancos brasileiros estão apenas começando sua expansão na América Latina”, disse Magalhães. O Citigroup já está em 24 países da região, onde possui escritórios há cerca de 100 anos.

A unidade do Citigroup no México está no centro de uma fraude em um empréstimo de US$ 400 milhões, revelada em fevereiro.

Altos executivos da unidade, conhecida como Banamex, enfrentam investigações regulatórias e criminais decorrentes da fraude que custou à empresa cerca de US$ 165 milhões no primeiro trimestre.

O Citigroup disse hoje que fechou um acordo para vender seu banco de varejo na Espanha para a empresa Banco Popular Español.

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