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Chuvas prejudicam colheita de soja

Até a última sexta-feira houve avanço de seis pontos percentuais, para 60 da área de soja, um índice considerado "pequeno" pela consultoria AgRural


	Plantação de soja: com a chuva registrada nos momentos finais da colheita, a preocupação é com eventuais prejuízos causados à soja que permanece nas lavouras, prejudicada por índices elevados de umidade.
 (Carlos Carrion/AFP)

Plantação de soja: com a chuva registrada nos momentos finais da colheita, a preocupação é com eventuais prejuízos causados à soja que permanece nas lavouras, prejudicada por índices elevados de umidade. (Carlos Carrion/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2013 às 16h28.

São Paulo - Chuvas atrapalharam a colheita de soja na última semana, provocando um avanço lento nos trabalhos nos principais Estados produtores, disse nesta segunda-feira a consultoria AgRural.

Até a última sexta-feira houve avanço de seis pontos percentuais, para 60 da área de soja, um índice considerado "pequeno" pela consultoria.

Na mesma semana de 2012 a colheita havia sido realizada em 61 % da área plantada no país.

"Em Mato Grosso, a colheita entrou na reta final, mas o excesso de chuva atrapalhou", disse a AgRural em nota. Até esta sexta-feira, 92 % da área estava colhida, em linha com os 93 % de 2012 e acima dos 89 % da média de cinco anos.

O excesso de chuva também prejudicou o andamento da colheita em quase todo o Paraná. O trabalho foi concluído em 66 % da área, ante 60 % da semana anterior.

Com sete dias de muita chuva no Rio Grande do Sul, especialmente no noroeste do Estado, a colheita ficou praticamente paralisada em sua fase inicial, sendo realizada em 3 % da área, contra 2 % na semana anterior, disse a consultoria.

Os trabalhos nas lavouras gaúchas estão atrasados na comparação com o ano passado, quando na mesma época 11 % da área já haviam sido colhidos.

Segundo a Somar Meteorologia, ainda haverá mais chuvas fortes no Brasil Central, principalmente Goiás e Mato Grosso.

"Uma frente fria na altura do litoral do Sudeste organiza áreas de instabilidade que cobrem a parte norte da Região Centro-Oeste. No Nordeste a chuva ainda é abaixo do esperado para o período, principalmente sobre a parte norte da Região", previu a Somar, em seu boletim diário.


Produtividade

Com a chuva registrada nos momentos finais da colheita, a preocupação é com eventuais prejuízos causados à soja que permanece nas lavouras, prejudicada por índices elevados de umidade.

Em Mato Grosso, "os produtores confirmam a redução na produtividade devido à estiagem no início do plantio e ao excesso de chuva na colheita", disse a AgRural.

Em Sapezal, no oeste do Estado, a média de produtividade da soja mais tardia está em 49 sacas. Em Rondonópolis, no sul, as últimas lavouras colhidas também perderam qualidade.

"Em Ipiranga do Norte, no médio-norte, fala-se em redução de cinco sacas por hectare por causa dos descontos com grãos avariados", afirmou a consultoria.

No norte do Paraná, não há relatos de problemas com grãos ardidos (em fase inicial de decomposição), mas a umidade está muito alta.

Em Ponta Grossa, no centro-leste paranaense, os produtores estão finalizando a colheita da soja precoce. A AgRural estima que 1 % dessas lavouras já registrem grãos germinando dentro da vagem e que 4 % tenham perda de qualidade.

Por outro lado, a chuva foi bem recebida em algumas partes do Rio Grande do Sul e na Bahia, que vinha sofrendo com estiagem nas últimas semanas.

As precipitações favoreceram lavouras gaúchas que ainda estão na fase de enchimento de grãos, e que representam cerca de 40 % da área de soja do Estado.

Na Bahia, chuvas mais regulares nos últimos sete dias amenizaram um pouco o déficit hídrico das lavouras que ainda estão enchendo grãos. Ainda assim, produtividade das áreas de ciclo mais longo não passa de 35 sacas por hectare devido à estiagem e aos ataques de lagartas.

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