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China quer desenvolver novas tecnologias para diminuir dependência externa

A guerra comercial com os EUA tem dificultado às empresas chinesas a obtenção de componentes e tecnologias de fabricação de chips no exterior

Transmissão de fala do presidente Xi Jinping: plano para impulsionar crescimento nos próximos anos (Roy Liu/Bloomberg)

Transmissão de fala do presidente Xi Jinping: plano para impulsionar crescimento nos próximos anos (Roy Liu/Bloomberg)

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Denyse Godoy

Publicado em 31 de outubro de 2020 às 13h18.

Última atualização em 31 de outubro de 2020 às 13h42.

Em meio aos planos do Partido Comunista para maior autossuficiência econômica, a China disse que precisa desenvolver sua própria tecnologia essencial, porque não pode depender de outros lugares para comprá-la.

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Ao detalhar seu novo plano econômico quinquenal, que eleva a autossuficiência em tecnologia e inovação, autoridades do partido disseram na sexta-feira, 30, que o país vai acelerar o desenvolvimento do tipo de tecnologia necessária para estimular o próximo estágio de desenvolvimento econômico. A chave para isso são medidas ousadas para reduzir a dependência do know-how estrangeiro, embora isso não signifique que a China se isolará do mundo.

"Para alcançar o avanço tecnológico, a China precisa cada vez mais do mundo, e o mundo precisa cada vez mais da China", disse Wang Zhigang, ministro da Ciência e Tecnologia, em conferência de imprensa em Pequim na sexta-feira. O país planeja "melhorar nossa capacidade de fazer inovações de forma independente e de fazer bem as nossas coisas, porque não podemos pedir ou comprar tecnologias essenciais de outros lugares".

Ao mesmo tempo, "esperamos aprender com a experiência internacional avançada e compartilharemos mais resultados tecnológicos chineses com o mundo", disse.

A iniciativa de Pequim para a autossuficiência tecnológica ganha urgência à medida que os Estados Unidos buscam frear a ascensão de seu rival geopolítico. Os EUA pressionaram aliados para evitar equipamentos da Huawei Technologies, impediram dezenas das maiores empresas de tecnologia da China de comprar componentes americanos e até impuseram proibições ao TikTok da ByteDance e ao WeChat da Tencent.

 

No entanto, as autoridades minimizaram perspectivas de uma dissociação entre as duas maiores economias do mundo e disseram que a porta da China permanecerá aberta para a concorrência estrangeira.

"A dissociação completa não é realista. E não é bom para a China, para os Estados Unidos, para o mundo inteiro", disse na conferência Han Wenxiu, do Comitê Central do Partido Comunista. "A verdade é que poucos realmente gostariam de ver os dois países se separarem. A maioria gostaria que nossos países cooperassem e trabalhassem juntos."

Wang, o ministro de tecnologia, disse que foi uma escolha estratégica elevar o papel da inovação e fazer da autossuficiência tecnológica um pilar estratégico do desenvolvimento nacional no plano. Han declarou separadamente que existem "três prioridades de suma importância: reforma, abertura e inovação".

Segmentos estratégicos incluem autossuficiência em chips, blocos de construção para inovações de inteligência artificial, redes de quinta geração e veículos autônomos.

A China importa mais de US$ 300 bilhões em circuitos integrados a cada ano e seus desenvolvedores de semicondutores contam com patentes e ferramentas de design de chips produzidas nos Estados Unidos, bem como com tecnologias de fabricação essenciais de aliados norte-americanos.

A deterioração dos laços entre os governos de Pequim e Washington tornou cada vez mais difícil a obtenção por empresas chinesas de componentes e tecnologias de fabricação de chips no exterior.

 

 

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