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China estuda proibir carros movidos a combustíveis fósseis

O anúncio do plano foi feito depois das decisões da França e da Grã-Bretanha de proibir as vendas de carros e caminhonetes deste tipo até 2040

Combustíveis: em junho, o governo aprovou um projeto de lei para obrigar as montadoras a produzir mais veículos elétricos até 2020 (Getty Images/Getty Images)

Combustíveis: em junho, o governo aprovou um projeto de lei para obrigar as montadoras a produzir mais veículos elétricos até 2020 (Getty Images/Getty Images)

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AFP

Publicado em 11 de setembro de 2017 às 13h08.

A China estuda a possibilidade de proibir a produção e venda de veículos que usam combustíveis fósseis (gasolina e diesel), uma decisão que poderia revolucionar o setor a nível mundial e dar um impulso definitivo aos carros elétricos.

O anúncio do plano foi feito depois das decisões da França e da Grã-Bretanha de proibir as vendas de carros e caminhonetes deste tipo até 2040 para lutar contra as emissões poluentes.

Apesar de o governo de Pequim não ter divulgado datas concretas, as ações das montadoras chinesas registraram queda nesta segunda-feira nas Bolsas, enquanto os títulos da BYD, líder chinesa dos carros elétricos, fechou em alta de 4%.

O anúncio foi feito pelo vice-ministro da Indústria e de Tecnologias da Informação, Xin Guobin, que em um fórum organizado no fim de semana na cidade de Tianjin (norte) explicou que o ministério iniciou "estudos pertinentes" sobre a questão e está trabalhando em um calendário.

"Estas medidas fomentarão mudanças profundas no meio ambiente e devem estimular a indústria automobilística chinesa", afirmou Xin ao canal estatal CCTV.

"As empresas deveriam se esforçar para melhorar o nível de economia de energia dos carros tradicionais e desenvolver vigorosamente veículos elétricos", completou.

O vice-ministro não divulgou um calendário de aplicação, mas o presidente da associação nacional de carros de passeio, Cui Dongshu, citou um "processo longo".

"Será difícil deixar de produzir veículos tradicionais de combustível nas próximas décadas", disse à AFP.

"Poderemos obter um avanço significativo nos carros de passeio até 2040 ou inclusive antes, mas para os demais, como os caminhões pesados, será difícil", completou.

Cui Dongshu disse que as montadoras "ainda não tentaram realmente" entrar no setor de carros elétricos e os consumidores ainda não estão familiarizados com eles, o que permite prever um "grande impacto" quando a China decidir finalmente proibir os veículos que usam combustíveis fósseis.

A China, segunda maior economia mundial, fabricou e vendeu em 2016 mais de 28 milhões de veículos, segundo a Organização Internacional de Montadoras de Automóveis. Do total, 500.000 eram carros elétricos, 50% a mais que no ano anterior.

Em junho, o governo aprovou um projeto de lei para obrigar as montadoras a produzir mais veículos elétricos até 2020 com um novo sistema de cotas obrigatórias, mais complexo que o atual.

Ao mesmo tempo, as montadoras estrangeiras presentes na China começaram a preparar-se para a transição aos carros elétricos no gigante asiático.

A Volvo pretende vender o primeiro carro 100% elétrico A na China em 2019. A Ford anunciou seu primeiro veículo híbrido para o início de 2018 e prevê que 70% de seus automóveis na China sejam elétricos, ao menos parcialmente, até 2025.

A Volkswagen vendeu quatro milhões de carros em 2016 no país, mas poucos eram "verdes". O grupo alemão pretende começar a fabricar carros elétricos no próximo ano graças a uma aliança com o grupo local JAC.

A empresa almeja vender 400.000 veículos eléctricos na China até 2020.

A francesa Renault, que começou a produzir carros no país no ano passado, apresentará em 2018 e 2019 dois novos modelos elétricos.

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