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Cesp tem lucro líquido de R$ 1,3 bilhões no 4º trimestre

Companhia Energética de São Paulo teve resultados impulsionados pela constituição de crédito fiscal de Imposto de Renda e Contribuição Social

Cesp: receita operacional líquida cresceu 6% entre outubro e dezembro (Marcos Issa/Bloomberg News/Bloomberg)

Cesp: receita operacional líquida cresceu 6% entre outubro e dezembro (Marcos Issa/Bloomberg News/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 06h56.

São Paulo — A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) registrou lucro líquido de R$ 1,333 bilhão no quarto trimestre de 2019, expansão de mais de 22 vezes ante os R$ 59,25 milhões anotados no mesmo período do ano anterior.

O forte aumento foi impulsionado pela constituição de crédito fiscal de Imposto de Renda e Contribuição Social, da ordem de R$ 1 bilhão. O mesmo item também impulsionou o resultado líquido anual, de R$ 1,163 bilhão.

Os crédito fiscais estão relacionados aos prejuízos acumulados no passado, que a nova gestão decidiu registrar em balanço diante da perspectiva de utilização futura desses valores, após ter dado início à recuperação operacional da companhia.

A Cesp completou, em dezembro passado, um ano sob gestão privada, após a joint-venture entre Votorantim Energia e o fundo de pensão canadense CPPIB assumirem o comando da geradora, que foi levada a leilão em outubro de 2018. Na ocasião, já se falava que os créditos fiscais existentes e não contabilizados no balanço da Cesp, então estatal, eram um "upside" para a compra da empresa.

Outros fatores também influenciaram o forte resultado do quarto trimestre, como a reversão de impairment de ativos fixos da ordem de R$ 120 milhões, ante R$ 63 milhões anotados no quarto trimestre de 2018, e a reversão de provisões por litígio, da ordem de R$ 324 milhões, ante R$ 109 milhões em igual etapa do exercício anterior.

Do ponto de vista operacional, o desempenho do quarto trimestre de 2019 e também do consolidado do ano indicam as melhorias que vêm sendo implementadas pela nova gestão. A companhia reduziu quadro de funcionários, revisou contratos de serviços de terceiros e buscou uma gestão mais ativa do balanço energético.

Também reavaliou os litígios em que está envolvida, visando reduzir as provisões. "Estamos passando por um período intenso de revisão da estrutura, processos e sistemas, o que tem proporcionado ganhos significativos em produtividade, redução de custos e rentabilidade. Como reflexo das iniciativas já implementadas neste processo de turnaround, verificamos 47% de redução nos custos e despesas gerenciáveis no quarto trimestre de 2019 comparado ao mesmo período do ano anterior", afirmou Mario Bertoncini, diretor presidente e de Relações com Investidores da Cesp, em nota.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Cesp apresentou um crescimento de 100% no quarto trimestre do ano passado, na comparação com igual período de 2018, para R$ 471,5 milhões. Ajustado a fatores como provisão para litígios, reversão de impairment e gastos com programa de demissão voluntária, o Ebitda trimestral chegou a R$ 257 milhões cerca de quatro vezes maior que os R$ 64,35 milhões de um ano antes. A margem Ebitda cresceu 44 pontos porcentuais no trimestre, para 59%.

No ano, o Ebitda recuou 12%, para R$ 862,07 milhões, enquanto o Ebitda ajustado cresceu 50%, para R$ 751,84 milhões. A margem Ebitda do consolidado do ano ficou em 48%, 17 pontos porcentuais acima dos 31% anotados em 2018.

A receita operacional líquida cresceu 6% entre outubro e dezembro, na comparação com igual etapa do ano anterior, para R$ 432,8 milhões. No acumulado de 2019, a receita da geradora caiu 4%, para R$ 1,571 bilhão. A empresa explica que a queda reflete a nova estratégia de gestão do balanço energético, mas afirma que os impactos foram parcialmente compensados pelo aumento do faturamento decorrente de reajuste dos contratos nos mercados livre e regulado.

A Cesp reportou também um resultado financeiro líquido negativo em R$ 59,49 milhões no quarto trimestre de 2019, 77% maior frente ao resultado também negativo de R$ 33,67 milhões registrados em igual intervalo de 2018. No ano, as despesas financeiras líquidas somaram R$ 347,05 milhões, queda de 7% frente o apurado em 2018.

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