Cesp deve fazer provisão sobre devolução de usinas nesse mês
Conselho de Administração da geradora paulista estatal de energia Cesp deve definir até março do ano que vem as linhas gerais sobre o futuro da empresa
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2014 às 13h37.
São Paulo - O Conselho de Administração da geradora paulista estatal de energia Cesp deve definir até março do ano que vem as linhas gerais sobre o futuro da empresa, que terá seu tamanho reduzido para cerca de um terço do que tinha antes do fim das concessões de suas três principais hidrelétricas .
O diretor financeiro da companhia, Almir Martins, disse nesta quinta-feira, em reunião com investidores, que defende que a Cesp volte a investir em novos empreendimentos, participando como minoritária em novos projetos de geração, em conjunto com parceiros privados, mas que a venda do controle também poderia ocorrer em qualquer momento.
“O que eu defendo é que a Cesp deveria voltar a investir e esse investimento refletiria numa melhora econômica e o governo do Estado poderia sair da Cesp a qualquer momento. Mas essa é uma decisão que não está tomada”, disse o executivo, a jornalistas, após a apresentação aos investidores.
"Do ponto de vista estratégico, não há motivo algum para que o governo do Estado tenha uma empresa de geração de energia elétrica (...) o governo sair do controle é uma operação normal, como em qualquer empresa, não vejo nenhum problema em relação a isso".
A Cesp tinha 3.916 MW médios de garantia física antes do fim da concessão da hidrelétrica Três Irmãos, que venceu em 2011, e passará a ter cerca de 1.080 MW médios quando vencerem também as concessões de Ilha Solteira e Jupiá, em julho de 2015.
"O objetivo é voltar a ter uma capacidade instalada de geração de energia praticamente igual (ao que tinha antes do fim das concessões)", disse ele. As alternativas para o futuro da empresa serão dadas em estudo que será preparado por consultoria que a empresa pretende contratar em dezembro, de forma que o conselho aprove os novos rumos da companhia até março de 2015.
O secretário de Energia do Estado de São Paulo, Marco Antonio Mroz, que também é presidente do Conselho de Administração da Cesp, defende que a empresa recomponha ativos e não seja privatizada, reafirmou ele nesta quinta-feira após o fim da reunião com investidores da geradora.
A Cesp já vem realizando medidas, como programa de incentivo à aposentadoria, para adequar-se ao novo tamanho que terá a partir de julho de 2015. Desde 2010, cerca de 500 funcionários já aderiram e saíram por meio do programa lançado anteriormente e a empresa quer abrir outro plano similar no qual estima-se poderão aderir cerca de 230 funcionários.
Esses funcionários se tornarão aptos a se aposentarem até julho de 2015 e o custo do programa é estimado em 30 milhões de reais. Atualmente, a Cesp tem cerca de 900 funcionários. A empresa, que costumava investir cerca de 100 milhões de reais por ano na manutenção de seus ativos, estima investimentos de cerca de 26 milhões de reais para 2015, diante do vencimento de concessões.
Cenário para 2015
A Cesp não espera que haja racionamento de energia em 2015 e estima que o preço de energia de curto prazo dado pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) fique em 250 reais por megawatt-hora (MWh), em média, no ano.
“O nosso cenário, com essa mudança de preço (do PLD), é que nós devemos ter um preço no começo do ano mais alto, perto do teto. Esse preço vai decrescendo ao longo de 2015”, explicou Martins. O preço-teto do PLD definido para o ano que vem é de 388,48 reais por MWh.
A expectativa da Cesp é que chova dentro da média histórica ao longo do ano que vem, o que evitaria um racionamento. A estimativa da empresa é que o déficit da geração hidrelétrica no ano que vem dado pelo GSF seja de 10 por cento, ou seja, que as geradoras hidrelétricas como um todo, gerem, na média, 90 por cento da garantia física.
A Cesp tem sofrido menos que outras geradoras neste ano com o déficit de geração hidrelétrica, que ocorre já que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem reduzido o uso das hidrelétricas para poupar reservatórios das usinas, que estão em níveis muito baixos.
Martins disse ainda que a empresa tem 740 megawatts médios de energia descontratada, ou 24 por cento do seu portfólio, livre para comercialização no primeiro semestre de 2015, e 150 MW médios de energia, referente a 8 por cento do total em portfólio. Ao preço médio de 250 reais por MWh estimado, essa energia descontratada poderia significar em 1,76 bilhão de reais em receita no ano que vem, considerando uma média de 490 MW médios comercializados ao longo de todo ano.
Indenizações
A Cesp, que briga na Justiça para receber o total de cerca de 6,7 bilhões de reais por investimentos não amortizados na hidrelétrica Três Irmãos, não conta em começar a receber os valores antes de 2016. A companhia já garantiu que receberá pelo menos 1,7 bilhão de reais, referente ao valor que o governo federal quer pagar, ao longo de 7 anos, mas não conta com o início do recebimento já em 2015 em seus planos.
A Cesp pretende fazer uma provisão relacionada à devolução das hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira no resultado de dezembro de 2014.
Martins disse que o efeito líquido negativo dessa provisão para a reversão dos ativos é de 1,3 bilhão de reais, mas que isso não terá impacto no pagamento de dividendos da companhia. Para que a provisão seja lançada, até o fechamento dos resultados do quarto trimestre do ano, é necessário o aval de auditores independentes.
São Paulo - O Conselho de Administração da geradora paulista estatal de energia Cesp deve definir até março do ano que vem as linhas gerais sobre o futuro da empresa, que terá seu tamanho reduzido para cerca de um terço do que tinha antes do fim das concessões de suas três principais hidrelétricas .
O diretor financeiro da companhia, Almir Martins, disse nesta quinta-feira, em reunião com investidores, que defende que a Cesp volte a investir em novos empreendimentos, participando como minoritária em novos projetos de geração, em conjunto com parceiros privados, mas que a venda do controle também poderia ocorrer em qualquer momento.
“O que eu defendo é que a Cesp deveria voltar a investir e esse investimento refletiria numa melhora econômica e o governo do Estado poderia sair da Cesp a qualquer momento. Mas essa é uma decisão que não está tomada”, disse o executivo, a jornalistas, após a apresentação aos investidores.
"Do ponto de vista estratégico, não há motivo algum para que o governo do Estado tenha uma empresa de geração de energia elétrica (...) o governo sair do controle é uma operação normal, como em qualquer empresa, não vejo nenhum problema em relação a isso".
A Cesp tinha 3.916 MW médios de garantia física antes do fim da concessão da hidrelétrica Três Irmãos, que venceu em 2011, e passará a ter cerca de 1.080 MW médios quando vencerem também as concessões de Ilha Solteira e Jupiá, em julho de 2015.
"O objetivo é voltar a ter uma capacidade instalada de geração de energia praticamente igual (ao que tinha antes do fim das concessões)", disse ele. As alternativas para o futuro da empresa serão dadas em estudo que será preparado por consultoria que a empresa pretende contratar em dezembro, de forma que o conselho aprove os novos rumos da companhia até março de 2015.
O secretário de Energia do Estado de São Paulo, Marco Antonio Mroz, que também é presidente do Conselho de Administração da Cesp, defende que a empresa recomponha ativos e não seja privatizada, reafirmou ele nesta quinta-feira após o fim da reunião com investidores da geradora.
A Cesp já vem realizando medidas, como programa de incentivo à aposentadoria, para adequar-se ao novo tamanho que terá a partir de julho de 2015. Desde 2010, cerca de 500 funcionários já aderiram e saíram por meio do programa lançado anteriormente e a empresa quer abrir outro plano similar no qual estima-se poderão aderir cerca de 230 funcionários.
Esses funcionários se tornarão aptos a se aposentarem até julho de 2015 e o custo do programa é estimado em 30 milhões de reais. Atualmente, a Cesp tem cerca de 900 funcionários. A empresa, que costumava investir cerca de 100 milhões de reais por ano na manutenção de seus ativos, estima investimentos de cerca de 26 milhões de reais para 2015, diante do vencimento de concessões.
Cenário para 2015
A Cesp não espera que haja racionamento de energia em 2015 e estima que o preço de energia de curto prazo dado pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) fique em 250 reais por megawatt-hora (MWh), em média, no ano.
“O nosso cenário, com essa mudança de preço (do PLD), é que nós devemos ter um preço no começo do ano mais alto, perto do teto. Esse preço vai decrescendo ao longo de 2015”, explicou Martins. O preço-teto do PLD definido para o ano que vem é de 388,48 reais por MWh.
A expectativa da Cesp é que chova dentro da média histórica ao longo do ano que vem, o que evitaria um racionamento. A estimativa da empresa é que o déficit da geração hidrelétrica no ano que vem dado pelo GSF seja de 10 por cento, ou seja, que as geradoras hidrelétricas como um todo, gerem, na média, 90 por cento da garantia física.
A Cesp tem sofrido menos que outras geradoras neste ano com o déficit de geração hidrelétrica, que ocorre já que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem reduzido o uso das hidrelétricas para poupar reservatórios das usinas, que estão em níveis muito baixos.
Martins disse ainda que a empresa tem 740 megawatts médios de energia descontratada, ou 24 por cento do seu portfólio, livre para comercialização no primeiro semestre de 2015, e 150 MW médios de energia, referente a 8 por cento do total em portfólio. Ao preço médio de 250 reais por MWh estimado, essa energia descontratada poderia significar em 1,76 bilhão de reais em receita no ano que vem, considerando uma média de 490 MW médios comercializados ao longo de todo ano.
Indenizações
A Cesp, que briga na Justiça para receber o total de cerca de 6,7 bilhões de reais por investimentos não amortizados na hidrelétrica Três Irmãos, não conta em começar a receber os valores antes de 2016. A companhia já garantiu que receberá pelo menos 1,7 bilhão de reais, referente ao valor que o governo federal quer pagar, ao longo de 7 anos, mas não conta com o início do recebimento já em 2015 em seus planos.
A Cesp pretende fazer uma provisão relacionada à devolução das hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira no resultado de dezembro de 2014.
Martins disse que o efeito líquido negativo dessa provisão para a reversão dos ativos é de 1,3 bilhão de reais, mas que isso não terá impacto no pagamento de dividendos da companhia. Para que a provisão seja lançada, até o fechamento dos resultados do quarto trimestre do ano, é necessário o aval de auditores independentes.